Bárbara T. Sepúlveda; Miriam Krenzinger
arranca continuamente dos governos oligárquicos, o monopólio da vida pública e da riqueza, a
onipotência sobre a vida” (Rancière, 2014, p. 121). Tal afirmação nos lembra as lutas que
lograram alterar a lógica inicial da representação, socializar a política, e ampliar o Estado, isso,
muitas vezes, a despeito dos interesses das classes dominantes.
A representatividade pode servir a representação, no sentido de uma reformulação ou
renovação, possibilitando um canal por meio do qual as demandas de grupos historicamente
subalternizados adquirem visibilidade, ao mesmo tempo em que oferece a quebra de
estereótipos que alimentam essa subalternidade. Socializar a política, o Estado ou mesmo a
sociedade brasileira, implica, sim, em nos vermos mais em quem nos representa. É educativo,
orgânico e emancipatório.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BEHRING, Elaine Rosseti; BOSCHETI, Ivanete. Política social: fundamentos e história. São
Paulo: Cortez, 2006.
BIANCHI, Álvaro. Revolução Passiva e Crise de Hegemonia no Brasil Contemporâneo. In.
Revista Outubro (online), abril de 2017.
BIANCHI, Álvaro. Classe Política e Crise da Democracia na Crítica de Antônio Gramsci. In.
Revista Tempo Social. São Paulo, v. 31, n. 2, 2019, p. 7- 29.
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e Democracia. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de
Janeiro: Paz e Terra,1987.
280
BRAGA, Ruy. A Restauração do Capital: um estudo da crise contemporânea. São Paulo:
Xamã, 1996.
BUCI-GLUCKSMANN, Christinne. Gramsci e o Estado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci: um estudo sobre o seu pensamento político. Rio de
Janeiro: Campus, 2010.
COLLINS, Patrícia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do
pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, 2016.p. 99-
127.
DAGNINO, Evelina. Os Movimentos Sociais e a Emergência de uma Nova Cidadania. In:
DAGNINO, Evelina (org). Anos 90: política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense,
2004.
DEMIER, Felipe. Democracias Blindadas nos Dois Lados do Atlântico: Formas de Dominação
Político-Social e Contrarreformas no Tardo-Capitalismo (Portugal e Brasil). In. Revista
Libertas v. 12 n. 2 (2012): ago. dez. 2012.
DEMIER, Felipe. O Longo Bonapartismo Brasileiro (1930-1964): autonomização relativa do
Estado, populismo, historiografia e movimento operário. 2012. 2 v. 506f. Tese (Doutorado
em Poder e Sociedade) - Universidade Federal Fluminense. Departamento de História, 2012.
DEMIER, Felipe; GONÇALVES, Guilherme. Capitalismo, Estado e democracia: um
debate
2376.
marxista. In. Rev. Direitoe Práx; Rio de Janeiro, v. 08, N.3, 2017, p. 2350-
DURIGUETTO, Maria Lúcia; DEMIER, Felipe. Democracia blindada, contrarreformas e luta
de classes no Brasil contemporâneo. In. Argum., Vitória, v. 9, n. 2, p. 8-19, maio./ago. 2017.
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 1, p. 264-281, jan./jun. 2024. ISSN 1980-8518