no mundo imperialista, diferente de tudo o que ocorrera desde o início da
década de 1920. Em 1969, o proletariado italiano desencadeou a maior onda
de greves que o país conheceu; em 1972, a classe operária inglesa lançou a
mais bem-sucedida ofensiva industrial em sua história, paralisando a
economia nacional; em 1973, o movimento trabalhista japonês realizou o seu
maior ataque contra o capital até hoje. Em 1974, a economia capitalista
mundial entrou em sua primeira recessão generalizada desde a guerra.
Como se destaca no projeto (Iamamoto et al., 2016), nesse mesmo período, o Estado é
forte, a democracia episódica, as ditaduras recorrentes e as lutas permanentes. Os/as
trabalhadores/as também se organizam em movimentos de luta a favor dos “oprimidos” (na
esteira do educador brasileiro Paulo Freire), contra o imperialismo e a dependência dos países
capitalistas centrais.
Marcados pela crise do padrão de acumulação produtiva, América Latina, Portugal,
Espanha, Inglaterra e E.U.A. possuem diferentes inserções econômicas no capitalismo
internacional. América Latina, Portugal e Espanha, mesmo que de forma diferenciada, colocam-
se na condição de países dependentes, pertencentes ao denominado “capitalismo periférico”. Já
E.U.A. e Inglaterra, na condição de países do primeiro mundo, de caráter imperialista,
pertencentes ao polo do “capitalismo central”. Como descreve Anderson (2004, p.122), “os
universos da mais rica classe imperialista e a mais antiga classe operária do mundo”. Para Eiras
et al (2022, s/p):
Na perspectiva dessa análise relacional, E.U.A. e Reino Unido, no início dos
anos 1960, estão na ponta do desenvolvimento capitalista, configurando-se
como regiões que concentram capital e alto índice de produtividade (trabalho
e tecnologia), combinando riqueza e desenvolvimento econômico
(agricultura, indústria e serviços). Em ambos, havia baixos índices de
desemprego e pobreza, acesso a direitos trabalhistas e a serviços estatais de
qualidade, no âmbito da educação, saúde e previdência, além de estruturas de
serviços para a assistência social. E.U.A. e Reino Unido constituem o grupo
que detém as prerrogativas de deliberação acerca da ordem econômica
mundial e, obviamente, o poderio militar capaz de garantir tais deliberações,
subordinando países e regiões aos interesses de reprodução do capital.
A América Latina encontra-se no outro polo, subordinada aos interesses
constituídos na ordem econômica mundial, dependente dos investimentos de
capital e da importação de equipamentos e tecnologia de ponta, tornando
difícil a competição dos países dessa região no mercado internacional.
Diante desse cenário, configura-se como fundamento para análise do objeto deste estudo
a compreensão da profissão do Serviço Social inscrita na sociabilidade capitalista. Isso significa
dizer que uma profissão é compreendida como um produto histórico, adquirindo sentido e
inteligibilidade na história da sociedade da qual é parte e expressão. De outro modo, ainda, uma
profissão se explica no movimento histórico, em um processo mais amplo e global. Assim, o
ponto de partida para a análise histórica que a pesquisa se propõe é a expansão capitalista e seus