articulação latino-americana impõe-se uma exigência de aprofundamento da consciência
crítica sobre a América Latina no atual movimento de mundialização, sobre as tendências
atuais do internacionalismo e o significado atual do Brasil no continente e no mundo com base
na qual construirá um programa de trabalho a ser atualizado sistematicamente de acordo com
os movimentos da realidade”.
Nesse sentido, na internacionalização do Serviço Social brasileiro permanece em
destaque a necessidade de consolidar a construção regional, especialmente no Cone Sul, cuja
expressão política e organizativa é a ALAEITS. Como foi dito, o país foi, desde os inícios do
movimento de Reconceituação, um protagonista decisivo nos destinos desse processo e um pilar
de sustentação e funcionamento da entidade desde finais da década de 1970. Dialeticamente,
são muitos os frutos colhidos pelo Serviço Social crítico brasileiro desse diálogo com o
movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina; diálogo que se remonta à
década de 1960, com os Seminários Regionais em Rio Grande do Sul.
No início do século XXI, no contexto do ciclo de governos progressistas mencionados,
as articulações para reerguer o movimento criam ALAEITS, dando continuidade ao processo
organizativo iniciado com ALAETS. Desde então até agora o desafio segue sendo a
reconstrução do projeto crítico, mantendo seu funcionamento regimental e a legalidade dos
procedimentos e decisões políticas. Do ponto de vista formal/legal, a ALAEITS mantém um
funcionamento institucional relativamente estável, com suficiente representatividade no
continente. Todavia, a construção de um projeto crítico a nível latinoamericano, que seja
expressão da integração e da síntese da diversidade de perspectivas e vivências críticas da nossa
região, continua frágil. Da mesma forma, os esforços para coordenar uma formação profissional
crítica na graduação e na pós-graduação ainda precisam crescer.
Outro desafio relacionado é avançar na agenda de pesquisa do Serviço Social crítico na
América Latina, organizá-la e colocá-la em diálogo, em debate. Essa é uma tarefa fundamental
da associação, posto que fortalece a própria organicidade de ALAEITS. Atualmente não há uma
pauta comum de investigação, através da qual poder debater e dialogar; existem redes de
pesquisadores articuladas produzindo conhecimentos críticos muito potentes, porém com pouca
organicidade na ALAEITS; não se conta com um CELATS, para tratar da atualização
permanentemente a formação profissional; há muita pesquisa de qualidade que é pouco
conhecida, ou pouco divulgada, perdendo sua potência.
Da mesma forma, são necessários avanços substantivos na política de comunicação da
ALAEITS, que enfrenta o desafio da extensão territorial e a enorme diversidade cultural que
nos identifica como latino-americanos. Nesse sentido, hoje mais do que nunca, é clara a