A pesquisa sobre o método marxista no Serviço  
Social brasileiro1  
Research on the marxist method in brazilian Social Work  
Michael Gonçalves Cordeiro*  
Resumo: A presente pesquisa tem como  
objetivo realizar apontamentos críticos acerca  
Abstract: This research aims to make notes  
related to the marginalization of studies on  
historical-dialectical materialism in the  
academic sphere of Social Work. For this, a  
research was carried out in the productions of  
the main Postgraduate Programs in the area,  
seeking to identify the works that had as a  
research object the referred method and to  
define the state of the art in the production of  
knowledge in Social Work on the subject.  
da marginalização dos estudos sobre  
o
materialismo histórico-dialético no âmbito  
acadêmico do Serviço Social. Para isso,  
realizou-se uma pesquisa nas produções dos  
principais Programas de Pós-Graduação na  
área, buscando identificar os trabalhos que  
tinham como objeto de pesquisa o referido  
método e definir o estado da arte na produção de  
conhecimento em Serviço Social sobre o tema.  
Palavras-chaves: Serviço Social; Marxismo;  
Keywords: Social Work; Marxism; Method;  
Método; Produção de conhecimento.  
Knowledge production.  
Introdução  
Neste artigo propus um debate sobre o materialismo histórico-dialético2 na produção  
acadêmica do Serviço Social, mais especificamente nas produções nos Programas de Pós-  
Graduação na área. Objetivei, para tanto, expor o “estado da arte” do conhecimento produzido  
em Serviço Social no que se refere ao método desenvolvido por Marx e que constitui um dos  
pilares da tradição marxista, a partir do recorte da produção acadêmica no âmbito da Pós-  
Graduação. Para além de uma revisão da bibliografia – e já indicando prematuramente o “estado  
da arte” acima referido -, tive em vista debater as lacunas teóricas existentes no conjunto da sua  
1 O presente artigo é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social pela Universidade Federal  
do Paraná (UFPR), avaliado e aprovado no ano de 2019, intitulado “Materialismo dialético e Serviço Social: um  
retorno aos fundamentos do método no pensamento de Marx” (Cordeiro, 2019).  
*
Mestre em Desenvolvimento Territorial Sustentável pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Assistente  
Social na Prefeitura Municipal de Garuva, Santa Catarina. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1476-280X  
2 “Materialismo histórico-dialético” e “método marxista”, para fins deste artigo, serão utilizados como sinônimos,  
ambos se referindo ao método desenvolvido por Marx e que constitui um dos núcleos centrais da sua herança  
(Netto, 1989, p. 56).  
DOI: 10.34019/1980-8518.2024.v24.44425  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 02/05/2024  
Aprovado em: 09/09/2024  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
produção acadêmica e os rebatimentos tanto para a pesquisa como para a prática profissional,  
estimulando a maturação e o adensamento teórico profissional e indicando alguns caminhos  
possíveis para a pesquisa.  
Parto, portanto, da hipótese de que existe atualmente uma marginalização, ou mesmo  
uma carência, de pesquisas tratando do método marxista, que reverbera em um desnível  
evidente e problemático entre a importância dos fundamentos teórico-metodológicos - tanto no  
processo de formação como de atuação profissional, assim como na própria produção teórica -  
e o estudo do método em Serviço Social. Método esse que é base imprescindível da teoria social  
de Marx e para os fundamentos teórico-metodológicos da profissão.  
Na primeira parte deste artigo busquei caracterizar e analisar o que ficou marcado como  
a dimensão teórico-metodológica do Serviço Social. Os fundamentos teórico-metodológicos,  
como se sabe, propiciam as bases para esta compreensão da realidade, os pressupostos para as  
idas e vindas no processo de pesquisa e o suporte teórico na construção de caminhos para  
intervenção profissional. Com isso, objetivo apontar brevemente a importância destes  
fundamentos e utilizar novamente do recurso da revisão bibliográfica, dimensionando as  
produções acadêmicas sobre o tema.  
Afunilando o campo de pesquisa, na segunda parte do texto adentro ao objeto desta  
pesquisa propriamente. Num primeiro momento me centro na exposição da metodologia  
utilizada, avançando posteriormente para discussão dos resultados da pesquisa, tanto em termos  
quantitativos como na análise dos seus resultados do ponto de vista do conjunto da produção  
teórica do Serviço Social e do peso histórico e teórico da tradição marxista e de Marx para a  
profissão.  
609  
Na última parte deste trabalho, já nas considerações finais, para além de um resgate  
sintético de tudo que foi exposto, me dedico a articulação entre os dois momentos desta  
pesquisa, visando analisá-la em seu conjunto e apontar para as lacunas teóricas existentes na  
produção teórica do Serviço Social, ao mesmo tempo, propondo possíveis caminhos para a  
maturação teórica sobre o tema dos fundamentos teórico-metodológicos e do método marxista.  
Optei por esse caminho, dentre os outros caminhos possíveis, por entender que partindo  
do debate sobre os fundamentos teórico-metodológicos da profissão que dão sustentação à  
pesquisa e à prática profissional, é possível melhor qualificar o debate sobre a importância do  
adensamento teórico sobre o método, o que certamente tem grandes impactos na capacidade de  
desvelamento da realidade social, na prática profissional. Impactos estes que podem ser  
dimensionados exatamente pela produção teórica do Serviço Social sobre o tema, mesmo que  
Michael Gonçalves Cordeiro  
existam mediações a serem realizadas entre a produção de conhecimento no Serviço Social no  
âmbito acadêmico e a prática profissional.  
A produção de conhecimento no Serviço Social sobre os fundamentos teórico-  
metodológicos  
Neste primeiro momento a proposta é de trazer apontamentos sobre a produção do  
conhecimento no âmbito acadêmico do Serviço Social sobre os fundamentos teórico-  
metodológicos, apoiado nas pesquisas existentes sobre o tema, identificando e analisando o  
espaço dedicado à produção sobre o tema. Com esta breve digressão, busco identificar se o  
campo dos fundamentos teórico-metodológicos tem espaço privilegiado na produção de  
conhecimento no âmbito do Serviço Social ou de marginalização, enfim, situá-lo. Este  
momento se liga ao objeto deste artigo a produção de conhecimento sobre o materialismo  
histórico-dialético - na medida em que possibilita a antecipação de possíveis lacunas na  
produção teórica do Serviço Social para além do tema do método. Assim, se este breve  
panorama sobre a produção teórica sobre os fundamentos teórico-metodológicos apontar para  
uma marginalização do tema no Serviço Social, temos um problema que diz respeito ao  
conjunto dos fundamentos teórico-metodológicos, em que o método marxista (se confirmada a  
hipótese desta pesquisa da sua igualmente marginalização) é apenas um dos elementos (apesar  
de central) desta problemática. Ao contrário, se as produções sobre o tema forem profícuas,  
porém seja confirmada a hipótese desta pesquisa sobre o método, o problema ganha outra  
dimensão, pois diz respeito a lacuna no próprio trato dos fundamentos teórico-metodológicos,  
não no seu conjunto, mas no que tem de mais significativo atualmente: a própria teoria social  
de Marx e a tradição marxista, na medida em que o método é parte constitutiva central e  
inalienável desta teoria.  
610  
Entendemos os fundamentos teórico-metodológicos aqui partindo da própria literatura  
do Serviço Social, sem adentrar nas discussões sobre teoria e sobre metodologia e sua relação.  
Assim, para uma breve e reconhecida caracterização, temos a compreensão exposta nas  
diretrizes curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social  
(ABEPSS): os fundamentos teórico-metodológicos se referem ao “tratamento do ser social  
enquanto totalidade histórica” e aos “componentes fundamentais da vida social”, assim como  
ao “processo de conhecimento do ser social” por meio das “diferentes filosofias e teorias”,  
tendo “como perspectiva estabelecer uma compreensão de seus fundamentos e da articulação  
de suas categorias” (ABEPSS, 1996, p. 10).  
Em uma caracterização mais rigorosa, Iamamoto (2004a, p. 179) afirma que  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 608-625, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
A questão teórico-metodológica diz respeito ao modo de ler, de interpretar, de  
se relacionar com o ser social: uma relação entre o sujeito cognoscente – que  
busca compreender e desvendar essa sociedade – e o objeto investigado.  
Encontra-se estreitamente imbricada à maneira de explicar essa sociedade e  
os fenômenos particulares que a constituem. Para isso, implica uma  
apropriação da teoria – uma capacitação teórica – e um ângulo de visibilidade  
na leitura da sociedade – um ponto de vista político, que, tomado em si, não é  
suficiente para explicar o social.  
Feito este brevíssimo delineamento do como é aqui entendido os fundamentos teórico-  
metodológicos, podemos avançar para a exposição do “estado da arte” sobre o tema no âmbito  
profissional, tendo como limite na regressão histórica o período de aproximação e sobretudo de  
consolidação da tradição marxista na profissão.  
Alba Carvalho (1992), no início da década de 90, discutindo sobre a pesquisa  
contemporânea - naquele momento compreendendo as décadas de 70, 80 e 90 - e o Serviço  
Social, proporciona um panorama da produção de conhecimento daquele momento. Da análise  
feita pela autora, interessa pontuar sua conclusão de que a discussão metodológica possuía  
pouca relevância no debate profissional da época - metodologia aqui entendida pela autora não  
apenas como técnica de pesquisa, mas da própria lógica da pesquisa, do debate epistemológico  
e filosófico, enfim, do método em sentido amplo, incluindo a própria discussão entre os  
paradigmas analíticos das Ciências Sociais e da História (Carvalho, 1992, p. 45).  
Buscando discutir a produção de conhecimento no mesmo período e a sua relação com  
o Serviço Social, Myrian Baptista (1992, p. 95) afirma que um dos desafios que se apresentava  
ao Serviço Social na época era o da análise crítica das propostas teóricas existentes, remetendo  
ao que algum tempo depois seria largamente reconhecido como os fundamentos teórico-  
metodológicos.  
611  
Avançando no tempo, em investigação das dissertações de mestrado e das teses de  
doutorado produzidas entre 1975 e 1997 no âmbito do Serviço Social, Nobuco Kameyama  
(1998, p. 8-9), alinhada às conclusões das autoras anteriores, apresenta a existência de uma  
predominância, já naquele período, de produções sobre a “Prática Profissional”, “Política  
Social” e “Formação Profissional”3, respectivamente, sendo que a “Política Social”, assim  
como as temáticas relacionadas à criança e adolescente, vinha ganhando progressiva  
centralidade nas pesquisas dos últimos anos4.  
3 Eixos delimitados pelo autor.  
4
Nóbrega e Fonseca (2010, p. 181), comentando este trabalho da autora, afirmam ainda que “no contexto  
analisado, a tendência predominante nessa produção, ao que tudo indica, expressou a permanência de resquícios  
de sua base científica europeu-americana, dificuldades no trato com a pesquisa e a sua ainda tímida familiaridade  
com a produção do conhecimento pautada no aporte teórico marxista”.  
Michael Gonçalves Cordeiro  
Se por um lado temos que a literatura sobre as pesquisas em Serviço Social nesta época  
apontam para uma marginalização da discussão teórico-metodológica, sobretudo no que se  
refere ao debate com o conjunto do conhecimento contemporâneo (e especialmente relacionado  
ao método), por outro lado, alguns debates significativos, porém restritos à alguns profissionais,  
podem ser identificados neste momento. Temos algumas discussões na produção teórica de  
Vicente de Paula Faleiros (1997a [1981]5, 1997b [1985] e 1999 [1997]), Marilda Iamamoto  
(2004a [1992] e 2000 [1998]), Consuelo Quiroga (1989), José Paulo Netto (1989) e, mais no  
apagar das luzes do século XX, Carmelita Yazbek (2009 [1999]). Uma discussão  
particularmente interessante sobre o tema foi travada entre diferentes autores(as), dentre  
eles(as) os(as) já citados Kameyama, Netto, Faleiros, (ABESS, 1989, p. 99-188).  
Adentrando o século XXI, Iamamoto (2004b, p. 12-13), em trabalho sobre os caminhos  
da pesquisa em Serviço Social, a partir da análise das linhas e dos projetos de pesquisa nos  
Programas de Pós-Graduação da área dos anos de 2001 a 2003, aponta para uma explícita  
predominância da Política Social e um rebaixamento das pesquisas relativas ao campo da  
“Formação profissional, fundamentos e exercício profissional6, do qual inclui, em seu meio, os  
fundamentos teórico-metodológicos. Silva e Carvalho (2005, p. 97), analisando o mesmo  
período, reforçam a análise de Iamamoto, indicando uma larga prevalência dos projetos  
direcionados às políticas sociais, em detrimento daqueles voltados ao trabalho e a formação  
profissional (que na aglutinação dos eixos, realizado pelas autoras, inclui os fundamentos  
teórico-metodológicos).  
612  
Em outro momento, Iamamoto (2010 [2007], p. 464), mantendo a preocupação com os  
rumos da pesquisa em Serviço Social, reafirma, a partir da análise das linhas e projetos de  
pesquisa na Pós-Graduação em Serviço Social, a predominância das políticas sociais e,  
principalmente, que  
[...] a pesquisa quanto aos fundamentos teórico-metodológicos e históricos do  
Serviço Social, foi deslocada na prioridade da agenda profissional. Na década  
de 80, ela voltou-se tanto à apropriação crítica das matrizes teórico-  
metodológicas e suas expressões na profissão quanto à pesquisa da  
reconstrução histórica do Serviço Social no Brasil. Hoje essas temáticas  
dispõem de pouca representatividade no universo da pesquisa, embora os  
temas estejam longe de ser esgotados.  
Conforme demonstrado inicialmente, é preciso ter cuidado com esta apropriação de que  
fala Iamamoto na década de 80, pois como já alertava Netto (1988, p. 101) na época em relação  
5 Dado que optei por realizar a revisão da bibliografia a partir de uma reconstrução histórica, especialmente neste  
momento consta em colchetes a data original das publicações, antecedida pela data consultada (para aquelas obras  
em que a consulta não foi feita na primeira edição).  
6 Eixo delimitado pela autora.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 608-625, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
à hegemonia do marxismo no interior da profissão, é preciso estar atento para o fato de que esta  
discussão "só tangencialmente sensibiliza e toca o grosso da categoria profissional".  
O que temos até o momento, portanto, é uma marginalização do debate sobre os  
fundamentos teórico-metodológicos, permanecendo restrito a um corpo de profissionais, ao  
menos o debate qualificado e com alcance mais significativo ao restante da categoria. Este  
cenário não se alterou nos últimos 10 anos, ao contrário, conforme veremos, pode ter regredido  
em relação aos fundamentos teórico-metodológicos.  
Yolanda Guerra (2011, p. 147) constata que “não obstante aos avanços, a apreciação da  
produção científica em desenvolvimento mostra fragilidade na formação de pesquisadores”.  
Ainda segundo a autora, em Palestra pronunciada no Colóquio do GTP de Fundamentos do  
Serviço Social: Trabalho e Formação Profissional no Encontro Nacional de Pesquisadores em  
Serviço Social (Enpess), em dezembro de 2010, Iamamoto  
identifica, ainda, certa fragilidade no tratamento dos fundamentos históricos e  
teórico-metodológicos do Serviço Social. Indica a necessidade de aprofundar  
o conhecimento crítico sobre: o Serviço Social clássico, o movimento de  
reconceituação latino-americano, suas particularidades e tendências, o Serviço  
Social internacional e o Serviço Social na contemporaneidade, suas demandas  
e o processamento de seu trabalho (Iamamoto, 2010 apud Guerra, 2011, p.  
147).  
Mendes e Almeida (2014, p. 647), analisando as tendências atuais da pesquisa em  
Serviço Social a partir das informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico  
e Tecnológico (CNPq), demonstra a existência de uma predominância da área do “Serviço  
Social Aplicado” em relação aos “Fundamentos em Serviço Social”7 no que se refere às bolsas  
de produtividade.  
613  
Realizando uma pesquisa de fôlego em que analisa os artigos publicados em 11 revistas  
da área de Serviço Social entre 1993 e 2013, totalizando 2031 artigos, Thaisa Closs (2015, p.  
28) afirma que “as produções que possuem o descritor Fundamentos do Serviço Social é  
extremamente reduzida, não chegando a 1% dos artigos”. Posteriormente, em artigo de Prates,  
Closs e Carraro (2016), a partir da constatação desta ínfima produção sobre os fundamentos do  
Serviço Social nos periódicos analisados pela autora supracitada, realizam o seguinte  
questionamento, alinhadas as preocupações de Netto citadas acima:  
Embora a área conte com uma rica literatura sobre esse tema, com  
pesquisadores que formularam teses distintas e fundamentais para a  
compreensão do significado social e da particularidade dessa profissão em sua  
trajetória sócio-histórica [...], questiona-se: Em que medida essas fecundas  
formulações vêm sendo aprofundadas, desdobradas em análises que adensem  
o debate dos Fundamentos, ou ainda, como essas teses vêm se expressando  
7 Os eixos foram delimitados pela autora.  
Michael Gonçalves Cordeiro  
nas produções recentes? (Prates; Closs; Carraro, 2016, p. 15-6).  
Por fim, cito ainda duas importantes e recentes pesquisas. A primeira é de Cantalice et  
al. (2019), que analisando 401 artigos das revistas Serviço Social e Sociedade e Katálysis, tendo  
como período dos anos de 2010 a 2016, chegou aos seguintes resultados: que apenas 8,3% dos  
artigos tinham como temática os fundamentos históricos e teórico-metodológicos; que impera  
uma indistinção entre categorias, conceitos e termos; que em apenas 19,2% dos artigos aparece  
a indicação de adoção do método marxista enquanto pressuposto de análise - o que não  
significa, conforme lembram as autoras, que este não tenha sido adotado, mas apenas que não  
é explicitado no artigo (Cantalice et al., 2019, p. 7). Sobre este último resultado as autoras  
afirmam ainda que “o debate sobre o método na maioria significativa dos artigos não aparece,  
o que não quer dizer que um recorte teórico-metodológico não esteja sendo utilizado, mas, por  
outro lado, apenas uma suposição de existência não assegura o contrário” (Cantalice et al.,  
2019, p. 7).  
A mesma pesquisa ainda analisou 147 teses e dissertações com lapso temporal entre  
2007 e 2016, chegando a resultados parecidos com os da análise acima: apenas 42 trabalhos  
apresentavam indicações dos pressupostos teórico-metodológicos (Cantalice et al., 2019, p. 10).  
As conclusões da pesquisa indicam “uma fragilidade emblemática quanto a não indicação do  
método de análise, o que se pode afirmar, diante dos dados, é que essa dimensão não tem sido  
tratada na maioria significativa das publicações analisadas”, e ainda a existência de “influxos  
pós-modernos e residualmente, a utilização do método positivista, o que revela a persistência  
de traços do conservadorismo e tensões com o direcionamento teórico-político da profissão”  
(Cantalice et al., 2019, p. 12). Estes resultados, portanto, já antecipam os possíveis caminhos  
da hipótese feita no início deste artigo em relação ao materialismo-dialético.  
614  
A segunda pesquisa, de Silva, Souza e Cantalice (2017), a partir do levantamento  
bibliográfico da produção de conhecimento no Serviço Social no âmbito dos principais  
Programas de Pós-Graduação na área, desde o ano de 2006 até 2016, representando um total de  
875 dissertações e 164 artigos, chegaram ao resultado já histórico, conforme demonstrado, de  
uma predominância das temáticas relacionadas à “Política Social, Serviço Social e Trabalho” e  
“Questão Social e Serviço Social”, representando 62% das produções na área. Por outro lado,  
o que mais interessa para o propósito desta pesquisa, apenas 17% dos trabalhos tem como  
temática “Fundamentos, Formação e Trabalho Profissional” (Silva; Souza; Cantalice, 2017, p.  
9)8.  
8 Todos os eixos citados foram delimitados pelas autoras.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 608-625, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
A partir desse breve quadro da produção em Serviço Social sobre os fundamentos  
teórico-metodológicos, a hipótese que se confirma é a de uma marginalização deste debate no  
âmbito profissional, sobretudo a partir do início deste século, em que a predominância dos  
estudos voltados para a política social se amplia à custa da produção sobre os fundamentos  
teórico-metodológicos. Com isso, a hipótese que discuto a seguir, sobre a produção em Serviço  
Social sobre o método marxista, já se insere como parte de um problema mais fundamental, que  
diz respeito exatamente à baixa produção teórica sobre os fundamentos teórico-metodológicos  
em geral.  
A produção de conhecimento no Serviço Social sobre o método marxista  
Este momento é dedicado a pesquisa voltada especificamente para a produção de  
conhecimento no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em Serviço Social sobre o  
materialismo histórico-dialético. A exposição se dá em dois momentos: no primeiro apresentou  
a metodologia utilizada na pesquisa e no segundo os resultados desta, seguido do debate sobre  
as implicações para produção teórica do Serviço Social e para a prática profissional. A partir  
deste breve olhar sobre as produções voltadas para o método marxista, espero trazer ao debate  
a importância da discussão sobre o tema, indicando que se trata ainda de um tema pouco  
debatido, apesar da reconhecida hegemonia do marxismo na profissão e da centralidade do  
método na teoria de Marx e para a herança daqueles que tomam as suas ideias como base.  
615  
Metodologia de pesquisa  
No que concerne à metodologia utilizada, realizei uma breve pesquisa quantitativa  
(Minayo, 1994, p. 21-25) no intuito de identificar as dissertações e teses na área de Serviço  
Social que tinham como objeto central da pesquisa o materialismo histórico-dialético e, assim,  
identificar o aprofundamento e a amplitude da discussão neste âmbito.  
Para isso, foi feito o recorte de cinco Programas de Pós-Graduação em Serviço Social,  
tendo como critério o tema em Serviço Social e a existência de programa de doutorado. O  
critério de seleção foi o dos programas com maiores pontuações atribuídas pela Coordenação  
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na data da pesquisa, que tem como  
avaliação conceitos que variam de 3 a 7. Em caso de conceitos iguais, o critério de seleção foi  
por tempo de existência do Programa, selecionando os mais antigos.  
O resultado do recorte foi a seleção do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia  
Universidade Católica (PUC) de São Paulo, que possui conceito máximo (7) pela CAPES e da  
PUC do Rio Grande do Sul, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da  
Michael Gonçalves Cordeiro  
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), todos com conceito 6, totalizando, assim, 4  
programas selecionados. Restando um Programa a ser incorporado, foi necessário o segundo  
critério de seleção, dado que na sequência dos programas mais bem conceituados pela CAPES,  
três possuíam conceito 5, sendo eles o da PUC do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do  
Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Este segundo  
recorte resultou na seleção do programa da UFRJ, dado que ele existe desde 1994, enquanto  
que os da PUC-RIO e UFSC foram criados em 2002 e 2011, respectivamente.  
A pesquisa foi feita na biblioteca digital dos programas selecionados, não tendo recorte  
temporal pré-definido para todos os programas, mas antes a busca se deu de acordo com o  
disponibilizado pelas respectivas bibliotecas digitais. Assim, a PUC-SP teve como recorte  
temporal inicial, 1977, a PUC-RS desde 2000, a UERJ desde 2003 e a UFRJ desde 2007, todos  
até 2018, e, por fim, a UFPE, de 1999 até 2016. O resultado deste recorte temporal foi um  
universo de 1821 trabalhos entre teses e dissertações, dos quais o programa da PUC-SP possui  
590 trabalhos, o da PUC-RS 304, UERJ 200, UFPE 325 e da UFRJ, um total de 402 trabalhos.  
Para identificação dos trabalhos que têm por objetivo central a discussão do método  
marxista, efetuei um primeiro recorte a partir da busca por palavras-chave contidas nos títulos  
das teses e dissertações que remetessem a este método. As palavras-chave foram elencadas com  
base na obra de Netto (2009), texto base e introdutório no debate sobre o tema no âmbito do  
Serviço Social. São as palavras-chave (com flexão): método/metodologia/metodológico;  
616  
materialismo/materialista;  
dialético/dialética;  
totalidade;  
mediação/mediações;  
contradição/contradições/contraditória; teoria/teórica/teórico; estrutura e superestrutura. Incluí  
também “fundamentos”, com o intuito de abarcar os trabalhos que abordam os fundamentos do  
Serviço Social, dos quais inclui o teórico-metodológico.  
Feito o recorte das teses e dissertações com base na busca das palavras-chave  
supracitadas nos títulos, identifiquei 119 trabalhos, sendo 26 no programa da PUC-SP, 27 no  
da PUC-RS, 8 na UERJ, 30 na UFPE e 28 na UFRJ. O recorte final da pesquisa foi a análise  
destes 119 trabalhos a partir do resumo e quando não identificado o objeto da pesquisa nele,  
realizei a leitura do corpo do texto.  
Resultados da pesquisa  
Os resultados obtidos são significativos em demonstrar a marginalização das pesquisas  
sobre o materialismo histórico-dialético nos programas de Pós-Graduação analisados. Eles  
apontam para apenas um trabalho que teve como objetivo central de pesquisa o trato sobre o  
método materialista dialético. Trabalho esse intitulado A categoria de Totalidade e o Serviço  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 608-625, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
Social: Subsídios teóricos para uma aproximação ao processo de implementação das  
Diretrizes Curriculares, da autoria de Jamerson Murilo Anunciação de Souza, do Programa da  
UFPE, em que o autor traz uma discussão sobre a categoria de totalidade com base em Marx,  
Lukács e Mészáros.  
Identifiquei outro trabalho que buscava abordar a questão do método como objeto de  
pesquisa, mas não se tratava do materialismo histórico-dialético, mas antes da teoria da  
complexidade, a partir da teoria de Edgar Morin (ver Roberto, 2009). Outro trabalho que se  
aproxima da discussão de método é de Adrianyce Souza, intitulado Pós-modernidade:  
mistificação e ruptura da dimensão de totalidade da vida social no capitalismo contemporâneo,  
tratando, com isso, de uma categoria central no método materialista dialético: a de totalidade.  
No entanto, mesmo o trabalho de Adrianyce Souza não tendo por objetivo discutir  
prioritariamente este método, utiliza enquanto contraponto ao pensamento pós-moderno.  
Isso não significa que não existam outros trabalhos que têm por objeto os fundamentos  
teórico-metodológicos da profissão, estes foram encontrados em certa medida, no entanto, estes  
não têm por objeto de pesquisa abordar o método materialista dialético, mas antes outras  
questões que integram a teoria social de Marx, como revolução, democracia, classe social, etc.  
Em geral, os trabalhos possuem os mais diversos objetos, dos quais o método perpassa  
como possível fio condutor do processo de pesquisa. Abundam-se os trabalhos que evidenciam  
a categoria mediação, sem, no entanto, ter por objetivo tratar desta, mas antes servindo como  
categoria condutora no processo de pesquisa (ver, por exemplo, Lopes, 2014).  
617  
Outros, por sua vez, tiveram como objeto o materialismo histórico-dialético, ou mais  
precisamente os fundamentos teórico-metodológicos em geral, no ensino em Serviço Social  
(como, por exemplo, os trabalhos de Paschoal, 2010 e Zacarias, 2017), ou à questão da  
interlocução entre o método e a prática da(o) assistente social (ver, por exemplo, Torres, 2006;  
Zacarias, 2013).  
Poderia prolongar os detalhes que resultaram da presente (e, insisto, breve) pesquisa.  
No entanto, acredito que com base nas informações coletadas e sem a necessidade, para os fins  
que me propus, me prolongar demasiado nos detalhes, pude chegar a uma importante conclusão:  
há uma irrisória produção em Serviço Social sobre o método marxista - mesmo que a teoria  
social de Marx e da herança marxista possua uma posição hegemônica no interior da profissão  
(Yazbek, 2009, p. 11) -, nos principais Programas de Pós-Graduação em Serviço Social, ao  
menos dentro do período recortado.  
Para citar ainda um trabalho com o mesmo enfoque da discussão sobre o método, porém  
como objeto a formação profissional, temos a pesquisa de Ana Ouriques (2019) que buscou  
Michael Gonçalves Cordeiro  
analisar o debate do método na formação profissional na modalidade presencial no sul do Brasil,  
a partir das ementas, planos de ensino e projetos pedagógicos. A principal conclusão da autora  
é a de que existe uma tendência a privilegiar estudos que:  
enfatizam a aproximação enviesada do Serviço Social com a teoria marxiana  
a partir do Movimento de Reconceituação nas disciplinas de FHTM do  
Serviço Social e, por poucas IES, a oferta de disciplinas que debatam o que é  
o Método e sua significância para as ações profissionais cotidianas, na  
perspectiva de desvelar a realidade social na qual se processa o trabalho  
profissional [...] o fato de apenas uma IES ofertar uma disciplina dedicada  
somente para o estudo do Método ainda demonstra uma necessidade de  
maturação e maior compreensão da importância da teoria social crítica, seja  
na formação, na produção de conhecimento ou na atuação profissional. Isso  
não significa dizer que este debate está ausente nas disciplinas por nós  
analisadas. Ele está presente, contudo, não é possível afirmar que esteja sendo  
feito de maneira mais aprofundada, haja vista que ele aparece no meio de um  
conjunto de conteúdo a ser trabalhado nas diversas disciplinas. Isso pode  
denotar uma abordagem mais periférica do método no processo de formação  
(Ouriques, 2019, p. 70-1, grifo meu).9  
Por fim, o já citado trabalho de Closs (2015), para além das conclusões já expostas,  
aponta ainda que os artigos que possuem o descritor “Teoria/método e Serviço Social e/ou  
Assistente Social” não chegam à 1% em relação à totalidade das produções dos periódicos,  
enquanto que os descritores “Marxismo/dialética e Serviço Social e/ou Assistente Social”  
representam pouco mais de 2% (Closs, 2015, p. 28). A partir destes dados, a autora chega a  
conclusões semelhantes à pesquisa que realizei, qual seja, de que:  
618  
são bastante diminutas as publicações que tratam do método dialético-crítico  
no plano do exercício profissional e mesmo na formação profissional, sendo  
este um debate que precisa ser adensado, pois apesar de ser tematizado em  
algumas produções, frequentemente não constitui tema central das mesmas,  
inclusive nas investigações (Closs, 2015, p. 200).  
De forma a demonstrar que se trata de uma marginalização generalizada, para além da  
pesquisa feita com recorte na Pós-Graduação e das duas pesquisas supracitadas,  
respectivamente com recortes na formação profissional e nos periódicos da área, recorro de  
forma sintética à análise feita por Iamamoto, em sua obra Serviço Social em Tempos de Capital  
Fetiche, em que tece alguns comentários críticos ao livro de Maria Lúcia Martinelli, Identidade  
e Alienação. A crítica feita pela autora que aqui interessa é a seguinte:  
Apesar da ampla referência à história do movimento operário europeu e suas  
lutas, do rico acervo bibliográfico recolhido em fontes da tradição marxista e  
da ambiguidade teórica no discurso, não se trata de uma análise que se  
estruture teórica e metodologicamente nas bases essenciais dessa tradição  
intelectual (Iamamoto, 2007, p. 293, grifo meu).  
9 Para outras referências sobre o mesmo objeto de estudo ver Paschoal (2010) e Zacarias (2017).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 608-625, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
Trata-se, portanto, de uma dura crítica a uma obra consagrada na literatura profissional,  
que como a própria autora admite, é rica na utilização de fontes da tradição marxista e referência  
à luta da classe operária. A crítica feita por Iamamoto leva a constatação - banal, porém que  
assume relevância no quadro desta pesquisa de que afirmar partir do método marxista não é  
o mesmo que efetivamente realizar uma pesquisa ancorada neste método e de que a mobilização  
de referências marxistas ou categorias do método não significa necessariamente uma pesquisa  
com aporte da teoria marxista, nem mesmo que resultará em uma pesquisa sólida  
cientificamente (Netto, 1998, p. 83-84).  
Com base no quadro apresentado até aqui e corroborando a conclusão de Cantalice  
(2019, p. 12) sobre a ausência do debate sobre o método nos artigos científicos em Serviço  
Social, não é leviano levantar a hipótese de que esta ausência, mas principalmente, que  
afirmativas como: “este trabalho parte do método materialista dialético” e derivações, não  
necessariamente significam uma efetiva apropriação e adoção deste método no processo de  
pesquisa, podendo assumir um significado ideológico da afirmação do que propriamente  
teórico, de comprometimento com uma determinada visão de mundo, principalmente ético-  
político, do que a compreensão correta desta visão de mundo e seus desdobramentos teóricos e  
para pesquisa.  
Os resultados desta pesquisa, aliada à bibliografia supracitada sobre o tema,  
demonstram, por um lado, que a capacidade de desvelamento da realidade por parte dos  
profissionais e pesquisadores a partir da teoria social de Marx e da tradição marxista pode  
possuir uma lacuna significativa e mesmo fundamental, pois um dos pilares desta teoria passa  
ao largo na discussão acadêmica na profissão. Assim, toda a discussão sobre o “dever ser” da  
dimensão investigativa do assistente social aqui me refiro mais especificamente ao campo da  
prática profissional - podem ter repercussões muito mais de valor heurístico do que de prática  
concreta propriamente. Por outro lado, se este primeiro aspecto dos resultados requer uma  
pesquisa específica sobre a prática profissional10 e uma pesquisa mais aprofundada da formação  
em Serviço Social11, os resultados da pesquisa indicam para um possível adensamento  
enviesado da teoria social marxista. Se no período do movimento de reconceituação tinha-se  
um marxismo sem Marx, podemos possuir atualmente um marxismo com apropriação  
insuficiente do método. Ou, o que é ainda mais preocupante, um marxismo com um pseudo-  
conhecimento de suas bases teórico-metodológicas, que atribui as principais categorias do  
619  
10 Para pesquisas sobre a capilaridade do método marxista no exercício profissional ver Zacarias (2013) e Torres  
(2006).  
11 Para pesquisa sobre o método na formação profissional, ver Zacarias (2013).  
Michael Gonçalves Cordeiro  
materialismo histórico-dialético o papel de espantalhos, meros pressupostos heurísticos e não  
propriamente teórico-concretos. É plausível levantar a hipótese de que categorias como, por  
exemplo, de totalidade podem estar sendo reduzidas, na consciência dos assistentes sociais, a  
mera concepção de “olhar o todo”, como contraponto ao olhar o sujeito de maneira isolada.  
Precisamos indagar-nos quanto a atualidade da afirmação de Iamamoto feita em 1981, qual seja,  
de que:  
As dificuldades que vêm sendo sentidas no desvelamento da realidade sócio-  
histórica e no uso criador dos conhecimentos acumulados têm sido  
“compensadas” e “substituídas” por um álibi salvador”: o discurso “mágico”  
do compromisso com a classe trabalhadora. Este torna-se o substitutivo  
mágico da exigência de análises teóricas e históricas concretas “de situações  
concretas” (Iamamoto, 2004a, p. 190).  
Não é suficiente a mera reprodução de um discurso pronto, em que em meio a análise  
ou na introdução se fala em “totalidade”, “mediação” ou “dialética” e magicamente o discurso  
se torna aceito como crítico12. Isso faz apenas reproduzir a ilusão de um conhecimento que é  
apenas reprodução de ideias das quais pouco se sabe em verdade. Assim, não basta afirmar que  
a realidade é contraditória, ou que tudo deve ser tomado do ponto de vista da totalidade etc., é  
necessário conhecer as categorias de que se utiliza para que estas não se imponham de forma  
arbitrária à realidade e não tenham ligações somente superficiais e estilísticas uma à outra, como  
as criticadas por Marx em A Sagrada Família, em que Marx critica esta pretensa criticidade,  
que, em verdade, seria apenas para si mesmo e não sobre o objeto estudado. Ou, conforme  
constatou Kameyama em texto citado em outro momento deste artigo:  
620  
Existe uma grande quantidade de pesquisas que elaboram um marco teórico  
na perspectiva marxista, utilizando categorias de contradição, totalidade, mas  
no momento da coleta dos dados ou das informações, caem no empirismo. Isto  
significa que, apesar de utilizar os conceitos e leis gerais do materialismo  
histórico, na investigação social não aparece a relação dialética entre o sujeito  
e o objeto, na construção do saber. Tratam-se de produções que se  
caracterizam como formalistas/empiristas. Manifesta-se ainda o problema de  
substituir o método de exposição pelo método de investigação nas redações  
das dissertações de mestrado (Kameyama, 1998, p. 25).  
Assim, o quadro que aqui apresento é de, por um lado, uma teoria que assumiu  
historicamente um lugar central nas produções e discussões no Serviço Social e, por outro lado,  
uma produção apenas marginal sobre o método, que é reconhecidamente o momento basilar e  
indissociável desta teoria. Consequentemente, no que se refere ao debate sobre o método, as  
produções no interior da profissão parecem fechar os olhos para a guerra travada pela teoria  
12 Sobre a dialética como recurso ao discurso fácil, ver o curso ministrado em 2002 por José Paulo Netto sobre o  
método em Marx, no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco,  
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marxista com o conjunto do conhecimento contemporâneo, sobretudo em relação à chamada  
crise de paradigma nas Ciências Sociais e Humanas, e o conjunto de críticas feitas ao  
conhecimento herdado da racionalidade iluminista (ver Anderson, 1995; Ianni, 1990; Netto,  
1992), que tem como um dos alvos os pressupostos do método marxista. Ou seja, uma hipótese  
a ser analisada é a da adoção de um método como guia e instrumento de conhecimento da  
realidade, por um lado sem uma abordagem sobre a sua vitalidade e capacidade de análise em  
relação ao conhecimento produzido historicamente e, por outro lado, sem um trato específico  
sobre o próprio método, ao menos não de forma explícita nas pesquisas da área.  
Uma possível explicação para esta marginalização dos estudos sobre o método pode ser  
encontrada na aproximação enviesada da profissão à teoria marxista. Iamamoto, tratando dos  
estudos sobre o método marxista no período de reconceituação, afirma:  
Verifica-se, por exemplo, no trato do materialismo histórico e dialético, uma  
clara separação - que chega ao nível de excludência - entre as dimensões  
lógicas e históricas do método, verificando-se uma "suspensão" da dialética  
do conhecimento, desconectada da história. A categoria do trabalho,  
ontologicamente determinante na obra de Marx, está inteiramente ausente e é  
desconhecida nas análises da prática social e da relação teoria e prática, tão  
em voga naquele momento (Iamamoto, 2000, p. 126).  
Assim como ocorreu com os instrumentais técnico-operativos, que por um tempo  
ficaram esquecidos nos porões da profissão, pelo receio do “renascimento do velho  
tecnicismo”, como diz Iamamoto (2000, p. 191), a abordagem do método ficou sufocada e  
marginalizada, pois um trato específico da questão do método passou a ser considerado mero  
metodologismo.  
621  
Estou alinhado com o pensamento de Closs (2015, p. 200) sobre o tema quando esta  
afirma que  
a superação de uma abordagem formalista do método – que o reduzia à  
metodologia profissional, como “regras” a serem aplicadas, característica da  
aproximação enviesada com o marxismo – não pode significar a ausência de  
uma produção mais direta, que apreenda e sistematize possibilidades de sua  
mediação no exercício profissional, visando subsidiar as ações dos assistentes  
sociais.  
Conforme Forti e Guerra (2009, p. 3) o nível de complexidade que marca o atual  
momento do Serviço Social tem como consequência a necessidade de competência dos seus  
profissionais para enfrentá-la, requerendo “ações abalizadas, intelectualmente responsáveis e  
fecundas, analíticas e críticas, capazes de lhe proporcionar compreensão suficiente para uma  
ação efetiva e qualificada na realidade social”. Continuando, as autoras pontuam o desafio de  
“formar profissionais capazes de atuar na realidade, por meio da identificação e da apropriação  
crítica de suas demandas a eles dirigidas, reconfigurando-as e enfrentando-as de maneira eficaz  
Michael Gonçalves Cordeiro  
e eficiente”, exigindo, assim, “uma sólida formação teórica (ético-política) e metodológica”  
(Forti; Guerra, 2009, p. 4). Não se faz necessário ir além nessa discussão, já histórica na  
profissão (ver, por exemplo, Iamamoto, 2000; Netto, 1989), para chegar à seguinte conclusão:  
a apreensão e a pesquisa do método materialista dialético é ainda um desafio ao conjunto da  
categoria profissional, que em uma realidade de tantas controvérsias envolvendo sua validade  
e dos desafios impostos à prática profissional, assume um caráter ainda mais urgente.  
Considerações finais  
Algumas conclusões podem ser feitas a partir do breve percurso histórico da produção  
de conhecimento no Serviço Social sobre os fundamentos teórico-metodológicos e, sobretudo,  
o materialismo histórico-dialético: a primeira, mais óbvia, da baixa produção sobre este método  
e os referidos fundamentos, o primeiro mais que o segundo, porém este restrito a um corpo de  
profissionais; a segunda, não analisada neste artigo, que se refere a densidade teórica das  
produções sobre o método, entendida como a capacidade de alcançar as principais literaturas  
sobre o tema e aprofundar na sua análise, não permanecendo restrito à uns poucos nomes  
clássicos como Karel Kosik ou o próprio Marx, ou mesmo aos manuais e textos introdutórios,  
como o conhecido e pequeno texto introdutório de Netto sobre o tema (seria este um objeto de  
pesquisa de maior interesse, buscando dimensionar essa diversidade na produção teórica do  
Serviço Social); a terceira e talvez mais importante, que diz respeito tanto à produção de  
conhecimento sobre o método como sobre os fundamentos teórico-metodológicos em geral, é  
o da necessidade da ampliação do debate crítico com o conjunto do conhecimento produzido  
nas ciências humanas. Se apropriar do debate histórico feito dentro da História enquanto  
disciplina, que possibilita tanto a ampliação da crítica ao positivismo, a apropriação de outras  
escolas de pensamento que são praticamente inexistentes no debate da categoria como o  
historicismo (para citar apenas um exemplo clássico), além do próprio aprofundamento nos  
estudos sobre Marx, a tradição marxista e o método, bem como do adensamento no  
conhecimento da própria história (enquanto história de fato, objeto de estudo da História  
enquanto disciplina). O mesmo em relação às ciências sociais e as suas particularidades, das  
discussões do século XX e mais recentes sobre método, teoria da ciência, teoria do  
conhecimento, etc. Isso tudo pode ser ampliado para outros campos como o da Psicologia,  
Pedagogia, etc. Enfim, aumentar o diálogo crítico com o conjunto do conhecimento científico.  
Portanto, uma das conclusões que se pode tirar desta pequena exposição sobre os  
fundamentos teórico-metodológicos da profissão e o método marxista é que o seu debate  
necessita ser novamente aquecido, assim como quando do processo de aproximação mais sólida  
622  
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A pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro  
à tradição marxista, em que a própria conjuntura profissional exigia o debate teórico-  
metodológico na perspectiva do confronto teórico. A progressiva hegemonização do marxismo  
no seio da categoria profissional não pode significar uma perda na riqueza do debate teórico,  
do qual o resultado é desastroso para a produção teórica do Serviço Social em geral, para o  
adensamento teórico sobre a tradição marxista, como, e sobretudo, para apropriação dos  
fundamentos teórico-metodológicos pelo conjunto da categoria profissional, pois da baixa  
produção teórica sobre estes fundamentos, é possível inferir problemas na própria relação entre  
teoria e prática profissional.  
Um caminho possível para o enfrentamento a esta defasagem pode ser encontrado na  
ampliação do debate sobre os fundamentos teórico-metodológicos por meio do maior contato  
com as vertentes diversas das Ciências Sociais e das Ciências Humanas em geral, pois como  
sustentou certa vez Netto (1989), é por meio do confronto de ideias aberto que tanto marxistas  
como não-marxistas podem estimular-se reciprocamente, assim oxigenando a produção dos  
fundamentos teórico-metodológicos da profissão.  
Assim como Netto, Iamamoto em 1982 já alertava para o fato de que “a construção de  
um projeto de formação profissional deve superar o nível da mera ideologização da profissão,  
da denúncia das correntes tradicionais, para uma compreensão rigorosa do ponto de vista  
teórico-metodológico das correntes de pensamento vigentes na interpretação da profissão”  
(Iamamoto, 2004a, p. 170). A mesma autora, em uma linha de pensamento muito próxima de  
Netto, afirma ainda que o “conhecimento se constrói no contraponto permanente com a  
produção intelectual herdada, incorporando-a criticamente e ultrapassando o conhecimento  
acumulado” (Iamamoto, 2004a, p. 184).  
623  
Portanto, um dos caminhos possíveis para superação desta lacuna na produção teórica é  
a própria abertura ao debate plural no âmbito profissional levado a cabo com rigor teórico.  
Iamamoto considera “fundamental que a polêmica sobre as diferentes concepções teórico-  
metodológicas se solidifique no meio acadêmico-profissional, numa perspectiva pluralista, o  
que não se confunde com o ecletismo” (Iamamoto, 2004a, p. 180). Em outro momento,  
definindo a competência profissional, afirma que esta implica “um diálogo crítico com a  
herança intelectual incorporada no discurso do Serviço Social” e pela construção de um diálogo  
fértil entre a história em geral e a história do pensamento social moderno. O pluralismo é o  
pressuposto para fertilidade do debate teórico-metodológico profissional.  
Os limites deste trabalho não permitem aprofundar o debate sobre o pluralismo, feito  
dentro e fora dos muros da profissão, sendo esta apenas uma das saídas possíveis. Neste trabalho  
não toquei ainda em outras dificuldades relativas à própria produção do conhecimento científico  
Michael Gonçalves Cordeiro  
na atual conjuntura, que certamente devem ter lugar privilegiado quando tratamos da produção  
de conhecimento, assim como outros pontos de relevância. Trata-se, sobretudo, de um artigo  
que busca provocar o debate sobre o tema.  
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