Libertas- O cenário atual é desafiador para os estudos e ações que se propõem críticas,
como a ReMGEFSS entende esse momento e projeta as suas ações futuras?
ReMGEFSS – A ReMGEFSS eclode numa conjuntura marcada por desafios barbáricos,
cuja educação superior vive acirrado avanço da mercantilização, constantes ataques frontais à
ciências, sobremaneira às ciências sociais; cortes orçamentários coerente com o projeto
ultraconservador e neoliberal da base governamental. Este é o leme que tem derruído as
políticas públicas e perpetrado a cultura, as relações sociais em todos seus tecidos e afrontado
os diversos espaços que se configuram como resistência a essa perspectiva monocrática e
protofascista. Ainda neste interregno, o ano de 2020 foi acometido pela anunciada pandemia
COVID-19, reduzindo ainda mais as relações sociais, formação e trabalho profissional à
condição de tecnologias que valorizam a abordagem puramente instrumental.
Numa postura também de resistências as determinações capitalistas, a aposta na
ReMGEFSS é expressa desde sua gênese pela perspectiva do coletivo democrático e de relações
dialogadas, horizontais como forma de resistência e luta, e neste no papel político, acadêmico
e científico de sua organização. Parte da premissa de que a constituição de rede de grupos de
estudos e mesmo Rede de pesquisas ou de pesquisadoras/es/os são importantes “com e para” o
amadurecimento/fortalecimento do pensamento histórico-crítico na profissão e viabilizadora de
respostas mais ampliadas frentes aos desafios contemporâneos. Os grupos equivalem como um
campo acadêmico fértil e profícuo para a construção coletiva de produção de conhecimentos e
saberes capazes de forjar a perspectiva histórico-crítica no Serviço Social. A unidade, na
diversidade destes grupos, na configuração de Rede de Grupos de Estudos potencializa as
pesquisas, a produção de conhecimento, a vinculação de universidades e atores protagonistas
da formação profissional; como também forja a conexão entre autoras/es possibilitando a
fruição da troca de experiências, saberes, oportunidades de publicações coletivas e adensamento
da produção no interior da própria categoria. Por outro lado, próprio das contradições das
relações sociais numa sociedade estruturada na luta de classes e viés neoliberal que aponta
implicações na cultura, podem carrear também dificuldades de relacionamentos, pontos frágeis
numa rede acadêmica, como competição, vaidade intelectual, produtivismo, frustrações e
conflitos. Por tal, a participação de grupos de estudos na ReMGEFSS se dá na unidade da
diversidade dos mesmos, considerando a identidade entre os grupos no perfil ético-político e
acadêmico entre pesquisadoras/es líderes dos grupos que compõem a coordenação colegiada da
rede. Como marco para aproximações, demarca-se o compromisso com projeto ético-político
hegemônico do Serviço Social e com as trincheiras e lutas da classe que vive do trabalho; sem
perder de vista o saber de que toda relação profissional é também um campo de tensões e de