O fenômeno do empreendedorismo no Serviço  
Social brasileiro: notas exploratórias  
The phenomenon of entrepreneurship in brazilian social service:  
exploratory notes  
Carina de Santana Alves *  
Vinicius Pinheiro de Magalhães**  
Resumo: O objeto do presente ensaio teórico  
são os fundamentos da assimilação do  
empreendedorismo por assistentes sociais  
brasileiros. Trata-se de tendência que se  
manifesta como ideologia que fetichiza as reais  
possibilidades de sustentabilidade, autonomia e  
liberdade sem a proteção social dos direitos  
trabalhistas. O ensaio busca discutir os  
Abstract: The object of this theoretical essay is  
the foundations of the assimilation of  
entrepreneurship by Brazilian social workers.  
This trend manifests itself as an ideology that  
fetishizes the real possibilities of sustainability,  
autonomy, and freedom without the social  
protection of labor rights. The essay seeks to  
discuss the foundations of the addition of  
entrepreneurship by the professional category in  
Brazil. To this end, random samples of 10  
professional profiles on social media with  
entrepreneur-coach content and significant  
expressiveness in engagement and number of  
followers were analyzed. We understand that  
this phenomenon is an expression of  
neoconservatism in Social Service, as well as a  
fundamentos  
da  
incorporação  
do  
empreendedorismo por parte da categoria  
profissional no Brasil. Para tanto, foram  
analisadas amostras aleatórias de 10 perfis  
profissionais em mídias sociais com conteúdo  
empreendedor-coach  
e
significativa  
expressividade em termos de engajamento e  
quantitativo de seguidores. Compreendemos  
que esse fenômeno  
é
expressão do  
by-product  
of  
the  
weakening  
and  
neoconservadorismo no Serviço Social, além de  
subproduto da fragilização e precarização do  
processo de formação profissional, e do  
amoldamento da subjetividade da classe  
trabalhadora, decorrente das transformações do  
mundo do trabalho, em especial o desemprego  
estrutural.  
precariousness of the professional training  
process and the shaping of the subjectivity of  
the  
working  
class,  
resulting  
from  
transformations in the world of work, especially  
structural unemployment.  
Palavras-chaves: Serviço Social; Trabalho  
Keywords: Social Work. Professional work.  
profissional;  
Empreendedorismo;  
Entrepreneurship; Neoconservatism.  
Neoconservadorismo.  
* Assistente Social. Professora substituta no curso de graduação em Serviço Social da Universidade Federal da  
Bahia (UFBA). Doutoranda em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo no Programa  
(PPGNEIM/UFBA). Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de  
** Assistente Social no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG). Mestre em Serviço  
Social pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Sergipe (PROSS/UFS). ORCID:  
DOI: 10.34019/1980-8518.2024.v24.44065  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 02/04/2024  
Aprovado em: 05/08/2024  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
Introdução  
O objeto do presente ensaio teórico são os fundamentos da assimilação do  
empreendedorismo por assistentes sociais brasileiros. O fenômeno empreendedor desponta na  
atual conjuntura como uma das expressões e facetas do neoliberalismo no quadro da  
reestruturação produtiva, supervalorização do capital financeiro e desemprego estrutural. Trata-  
se de ideologia, em seu sentido de falsa consciência do real, que fetichiza as reais possibilidades  
de sustentabilidade, autonomia e liberdade sem a proteção social dos direitos trabalhistas.  
Não bastasse tal cooptação ideológica da classe trabalhadora a fim de legitimar o atual  
estado de coisas e a precarização do trabalho, essa tendência conformadora de subjetividades  
tem se tornado, ela própria, uma mercadoria. Aflora na contemporaneidade uma série de cursos,  
seminários e encontros cuja finalidade é a mentoria para o alcance do sucesso; um modo de  
expressão coach, voltado para autoajuda, desenvolvimento pessoal e da carreira.  
Tem sido possível perceber as manifestações da ideologia empreendedora através de um  
ethos coach também nos arraiais do Serviço Social, profissão onde despontam propostas de  
minicursos na perspectiva da mentoria e orientação profissional com vistas à aceleração da  
carreira, ao alcance da expressividade profissional, além das promessas de facilitação e  
descomplicação da prática do assistente social.  
Desse modo, consideramos relevante a compreensão sobre os fundamentos da  
incorporação do empreendedorismo por parte da categoria profissional no Brasil. Nessa  
direção, o presente ensaio teórico, de objetivo exploratório, ancora-se na análise de perfis  
públicos nas mídias sociais de assistentes sociais brasileiros. Foram analisadas amostras  
aleatórias de 10 perfis profissionais em mídias sociais com conteúdo empreendedor-coach e  
significativa expressividade em termos de engajamento e quantitativo de seguidores. Os dados  
foram analisados na perspectiva da análise de conteúdo por categorização temática.  
O texto procura aproximar-se dos fundamentos do fenômeno do empreendedorismo e  
sua invasão no Serviço Social a partir da reflexão sobre o significado social da profissão e as  
recentes transformações na dinâmica da sociedade capitalista, notadamente no mundo do  
trabalho.  
648  
Serviço Social e seu significado sócio-histórico  
Em Iamamoto e Carvalho (2011) tem-se inaugural apreensão e análise da constituição  
do Serviço Social enquanto profissão no Brasil, desde uma perspectiva materialista histórico-  
dialética, na medida em que se compreende o significado social da profissão enquanto  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
especialização do trabalho coletivo inserido na divisão social e técnica do trabalho, donde o seu  
caráter contraditório.  
Ao analisar as condições histórico-sociais para a emergência da profissão, Netto (2011,  
p. 74) argumenta que o Serviço Social, enquanto profissão, “[...] é indivorciável da ordem  
monopólica – ela cria e funda a profissionalidade do Serviço Social”. O autor sustenta que as  
transformações pelas quais passa o capitalismo no final do século XIX, na passagem para a fase  
dos monopólios, ou fase madura, fornecem lastro para a emersão do Serviço Social enquanto  
profissão. Trata-se da maturidade histórica da sociedade burguesa, quando suas contradições  
são potencializadas, e sua contradição elementar socialização da produção e apropriação  
privada é conduzida ao ápice, através da multiplicação das atividades improdutivas (capital  
financeiro) e rearranjo da divisão internacional do trabalho no mercado capitalista mundial.  
A tendência pela apropriação privada da riqueza socialmente produzida conjurou uma  
necessidade cada vez mais fundamental, a do aumento da taxa de lucros pelo capital. Para tanto,  
tornou-se necessária a refuncionalização do Estado, que além de garantir as condições básicas  
para a produção capitalista, como infraestrutura, meios de trabalho e formação da força de  
trabalho, precisou garantir a legitimação sócio-política através da institucionalização de direitos  
sociais.  
Importa destacar o caráter contraditório da institucionalização dos direitos sociais, posto  
que também decorrente do processo organizativo e reivindicatório da classe trabalhadora em  
prol de melhores condições de vida e de trabalho; no entanto “[...] as respostas positivas a  
demandas das classes trabalhadoras podem ser oferecidas na medida justa em que elas mesmas  
podem ser refuncionalizadas para o interesse direto e/ou indireto da maximização dos lucros”  
(Netto, 2011, p. 29).  
649  
É, portanto, sob essas condições histórico-sociais concretas que a questão social, isto é,  
a contradição fundamental entre capital e trabalho, expressa nas variadas manifestações da  
desigualdade e exclusão social, além do ingresso da classe trabalhadora na cena de  
reivindicação por melhores condições de vida (Iamamoto, 2001), pôde se tornar objeto de  
intervenção contínua e sistemática por parte do Estado.  
Diante do amadurecimento político dos trabalhadores enquanto classe social e em face  
da necessidade de legitimação política do Estado e do capitalismo, não foi mais sustentável o  
tratamento das expressões da questão social pela única via da coerção, como caso de polícia.  
Despontou como imprescindível uma atuação contínua e sistemática sobre a questão social,  
mediada pelo manejo das políticas sociais legatárias do pacto fordista-keynesiano no mundo, o  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
que demandou uma especialização social e técnica do trabalho coletivo, donde a emergência do  
Serviço Social.  
De acordo com Behring e Boschetti (2016), no Brasil o processo de intervenção do  
Estado nas expressões da questão social através das políticas sociais se desenvolveu com  
algumas particularidades no ritmo e na cobertura; ademais, teve início no contexto de influência  
das lutas dos trabalhadores, incentivados pelo contato e interlocução com trabalhadores  
imigrantes com experiência política; além do processo de urbanização; a fundação do Partido  
Comunista Brasileiro e a inquietação em relação ao projeto de nação. Tais condições sócio-  
históricas colocaram a questão social na cena política, tornando-a, paulatinamente, objeto de  
intervenção do Estado, ainda que em associação com a sociedade civil e suas instituições  
filantrópicas.  
As requisições profissionais para a atuação dos assistentes sociais decorreram desse  
panorama conjuntural. Inicialmente, a atuação profissional se deu na perspectiva de controle e  
ajustamento da classe trabalhadora, sob fundamentação do pensamento conservador e direção  
da Igreja Católica. No entanto, a fundação de novas escolas de Serviço Social e o ingresso de  
segmentos médios e populares na profissão, contribuiu para alteração do perfil e vínculo de  
classe da categoria (Behring; Boschetti, 2016).  
A partir do final da década de 1960, o Serviço Social brasileiro passou por processo de  
renovação que se expressou, conforme análise de tendências empreendida por Netto (2011), em  
três direções: a perspectiva modernizadora, de referência estrutural funcionalista e preocupação  
direcionada à questão técnico-operativa; a perspectiva da reatualização do conservadorismo,  
de referência marcada pela incorporação da fenomenologia e preocupação com a elaboração  
teórica, notadamente aspectos da singularidade; e a perspectiva da intenção de ruptura, que  
teve origem no âmbito universitário, influenciada pela resistência à ditadura militar e pela teoria  
marxista.  
650  
A década de 1980 marca a compreensão do Serviço Social enquanto especialização do  
trabalho coletivo, ou seja, enquanto profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho.  
A categoria trabalho ganha centralidade no debate sobre a formação e atividade profissional a  
partir da perspectiva teórico-metodológica de Karl Marx (1818-1883). Dessa fundamentação  
deriva a apreensão da atividade profissional como trabalho, o que transcende a falsa tese de  
uma prática profissional automatizada, imediata, irrefletida; do contrário, o trabalho  
profissional pressupõe intervenção reflexiva, planejada, sobre determinado objeto,  
fundamentada em conhecimento rigoroso da realidade, ação que caminha na direção da defesa  
intransigente dos direitos sociais e humanos (Iamamoto, 2015; Brasil, 2012).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
De acordo com Iamamoto (2008, p. 95), operar essa mudança na compreensão do  
Serviço Social implica entendê-lo como partícipe dos processos de trabalho “[...] que se  
organizam a partir de exigências econômicas e sociopolíticas do processo de acumulação”. O  
assistente social se constitui enquanto trabalhador assalariado na medida em que se insere no  
mercado de trabalho por meio da relação de compra e venda da sua força de trabalho (uma  
mercadoria que tem valor de uso, porque responde a uma necessidade social, e valor de troca  
expresso no salário).  
A condição de assalariamento impõe uma série de limites ao exercício do trabalho  
profissional do assistente social. Apesar das possibilidades que advêm da capacidade do  
trabalhador de fazer escolhas entre alternativas concretas, seu trabalho se defronta, por um lado,  
com a requisição institucional, de onde a necessária estrutura objetiva e disposição dos meios  
para o desenvolvimento da atividade técnica, e, por outro, com a relação contratual demarcadora  
de sua condição de assalariamento. Tal contradição igualmente expressa o significado social da  
profissão, a saber, essa capacidade de o Serviço Social contribuir com a reprodução da força de  
trabalho ao mesmo tempo em que contribui com relações sociais favoráveis à reprodução do  
modo de produção capitalista.  
O que possibilita ao profissional imprimir direção social ao trabalho é o exercício de sua  
relativa autonomia, assegurada pela base legal da profissão (lei de regulamentação da profissão,  
código de ética profissional, normativas, entre outros), que vai variar através da correlação de  
forças expressa de maneira particular em cada espaço sócio-ocupacional (Estado, empresas  
privadas, terceiro setor, etc.) (Iamamoto, 2012).  
651  
Sob tais fundamentos sócio-históricos da profissão assenta a compreensão atualizada  
acerca das atribuições privativas e competências técnicas dos assistentes sociais, atividades que  
superam a tese de nossa intervenção enquanto execução terminal das políticas sociais,  
abrangendo, ademais, competências de gestão e planejamento; formulação e avaliação de  
políticas sociais; pesquisa; além da assessoria e consultoria.  
Entretanto, na atual conjuntura, tais atribuições têm assumido novas características face  
aos atravessamentos da dinâmica neoliberal. Um exemplo da tentativa de pregnância ideológica  
neoliberal em nossa ação profissional é a atual tendência à mercadorização das competências  
de assessoria e consultoria em matéria de Serviço Social ou de Políticas Sociais, as quais vêm  
sendo desfiguradas pelo discurso empreendedor de um suposto Serviço Social autônomo, dadas  
as possibilidades do trabalho liberal, liberto da condição de assalariamento, prescindindo de  
inarredável mediação: o contrato de trabalho, isto é, a oferta de serviços para um cliente.  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
Defendemos a tese de que os assistentes sociais não superaram sua condição de  
assalariamento em razão de se inserirem no mercado de trabalho através da compra e venda de  
sua força de trabalho. Nesse sentido, o discurso de um Serviço Social supostamente autônomo  
parece emergir a reboque de uma das facetas ideológicas do neoliberalismo.  
Empreendedorismo como faceta do neoliberalismo: fundamentos  
A passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista representou alterações  
significativas nas funções do Estado burguês, o qual passou a atuar, defronte as expressões da  
questão social, por meio das políticas sociais, abrindo caminho para os conhecidos anos  
gloriosos, ou anos de ouro do capitalismo. Essa tendência, também descrita como decorrência  
do pacto fordista-keynesiano, possibilitou, na conjuntura de parte dos Estados-Nação de  
capitalismo central, a melhoria das condições de vida e trabalho da classe trabalhadora,  
notadamente através da consolidação de direitos sociais.  
Contudo, tratou-se de medida absolutamente pontual para a realização dos interesses do  
capital:  
Aquele período caracterizado pela produção de massa, consumo de massa e  
crescimento do círculo de consumo (pacto fordista-keynesiano – Welfare  
State), levando contingentes da classe trabalhadora e da classe média a um  
patamar de consumo antes inexistente, como também tornando-os  
beneficiários de políticas sociais de caráter universal e de direitos trabalhistas  
ampliados, segundo Mészáros (2002), não pôde ser mantido indefinidamente.  
Pois as medidas interventivas elaboradas para desobstruir os canais de  
acumulação e expansão do capital, dado o impedimento provocado pela  
contradição entre produção e realização, que tipifica a crise de superprodução  
de valores de troca do sistema, apenas protelaram os efeitos da contradição  
não enfrentada em sua base causal (Paniago, 2009, p. 3).  
652  
Como é próprio da dinâmica do capitalismo, a partir da década de 1970 esse padrão  
demonstrou seus sinais de esgotamento, que desembocou em uma nova crise com efeitos de  
maior gravidade, tendo o desemprego estrutural como uma de suas principais expressões. A  
reação burguesa à nova crise se configurou em três frentes enquanto “[...] processos imbricados  
e interdependentes no seio da totalidade concreta” (Behring, 2008, p. 34), a saber:  
reestruturação produtiva, mundialização financeira e o neoliberalismo.  
Na particularidade da formação sócio-histórica brasileira, tais processos ocorreram de  
forma singular, com marcadores significativos de diferenciação da experiência dos países de  
capitalismo central, especialmente daqueles que experimentaram um sistema de proteção social  
de alguma maneira consistente. Concordamos com Santos (2012) ao sustentar a hipótese de  
que, no caso brasileiro, a flexibilização e precarização do trabalho, próprias do processo de  
reestruturação produtiva como reação à crise do capital da década de 1970, são características  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
presentes na nossa realidade há mais tempo, herança de nossa relação de dependência e  
heteronomia face à conformação do capitalismo mundial (Fernandes, 2006):  
Vejamos o que estou designando como flexibilidade/precariedade do trabalho:  
inexpressividade e, em vários casos, ausência de regulação do trabalho; alta  
rotatividade nos postos de trabalho; subemprego; informalidade... Isso tudo  
está presente no Brasil ao longo da formação de seu mercado de trabalho  
(desde o final da escravidão), acentuando-se com a regulação do trabalho  
estabelecida por Vargas a partir dos anos 1930 e, especialmente, no momento  
da ditadura militar (Santos, 2012, p. 434-435).  
Nesse sentido, os impactos da flexibilização e precarização do trabalho no Brasil “[...]  
afirmam-se, de modo proeminente, no período em que nos países capitalistas desenvolvidos  
havia estabilidade, pleno emprego e Welfare State” (Santos, 2012, p. 434), elementos que  
caracterizam as particularidades da questão social no Brasil. Esse aspecto nos parece  
extremamente importante para a compreensão do processo de conformação da subjetividade da  
classe trabalhadora, seus processos de organização e mobilização políticas, constituição de  
entidades organizativas, assim como a assimilação da ideologia neoliberal expressa no discurso  
do empreendedorismo; subproduto de ideologia que testifica o fim da sociedade do trabalho.  
A polêmica em torno do fim da sociedade do trabalho é expressão da ampliação do  
desemprego com a estrutural incapacidade do mercado de trabalho de absorver contingentes  
cada vez maiores de trabalhadores, além da crescente heterogeneidade da classe trabalhadora e  
domínio do capital financeiro sobre o capital produtivo (Iamamoto, 2008).  
653  
Ao analisar o processo de contrarreforma do Estado brasileiro, Behring (2008) afirma  
tratar-se de movimento de mudanças estruturais, que tem raízes na reação burguesa à crise de  
1970, mas que precisa ser compreendido no quadro das particularidades da nossa formação  
sócio-histórica, conforme perspectivas de Florestan Fernandes e Caio Prado Júnior nas teses da  
modernização conservadora e revolução passiva.  
Nesses termos,  
[...] o neoliberalismo em nível mundial configura-se como uma reação  
burguesa conservadora e monetarista, de natureza claramente regressiva,  
dentro da qual se situa a contrarreforma do Estado. Do ponto de vista da  
reforma anunciada na Constituição de 1988 no Brasil, em alguns aspectos  
embebida da estratégia social-democrata e do espírito ‘welfareano’ – em  
especial no capítulo da Ordem Social –, pode-se falar também de uma  
contrarreforma em curso entre nós, solapando a possibilidade política, ainda  
que limitada, de uma reforma democrática no país [..] (Behring, 2008, p. 129).  
A transição democrática fortemente controlada pelas elites, a manutenção da condição  
de dependência em relação aos países de capitalismo central e o endividamento externo se  
anunciaram como condições favoráveis que precederam a contrarreforma neoliberal do Estado  
brasileiro nos anos 1990, o que contribuiu para o ajuste neoliberal no Brasil, o fracasso dos  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
planos de estabilização econômica e as dificuldades decorrentes de investimento no setor  
público (Behring, 2008).  
Tem-se no cenário brasileiro, portanto, o desemprego substantivo que emerge a reboque  
do sucateamento da indústria nacional; a informalidade; dificuldades de investimentos  
estruturantes; restrição das políticas sociais; privatizações; redução do investimento produtivo;  
além das expressões mais diretas e imediatas dessas tendências da economia nacional, o  
agravamento da pobreza, da violência urbana e da precariedade da renda.  
Para Druck (2021), esse contexto de transformações operado pelo capitalismo flexível,  
donde a supervalorização da individualização do trabalhador e da narrativa ideológica (no  
sentido de falseamento da realidade) da liberdade, autonomia e autogestão do trabalho, fermenta  
a defesa do gerencialismo e empreendedorismo:  
Esse movimento de metamorfose da precariedade estrutural do trabalho na  
sociedade capitalista, para além das condições objetivas, transforma a  
subjetividade dos trabalhadores, através da busca de legitimidade dessas  
novas relações de trabalho, justificadas pela construção do ‘sujeito  
empreendedor’ (Druck, 2022, p. 826).  
O Serviço Social enquanto especialização do trabalho coletivo na divisão social e  
técnica do trabalho não se aliena do desenrolar dessas tendências, postos os atravessamentos  
desse cenário na formação, trabalho profissional e conformação da subjetividade dos assistentes  
sociais. De acordo com Iamamoto (2009), no cenário contemporâneo, o aumento do contingente  
profissional, estimulado especialmente pela expansão do ensino à distância, levaria ao  
crescimento do desemprego no Serviço Social, e ainda à conformação de um exército  
assistencial de reserva, donde a catalisação de ideias voltadas para a qualificação do  
voluntariado e o chamamento à solidariedade como forma de enfrentamento da questão social;  
além da perda na qualidade da formação e propensão à submissão dos profissionais às  
requisições do mercado. É o que nos parece que está em curso no âmbito da categoria  
profissional, principalmente a partir da incorporação do discurso ideológico neoliberal do  
empreendedorismo.  
654  
Empreendedorismo no Serviço Social brasileiro como expressão do  
neoconservadorismo  
A análise empreendida em pequena amostra de perfis públicos nas redes sociais de  
assistentes sociais brasileiros deu conta de desvelar algumas tendências acerca do fenômeno do  
empreendedorismo e ethos coach no âmbito do Serviço Social. Trabalhamos com a análise de  
10 (dez) perfis públicos com quantitativo de seguidores que chega a 140 mil e que funcionam  
na direção da mentoria e orientação profissional de assistentes sociais desde 2013.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
Consideramos tendência empreendedora ou expressão do ethos coach a incorporação de  
uma linguagem gerencialista do mundo corporativo, bem como a oferta de produtos voltados  
à qualificação profissional, com promessas de aceleração da carreira e desenvolvimento  
profissional, mentoria para atuação técnica com vistas à conquista do sucesso e expressividade  
na carreira, além da orientação e estímulo ao empreendedorismo social.  
Lançar mão da categoria geração parece ser inarredável para a compreensão da invasão  
empreendedora no âmbito do Serviço Social pela via do recurso das mídias sociais. O ethos  
coach tem enredado de forma mais prevalente a juventude, notadamente aqueles com pouco  
tempo de formação e experiência profissional. É através das plataformas digitais das redes  
sociais que esse segmento tem encontrado formas de comunicar a necessidade e relevância de  
seu produto, recurso com maior incidência de acesso pela juventude.  
Trata-se de segmento que sofre mais frontalmente os impactos do desemprego estrutural  
na atual conjuntura de crise do capitalismo; uma massa de trabalhadores com formação e  
qualificação profissional que não foi incorporada ao limitado mercado formal de trabalho,  
mesmo no cenário pós-reforma trabalhista medida recentemente defendida pelos setores  
ultraliberais como uma das soluções centrais no combate ao desemprego (Guilland; Monteiro,  
2010).  
Uma particularidade a se destacar, contudo, é o fato do fenômeno empreendedor-coach  
envolver muito frequentemente a área de atuação na Política de Assistência Social, o que aponta  
para outro condicionante dessa tendência no Serviço Social, a hipótese da precarização do  
trabalho de parte desses jovens inseridos no mercado formal. A literatura das políticas sociais  
tem sinalizado a desvalorização da política de Assistência Social, desde o financiamento de  
serviços até os recursos humanos, expostos a vínculos fragilizados e à baixa remuneração  
(Pereira et al., 2017; Raichelis, 2010).  
655  
Ademais, a fragilização e/ou ineficiência de uma política de educação permanente e  
capacitação no setor (Pereira et al., 2017; Raichelis, 2010) pode justificar a oferta e procura de  
serviços de qualificação na perspectiva de mentoria e orientação profissional. O fato é que esses  
elementos conformam a dinâmica de um mercado que oferta produtos com preços diversos,  
valores que certamente contribuem para a complementação de renda de profissionais  
desvalorizados.  
Observa-se ainda ênfase significativa na oferta de produtos voltados para a qualificação  
da dimensão operativa do exercício profissional. O mercado parece ser bastante receptivo às  
promessas de facilitar ou descomplicar a prática, notadamente através da proposição de  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
minicursos com foco na produção de documentação técnica e instrumentais no âmbito do  
Serviço Social.  
Vinculado à área do conhecimento das Ciências Sociais Aplicadas, o Serviço Social tem  
natureza profundamente interventiva, pelo que seus profissionais têm sido demandados a  
apresentarem soluções objetivas para questões reais e complexas que despontam no cotidiano  
de trabalho. Por este motivo a questão metodológica e técnico-operativa tem sido importante  
tema de reflexões no âmbito da categoria, no entanto, preocupa o debate raso e imediato que  
prescinde das determinações mais essenciais acerca do fazer profissional atualizado, crítico e  
convergente com o Projeto Ético-político do Serviço Social.  
A este respeito, Pontes (2010) sinaliza que embora a questão metodológica tenha sido  
objeto de produção acadêmica no âmbito do Serviço Social, essa reflexão teórica tem deixado  
a desejar em termos de profundidade. O autor defende a hipótese, com a qual concordamos, de  
que essa superficialidade se deve à complexidade do objeto de intervenção profissional, “[...]  
porque enredado em uma teia de mediações intrínsecas à ordem social burguesa, contém  
dificuldades que obstaculizam as possibilidades de seu pleno desvendamento” (Pontes, 2010,  
p. 18).  
Ao discutir a importância da mediação, tanto no potencial heurístico, quanto como  
categoria central do método dialético, que o constitui ontologicamente e reflexivamente, Pontes  
(2010) demonstra o valor da incorporação da mediação para a compreensão dos objetos de  
intervenção do Serviço Social e do próprio Serviço Social como profissão ou seja,  
compreensão da realidade concreta, em sua estrutura e dinâmica, enquanto totalidade complexa,  
em seu movimento e contradição. Essa apreensão efetiva do método de compreensão da  
realidade é que conduzirá tanto à abstração e construção do conhecimento, quanto à condução  
de uma intervenção na perspectiva de transformação social:  
656  
Neste sentido, a mediação aparece neste complexo categorial com um alto  
poder de dinamismo e articulação. É responsável pelas moventes relações que  
se operam no interior de cada complexo relativamente total e das articulações  
dinâmicas e contraditórias entre estas várias estruturas sócio-históricas.  
Enfim, a esta categoria tributa-se a possibilidade de trabalhar na perspectiva  
de Totalidade. Sem a captação do movimento e da estrutura ontológica das  
mediações através da razão, o método, que é dialético, se enrijece, perdendo,  
por conseguinte, a própria natureza dialética (Pontes, 2010, p. 81).  
A apreensão do método, defendemos junto com o autor, contribui para a superação das  
“[...] simplificações que tanto prejuízo trazem para o processo de conhecimento e  
consequentemente de intervenção na realidade” (Pontes, 2010, p. 124). A categoria mediação  
também é especialmente importante para a reflexão sobre a invasão do discurso neoliberal do  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
empreendedorismo no âmbito do Serviço Social, uma vez que contribui para a superação da  
imediaticidade na análise dos fatos cotidianos, os quais enredados por uma teia de complexas  
relações, donde seu efeito de ocultação da realidade no contexto do exercício profissional.  
Ora, é no campo da imediaticidade que a ideologia neoliberal alienante se sustenta nos  
discursos seja seu próprio patrão, ou 10 passos para uma carreira de sucesso, que ocultam a  
estrutura e dinâmica próprias da sociedade burguesa, cujo cerne é a apropriação privada da  
riqueza socialmente produzida a partir da exploração do trabalho pelo capital. Eis o sentido de  
ideologia para os jovens Marx e Engels de A ideologia Alemã, expressão mistificadora que se  
reproduz em fraseologias esvaziadas e sem legitimação da realidade histórico-concreta (Marx;  
Engels, 2007), o que, em última instância, desemboca na legitimação e naturalização do atual  
estado de coisas.  
A oferta de guias para atuação profissional em seu aspecto instrumental, em nosso ponto  
de vista, reduz a dimensão técnico-operativa a simples execução procedimental de passos ou  
etapas, dissociando-a das dimensões teórico-metodológica e ético-política. Essa tendência  
sugere possível desvalorização da dimensão teórica no quadro da atuação profissional, ou ainda  
a ideia de que na prática a teoria é outra, como se o método materialista histórico-dialético não  
instrumentalizasse para a intervenção profissional; trata-se de concepção que considera a  
prática mais importante do que a teoria (Santos, 2013).  
657  
Santos (2013) pondera que a lacuna assinalada no âmbito da profissão no que diz  
respeito aos instrumentos e técnicas decorre “[...] de uma incorporação equivocada e não  
satisfatória da relação entre teoria e prática na concepção do materialismo histórico-dialético”  
(Santos, 2013, p. 04), ou ainda, noutra direção, da superficialidade no tratamento dado à  
reflexão sobre unidade no contexto dessa relação, prescindindo de uma formação que se  
aproxime da especificidade de cada dimensão constitutiva dessa unidade também diversa.  
Concordamos com a autora que a dimensão técnico-operativa, malgrado sua imbricação  
às outras dimensões constitutivas da profissão, não deve ser subsumida face ao  
superdimensionamento da especificidade dos elementos teórico-metodológicos e ético-  
políticos do Serviço Social, uma vez que “[...] a teoria não se transmuta de imediato em prática”  
(Santos, 2013, p. 09), posta, portanto, a necessidade de investimento em reflexão formativa na  
perspectiva da totalidade, que expressa unidade na diversidade.  
De todo modo, o debate em torno da dimensão técnico-operativa envolve  
fundamentalmente aspectos da formação profissional, que tem tido dificuldades de trabalhar a  
complexidade do método materialista-histórico dialético, das categorias mediação, unidade,  
diversidade, totalidade e outras. Isso parece contribuir com as explicações de como as lacunas  
Carina de Santana Alves; Vinicius Pinheiro de Magalhães  
postas pela complexidade temática abrem as portas para o processo de mercadorização da  
qualificação profissional, a qual dirigidas por profissionais autorrepresentados como  
professores, mentores e empreendedores que prometem a segurança técnica, o sucesso e a  
expressividade profissional.  
Do exposto, inferimos que a conjuntura de crise do capital, reestruturação produtiva,  
desemprego estrutural e precarização do trabalho organiza não só as condições objetivas de  
ajuste fiscal e retração dos direitos sociais, mais que isso, influi na conformação de  
subjetividade equivalente a tais condições concretas, que assimila a ideologia neoliberal na  
radicalidade de sua idolatria à meritocracia, ao individualismo e à liberdade, em seu sentido  
mistificado, na forma da ideologia da gestão de si mesmo e do empreendedorismo, ainda que  
ao custo da desproteção trabalhista.  
Outrossim, na particularidade do Serviço Social, essa dinâmica opera na direção de  
promover um desserviço na dimensão da qualificação profissional, posta a centralidade na  
oferta de produtos que não convergem com as expectativas do Projeto Ético-político da  
profissão, principalmente com o direcionamento ético-político das ações profissionais no  
sentido da emancipação humana, que devem ser balizadas em acurada análise crítica da  
realidade social.  
658  
Considerações finais  
Enquanto profissionalidade fruto da fase madura do capital, além de resultado das lutas  
da classe trabalhadora por melhores condições de vida e de trabalho, o Serviço Social emerge  
como especialização do trabalho coletivo necessário à operacionalização de respostas  
fragmentadas e focalizadas às expressões da questão social.  
O Serviço Social, portanto, desde a sua emergência, seu desenvolvimento e  
transformações, não pode ser compreendido descolado da realidade na qual se inscreve a  
sociabilidade burguesa, mediada pelas particularidades histórico-concretas da formação social  
brasileira. Assim, a profissão na contemporaneidade, tanto na perspectiva da formação quanto  
do exercício profissional, tem sentido os impactos das recentes transformações da sociedade,  
especialmente a partir da crise do capital a partir de 1970 e da reação burguesa expressa na  
mundialização financeira, na reestruturação produtiva e no neoliberalismo.  
Na formação social brasileira, tais expressões da reação burguesa se apresentam de  
maneira mais agudizada em virtude da inserção desigual e dependente face ao mercado  
capitalista mundial, donde a nossa precarização e flexibilização do trabalho, rotatividade,  
informalidade e proteção social incipiente.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 647-660, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518  
O fenômeno do empreendedorismo no serviço social brasileiro: notas exploratórias  
Nesse sentido, ao analisar a invasão do ethos coach e empreendedor no âmbito do  
Serviço Social brasileiro, buscamos demonstrar que esse fenômeno é expressão do  
neoconservadorismo na profissão, na medida em que incorpora o discurso neoliberal sobre as  
possibilidades de autogestão, aceleração da carreira e do sucesso no mundo do trabalho,  
mediadas pelas ideologias da meritocracia e qualificação profissional, o que termina por  
contribuir com a conservação da realidade de desemprego estrutural e precarização do trabalho.  
O Serviço Social crítico e renovado, orientado pela teoria social crítica, fornece  
ferramentas para compreender que a profissão, imersa na sociabilidade burguesa, sofre os  
rebatimentos de suas transformações. Assistentes sociais, enquanto classe trabalhadora,  
vivenciam as transformações contemporâneas do mundo do trabalho, marcado pela  
flexibilização, precarização e desemprego estrutural, expressões que impactam de forma  
nefasta suas condições objetivas de vida, além de contribuírem com a conformação de sua  
subjetividade e organização sócio-política.  
Além disso, o fenômeno empreendedor no âmbito da profissão também parece ser  
subproduto da fragilização e precarização do processo de formação profissional, que  
negligencia os aportes teórico-metodológicos necessários à compreensão crítica da  
sociabilidade burguesa e do significado social da profissão, a contrapelo das fecundas  
influências da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e de  
suas atualizadas diretrizes curriculares.  
659  
Longe de esgotar todos os aspectos deste necessário debate, apresentamos, nos limites  
deste ensaio, algumas pistas iniciais para a compreensão dos fundamentos da incorporação do  
empreendedorismo no âmbito do Serviço Social brasileiro como expressão do  
neoconservadorismo, compreensão que, em última instância, pode fornecer ferramentas para o  
enfrentamento desse estado de coisas, tendo como horizonte os princípios orientadores do nosso  
Projeto Ético-Político profissional no processo de tensionamento pela construção de outra  
sociabilidade.  
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