desta natureza nas várias políticas sociais setoriais em que atuam, potencializando essas
possibilidades.
Iamamoto (2002: 33), nos alerta para o desafio de fazer avançar essa perspectiva na
profissão, tornando-se “[...] fundamental estimular inserções sociais que contenham
potencialidades de democratizar a vida em sociedade, conclamando e viabilizando a ingerência
de segmentos organizados da sociedade civil na coisa pública”. E também Abreu (2011): que
seja um público não burguês, que seja de fortalecimento das classes subalternas na correlação
de forças nos diferentes espaços da relação da sociedade política e sociedade civil.
Tais alertas, chamadas, que as autoras fazem, coadunam com pressupostos gramscianos
e com o caminho que percorremos que cerca a elevação intelectual e cultural, de
conhecer/pensar coerente e criticamente a realidade; e sobre esta elevação, o desenvolvimento
de práticas profissionais e sociais diferenciadas que enfrentam o pensamento tradicional nas
mais diversas instâncias e áreas de atuação do Serviço Social – gênero, meio ambiente,
assistência social, enfrentamento a violências, saúde, educação, criança e adolescente, as
relações entre Estado e sociedade civil, entre tantas outras áreas.
Ou seja, o caminho que seguimos de proximidade de Gramsci e o Serviço Social, além
da sua referência ampla, metodológica-analítica de sociedade, das relações entre Estado e
sociedade civil, é delimitado pelas categorias modernas de envolvimento prático, de
desenvolvimento da autonomia, de participação, de politização, de responsabilidade pela
construção coletiva, da socialização da política e do poder, de novos fundamentos ético-
políticos na gestão da vida social, por parte das classes subalternas como protagonistas em
potencial que são.
Consideramos que este se mostra um caminho possível, principalmente, diante de um
quadro de tantas adversidades e, o referencial e o projeto gramscianos nos dispõem
fundamentos e instrumentos para tanto.
Referências
ABREU, Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da
prática profissional. 4ª ed. São Paulo : Cortez, 2011
ABREU, Marina Maciel; CARDOSO, Franci Gonçalves. Mobilização social e práticas
educativas. In: ABEPSS; CFESS (Org.). Serviço Social: direitos sociais e competências
profissionais. Brasília: Cfess/Abepss, UnB, 2009, p. 593-608.
BOUTIN, A. C. B. D., SCHEIFFER, C. S., SOUZA, C. G. de, LUIZ, D. E. C., BISCAIA, F.
R., ALVES, G. A., JUNIOR, M. I.,; SILVA, S. C. e. (2018). Perfil quantitativo das categorias
teóricas gramscianas dos artigos do Mapa do International Gramsci Society do
Brasil. Emancipação, 18(2), 386-398.
CHAUI, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. 3ª ed. São Paulo : Perseu