DOI 10.34019/1980-8518.2020.v20.32934
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Os fundamentos do Serviço Social e o
enfrentamento ao conservadorismo
Maria Carmelita Yazbek
*
RESUMO
O artigo apresentado analisa os fundamentos do conservadorismo clássico, a relação com o
Serviço Social na sua nese e a posterior ruptura. Destaco a centralidade dos fundamentos na
abordagem sobre a profissão, entendendo aqui por fundamentos a matriz histórico-ontológica,
explicativa da realidade e da profissão, sob múltiplos aspectos, e que permeia a interlocução
entre o Serviço Social e realidade. Concluímos sobre a necessidade de enfrentamento à ofensiva
conservadora que caracteriza o tempo presente.
PALAVRAS-CHAVE: Conservadorismo, Serviço Social, Fundamentos
The fundamentals of Social Work and the fight against conservatism
ABSTRACT
This article analyzes the fundamentals of classical conservatism, the relationship with Social
Work in its genesis and the subsequent rupture. It highlights the centrality of the fundamentals
in the approach to the profession, here understanding the historical-ontological matrix, which
explains reality and the profession, under multiple aspects, and which permeates the dialogue
between Social Work and reality. It concludes about the need to confront the conservative
offensive that characterizes the present time.
KEYWORDS: Conservatism, Social Work, Fundamentals
*
Maria Carmelita Yazbek é professora da PUC/SP, pesquisadora 1 A do CNPq, mestrado (1977) e doutorado
(1992) em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pós doutoramento no âmbito de
ciências políticas pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo – USP.
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Inicialmente cabe apresentar os referentes que orientam a minha reflexão sobre o
Serviço Social e o necessário enfrentamento à ofensiva conservadora que caracteriza o tempo
presente. Assim, em primeiro lugar reafirmo, a centralidade dos fundamentos em minha
abordagem sobre a profissão, entendendo aqui por fundamentos a matriz histórico-ontológica,
explicativa da realidade, e da profissão, sob múltiplos aspectos, e que permeia a interlocução
entre o Serviço Social e realidade. Fundamentos que na atualidade se expressam na abordagem
histórico-crítica, fundada na Teoria Social de Marx e na Tradição Marxista e que se colocam
como base para o projeto profissional hegemônico, expressando uma direção social que se
estrutura nas dimensões histórico-ontológicas, teórico-metodológicas, ético-políticas e técnico-
operativas.
Cabe assinalar que o núcleo central do debate brasileiro contemporâneo sobre
Fundamentos se estrutura a partir de um determinado modo de entender a profissão, à luz da
Teoria Social Marxiana, no âmbito das relações sociais constitutivas da ordem capitalista,
consideradas as particularidades de sua condição periférica e que supõe:
- uma abordagem da história a partir das classes sociais e de suas lutas, entendendo as
diversas manifestações da “questão social” e as suas estratégias de enfrentamento, como âmbito
privilegiado da intervenção profissional.
- uma apreensão da realidade totalizante, ontológica e em movimento contraditório que
apreende o ser social a partir de determinações e mediações. Ou seja, as relações sociais são
sempre mediatizadas por situações, instituições, contextos nos quais se engendram como
totalidade as relações sociais que configuram a sociedade capitalista e que revelam/ocultam as
relações sociais imediatas. Nesta perspectiva, a reprodução das relações sociais é entendida (cf.
IAMAMOTO, 2011) como a reprodução da totalidade da vida social, o que engloba não apenas
a reprodução da vida material, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das formas
de consciência social através das quais o homem se posiciona na vida social. Desta forma, a
reprodução das relações sociais é a reprodução de toda a trama de relações da sociedade.
- uma concepção da profissão no contexto da divisão social do trabalho, que é sócio-
técnica, mas é também sexual e étnico-racial. E, assim sendo, uma concepção de profissão que
tem na centralidade do trabalho e dos trabalhadores e de suas lutas um eixo definidor de sua
natureza.
- finalmente, uma concepção de profissão que a situa como área de produção de
conhecimentos, sobre o processamento dessa especialização do trabalho coletivo, sobre as
condições de vida da população com a qual trabalha, e especialmente sobre a realidade social,
econômica, política e cultural onde se insere. (cf. MOTA, 2016) Marx dizia que explicar a
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realidade não é apenas descobrir os nexos que a constituem, mas ajudar essa realidade a se
constituir.
Trago, portanto aqui, uma apreensão do Serviço Social que não é indiferente do ponto
de vista teórico, social e político e parte da posição inaugurada por Iamamoto em 1982, de que
o significado social da profissão só pode ser desvendado em sua inserção na sociedade, ou seja,
“a análise da profissão, de suas demandas e atribuições, em si mesmas não permite desvendar
a lógica no interior da qual ela ganha sentido. Assim sendo, é preciso ultrapassar a análise do
Serviço Social em si mesmo para situá-lo no contexto de relações mais amplas que constituem
a sociedade capitalista, particularmente, no âmbito das respostas que esta sociedade e o Estado,
pela mediação das Políticas Sociais, constroem, frente à questão social
1
e às suas manifestações,
em múltiplas dimensões.” (YAZBEK, 2009, p. 3) Essas dimensões constituem a sociabilidade
humana e estão presentes no cotidiano da prática profissional, condicionando-a e atribuindo-
lhe características particulares. Ao afirmarmos o caráter histórico e político do Serviço Social
que resulta de relações sociais, econômicas, políticas, culturais que moldam sua necessidade
social, suas características e definem seus usuários, partimos da posição de que a profissão é
uma construção histórica e contextualizada, situando-se nos processos de reprodução social da
sociedade capitalista, sendo objeto de múltiplas determinações historicamente processadas.
Gostaria ainda de lembrar que esse processo de reprodução da totalidade das relações
sociais na sociedade é um “processo complexo, que contém a possibilidade do novo, do diverso,
do contraditório, da mudança. Trata-se, pois, de uma totalidade em permanente reelaboração,
na qual o mesmo movimento que cria as condições para a reprodução da sociedade de classes
cria e recria os conflitos resultantes dessa relação e as possibilidades de sua superação (cf.
YAZBEK, 2009).
Cabe lembrar aqui que, conforme José de Souza Martins (1975, p. 74), os processos
sociais, constitutivos da vida em sociedade (e em nossa análise a dimensão da profissionalidade
expressa no trabalho profissional), comportam uma dupla dimensão: de um lado expressam
determinações sociais econômicas e políticas, historicamente constituídas (sobre as quais a
profissão não tem ingerência) e de outro, o projeto dos sujeitos envolvidos. Condição que
possibilita aos profissionais uma relativa autonomia no desempenho de suas atribuições e
competências (cf. IAMAMOTO, 2007).
Enfrentar e explicitar essa contradição constitutiva do trabalho do assistente social a
1
A Questão Social é expressão das desigualdades sociais constitutivas do capitalismo. Suas diversas
manifestações são indissociáveis das relações entre as classes sociais que estruturam esse sistema e nesse sentido
a Questão Social se expressa também na resistência e na disputa política.
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partir da relativa autonomia de que dispõe, no confronto cotidiano, entre sua condição de
assalariamento e a realização de seu projeto, é condição para seu desvelamento. Assim sendo,
é preciso ter presente que: “Não espaços sem contradição, não como o Serviço Social
deixar de participar desse processo, cuja direção está sempre em disputa, pois fazemos parte
dela em qualquer contexto” (YAZBEK, 2018, p. 101). Não é uma escolha, participar ou não
desse processo e das disputas que contem.
Sabemos, pela nossa história, que tivemos fortes marcas de fundamentos doutrinários,
positivistas e sabemos também que o pensamento conservador nos persegue, nos engendra, de
múltiplas formas. Isso porque suas marcas penetram o modo capitalista de pensar, de modo
global e especialmente a Cultura Política Brasileira, as Políticas Sociais, nossos âmbitos de
trabalho, e a própria vida das classes subalternas, com as quais trabalhamos cotidianamente.
Processo que não se dá sem resistências, pois sabemos também que, nas últimas três décadas,
o Serviço Social brasileiro construiu um projeto, para a profissão, sob a direção do pensamento
marxiano e da tradição marxista, com múltiplas faces. E, tendo esses referentes como
balizamento é que devemos enfrentar a ofensiva conservadora colocada, nessa difícil
conjuntura.
Contexto de crise estrutural do capital que avança em seu caráter ultraliberal, predatório
e na banalização da vida. Contexto que, do ponto de vista da Economia Política, configura um
tempo de devastação como nos lembra Antunes, “uma fase ainda mais destrutiva da barbárie
neoliberal e financista” (ANTUNES, 2018, p. 10).
Os indicadores que revelam esse quadro crescem a cada dia, agravados alguns meses,
pelo contexto da pandemia da Covid-19, que vem evidenciando a desigualdade estrutural do
país. Desigualdade que cresce no mundo global e especialmente na América Latina. No
relatório de desenvolvimento humano de dezembro 2019, do Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), a América Latina foi apontada como a região do mundo com a
maior desigualdade de renda e o Brasil como o 7º país mais desigual do mundo. Neste
continente, os 10% mais ricos concentram uma parcela maior da renda (37%) do que em
qualquer outra região do planeta ou cidade, segundo o estudo.
Segundo o estudo: “Em 2020, a regressão econômica e social que decorre da crise
sanitária imposta por onda viral de dimensão mundial encontra os países latino-americanos já
debilitados pela estagnação econômica (0,2% de variação média anual do PIB entre 2010-
2019) [...] Sabe-se que a onda viral atual resulta da forma degradante com que o
desenvolvimento capitalista tem explorado a natureza. As emissões dos gases de efeito estufa,
o desmatamento e a mudança climática agridem o conjunto dos biomas, forçando a liberação
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crescente de vetores propagadores das doenças virais
2
. [...] Nesse contexto, o Estado que até
pouco tempo era visto dominantemente como o centro dos problemas nacionais pelo
receituário neoliberal transformou-se rapidamente na condição necessária para sair do quadro
regressivo atual. [...}
No relatório conjunto da Cepal e OIT
3
, de maio de 2020, o decrescimento do PIB
estimado em 5,3% provocará a elevação da taxa de desemprego de 8,1%, em 2019, para 11,5%,
em 2020. Com o crescimento de 3,4 pontos percentuais na taxa de desemprego, a região deverá
comportar mais 11,5 milhões de novos desempregados (CEPAL/OIT, 2020).
No Brasil, chegamos ao final do ano, conforme dados do IBGE, com um crescimento
de 35,9% do desemprego em relação ao mês de maio, com impactos de 5 % a mais para as
mulheres, especialmente as negras. Ademais, o desassalariamento amplia-se, com maior
presença, evidenciando o crescimento da informalidade e de ocupações por conta própria.
São tempos difíceis onde se entrecruzam com a crise estrutural do capital, compondo
uma totalidade, outras crises que venho destacando em minhas análises recentes. Relembrando
rapidamente:
Em primeiro lugar destaco “as profundas transformações observadas nas últimas
décadas, na esfera da acumulação capitalista expressas na reestruturação produtiva e na
financeirização da Economia com seus impactos no mundo do trabalho, na “questão social” e
na Política Social, âmbito privilegiado de nossa intervenção” (YAZBEK,2019, p. 87).
Esse é o primeiro ponto e, como sabemos, a desigualdade e a concentração de renda que
se intensificam nas atuais formas de acumulação capitalista, trazem como consequência a
radicalização da questão social, outro conceito que expressa relações capitalistas.
Aprofunda-se a exploração do trabalho. Como lembra Raichelis (2018, p. 51):
Aprofunda-se a tendência do capital de redução do número de trabalhadores
contratados, gerando economia de trabalho vivo [...] amplia-se o desemprego
estrutural além da precarização e deterioração da qualidade do trabalho, dos
salários e das condições em que ele é exercido, que se agravam ainda mais se
considerando os recortes de gênero, geração, raça e etnia.
Sabemos, pelo debate acumulado no âmbito do Serviço Social, que a Questão Social e
a desigualdade são elementos estruturantes da sociabilidade capitalista. Questão que se
reformula e se redefine, mas permanece substantivamente a mesma por se tratar de uma questão
2
Somente na Amazônia encontra-se mapeado a existência de 3,2 mil tipos de coronavírus, nem todos letais ao ser
humano. Em cada 1% de avanço no desmatamento da Amazônia, nota-se, por exemplo, a expansão de 23% na
incidência de casos de malária e 9% de leishmaniose. Para mais detalhes, ver: ANTHONY et al. (2017) e
MAXMEN (2017).
3
Cf. CEPAL/OIT (2020), El trabajo en tiempos de pandemia: desafíos frente a la enfermedad por coronavirus
(COVID-19). Coyuntura Laboral en América Latina y el Caribe.
Maria Carmelita Yazbek
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estrutural, constitutiva das relações capitalistas, de sua divisão da sociedade em classes e da
disputa pela riqueza socialmente construída, cuja apropriação é profundamente desigual no
capitalismo. Supõe a consciência dessa desigualdade e a resistência à opressão por parte da
“classe que vive do trabalho” (cf. YAZBEK, 2004, p. 33).
É fundamental ainda assinalar algumas novas configurações e expressões que a “questão
social” assume nos contraditórios tempos presentes, condensando “múltiplas desigualdades
mediadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais, mobilidades
espaciais, formações regionais e disputas ambientais, colocando em causa amplos segmentos
da sociedade civil no acesso aos bens da civilização. Dispondo de uma dimensão estrutural
enraizada na produção social contraposta a apropriação privada do trabalho –, a ‘questão social’
atinge visceralmente a vida dos sujeitos numa luta aberta e surda pela cidadania, no embate
pelo respeito aos direitos civis, sociais e políticos e aos direitos humanos” (IAMAMOTO, 2018,
p.72).
Cabe lembrar ainda, que uma análise crítica da questão social’ no tempo
presente exige que sejam lembrados os processos de formação do país, desde
a colonização, um empreendimento mercantil, que caminhou na direção de
uma economia composta de senhores e escravos, na qual as marcas do
patrimonialismo-paternalista vão plasmar a sociedade brasileira. “O par
senhor-escravo assentou as bases de uma estrutura social bipolar, que formou
a maior parte da nação. A casa grande e a senzala são o brasão dessa
sociedade” (Oliveira, 2018: 29). Desse modo é fundamental não esquecer que
o caráter predatório das relações coloniais e do escravismo deixou, sem dúvida
suas marcas na história do país e implantou bases importantes na construção
da lógica que vem presidindo a expansão do capitalismo dependente na
periferia em tempos mais recentes, bem como as características próprias da
questão social brasileira (YAZBEK, p. 90).
Traço da formação social do país, a conjugação do “avanço” com o “atraso” assegurou
desde sempre sucesso para a dominação burguesa.
Nesse sentido, a natureza desse capital precisa ser desvelada, decifrada, para entender o
seu ataque contra a Política. Configura-se assim, uma segunda dimensão dessa profunda crise:
é a desqualificação e despolitização da Política, em um contexto onde se colocam em questão
os sentidos da Política, dimensão que não abordaremos aqui.
Âmbito onde é possível entender o ataque do Capital contra as políticas sociais em
relação às quais a conclusão que se chega é que não interessa a esse “capital manter políticas
sociais organizadas e financiadas pelo Estado” (MARQUES, 2018, p. 110) Desse modo,
podemos entender que esse avanço e especialmente do capital financeiro, que assumiu o
controle da acumulação, sobre as políticas sociais é uma característica do capitalismo
contemporâneo globalmente, Característica que, aliada ao novo padrão de acumulação
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caracterizado pela flexibilização produtiva, com sua nova morfologia do mundo do trabalho
com desemprego, redução de salários e precarização do trabalho e ausência de direitos, tem
como resultado a ampliação de situações de trabalho desprotegido, o aumento da pobreza e o
desmonte da proteção social.
E chegamos aqui à uma terceira dimensão dessa grande crise a ser considerada: as
mudanças que podemos observar no âmbito da Sociabilidade e da Cultura Política que
justificam e sustentam a ordem capitalista e especialmente esse processo mais amplo de
acumulação. Nesse âmbito, vivemos tempos de ofensiva conservadora, de avanço do
irracionalismo, do obscurantismo de ameaças à democracia e de redução dos direitos, tempos
de regressão conservadora que se expressa no avanço da defesa das instituições tradicionais,
na naturalização da desigualdade, no acirramento dos preconceitos, no racismo, no feminicídio,
na homofobia e na criminalização dos movimentos sociais, entre outros aspectos. Trata-se de
um contexto de ascensão global, ao poder de forças conservadoras por toda parte, com altíssimo
teor de violência e barbárie, que nos lembram, para ficarmos apenas no século XX, os anos
1930 que antecederam a segunda guerra mundial e os anos mais recentes de regimes ditatoriais
militares da América do Sul. [...] “É como se tais forças jamais tivessem desparecido de fato,
mas apenas feito um recuo estratégico temporário à espreita de condições favoráveis para sua
volta triunfal” (ROLNIK, 2018) Contexto de paradoxos, onde articulam forças reativas
distintas e no qual vai se tornando
evidente que o capitalismo financeirizado precisa destas subjetividades rudes
temporariamente no poder. São como seus capangas que se incumbirão do
trabalho sujo imprescindível para a instalação de um Estado neoliberal:
destruir todas as conquistas democráticas e republicanas, dissolver seu
imaginário e erradicar da cena seus protagonistas entre os quais,
prioritariamente, as esquerdas em todos os seus matizes. [...] A torpe
subjetividade destes (neo)conservadores é arraigadamente classista e racista,
para não dizer colonial e escravocrata, o que os leva a querer cumprir este
papel, sem qualquer barreira ética e numa velocidade vertiginosa. Quando
nem bem nos damos conta de uma de suas tacadas, uma outra já está em vias
de acontecer (ROLNIK, 2018).
Estou colocando aqui em evidência, um movimento que expressa um processo de
refuncionalização do conservadorismo na sociedade burguesa no histórico processo de sua
constituição como uma das bases de manutenção da ordem capitalista após 1848 até os dias
atuais. Entendo que a partir daí o pensamento conservador assume progressiva importância nas
bases que sustentam a ordem capitalista até chegar a expressões ultrarreacionárias desse
conservadorismo que flerta com ideias sinistras (cf. Rodrigues
4
)
4
Reflexões desenvolvidas pela profa. Mavi Rodrigues no I Encontro da Rede Mineira de Grupos de Estudos sobre
Maria Carmelita Yazbek
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Muito sumariamente gostaria de apresentar algumas considerações sobre marcas que
caracterizaram o processo histórico de desenvolvimento do pensamento conservador de suas
gêneses ao neoconservadorismo contemporâneo/refuncionalizado e ultrarreacionário.
5
Inicialmente é fundamental lembrar que o conservadorismo como forma de pensamento
e experiência prática é resultado de um contra movimento aos avanços da modernidade, e nesse
sentido, suas reações são restauradoras e preservadoras. Edmund Burke (1729-1797), com a
publicação de sua obra Reflexões sobre a Revolução em França, em 1790 marca o início do
debate sobre o Pensamento Conservador. É considerado um dos fundadores do
conservadorismo. O conservadorismo moderno é, pelo menos em sua forma filosófica, produto
da Revolução Francesa e da Revolução Industrial. Produto não intencional, involuntário, (e
recusado pelos protagonistas de ambas, não obstante, seu produto). O que as duas revoluções
questionavam e traziam como expressões da modernidade iluminista, era defendido por
conservadores como Burke. Só em 1830 o conservadorismo começa a fazer parte do discurso
político europeu, mas seu conteúdo pode ser encontrado no trabalho de Burke. trabalha
os temas essenciais do conservadorismo, defende a importância do feudalismo e de outras
estruturas históricas como a família patriarcal, a comunidade local, a Igreja, as associações e a
região. É importante assinalar que Burke era irlandês, anglicano e ligado à aristocracia da terra,
defendia valores religiosos para a vida social, a recristianização da sociedade, a pureza da fé, a
defesa da propriedade privada e a autoridade. Seu pensamento combate o iluminismo e vai
influenciar o pensamento sociológico, presente em autores como Auguste Comte (1798-1857),
Pierre Frédérick Le Play (1806-1882) e especialmente em Émile Durkheim (1858-1917) onde
está presente o mais importante elo entre o conservadorismo e o estudo do comportamento
humano.
Burke, foi filósofo e político, mas não escreveu nenhuma obra sobre Teoria Política.
Seus pensamentos são expostos em cartas, discursos e panfletos. Há em sua obra uma
fascinação pela Idade Média e pelo Código Feudal da cavalaria. Na perfeição dos grandes
senhores e na religião é que Burke buscava inspiração. De sua ênfase na defesa do passado é
que surgem valores como comunidade, autoridade, hierarquia, parentesco. O passado é para os
conservadores a terra firme. Para ele o poder democrático é instável e o pensamento
conservador é restaurador, preservador e reforça a autoridade moral.
de Fundamentos do Serviço Social (REMGEFSS) realizado nos dias 1 a 3 de dezembro de 2020.
5
Cabe destacar que parte dos referentes históricos e teóricos aqui apresentados, constam de estudo por mim
apresentado no texto Fundamentos Históricos e Teórico-metodológicos e as Tendências Contemporâneas no
Serviço Social (YAZBEK, 2018).
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Para Nisbet (1987, p. 17)
à medida em que o cosmopolitismo do Iluminismo se espalhava, cada vez
mais os conservadores se voltavam para suas próprias histórias, tradições,
santos, heróis, seus governos, seus nobres, os trabalhos de artesãos, pesquisas
de dialetos nativos, de questões regionais, de literatura folclórica, de criadores
de arte e de heróis militares dum passado distante. Poetas, atores,
compositores, artistas, artesãos, historiadores, trabalhavam com o material de
suas comunidades, em vez de irem para as capitais da Europa, assumindo e
buscando preservar valores e culturas locais.
Esse primeiro momento, de gênese é abordado por alguns autores como
Conservadorismo Clássico (por ex. por Leila Escorsim Netto, 2011). Neste primeiro momento,
no século XIX as tendências conservadoras orientadas principalmente por princípios religiosos
apelavam às tradições que tinham sustentado a Europa por mais de mil anos, e o
Conservadorismo joga contra ao avanço do projeto modernizador de sociedade como uma
forma de pensamento anti-iluminista, portanto, contrário à razão, embora consciente e reflexivo
desde o princípio, na medida em que surge como um contra movimento em oposição consciente
ao movimento progressista, altamente organizado, coerente e sistemático. Mas, a trajetória
desse pensamento, apresenta múltiplas faces e formas de expressão até chegar a nosso tempo
como ultrarreacionário, de acordo com Pacheco (2020)
6
. Como se compatibilizaram
crescentemente Conservadorismo e Capitalismo? Apesar da diversidade de hipóteses e
abordagens sobre esse processo, podemos destacar algumas explicações.
Karl Mannheim (MANHEIN, K., 1981) o seguinte tratamento à questão:
partindo do conservadorismo alemão da primeira metade do século XIX, vai
abordar o pensamento conservador a partir do romantismo, que vai situar
como oponente histórico do iluminismo. Afirma o autor que o romantismo se
apossou de antigas formas de vida e pensamento e colocou-as contra o
racionalismo. Nesse sentido o conservadorismo moderno provém do modo de
vida do passado; se contrapõe ao Racionalismo e se coloca como alternativa à
sociedade capitalista. [...] Porém, para ele o pensamento é produto de um
modo de vida e nesse sentido contrapõe na sociedade capitalista a convivência
de dois estilos de pensamento:1- conservador (periférico em relação ao
capitalismo; irracional) 2 capitalista (racionalista e moderno). Assim, o
Conservadorismo, embora periférico ao capitalismo ampararia suas intenções
que se expressam no racionalismo. Isso porque, o conservadorismo, enquanto
consciência do passado, embora periférico ao capitalismo, se exprime
mediado por categorias da sociedade capitalista (racional) (YAZBEK, 2018,
p. 55).
O que se constata é o que Lefebvre (1974), autor no âmbito da Tradição Marxista,
denomina de Rapto Ideológico de categorias que são reinterpretadas. Assim, o pensamento
6
Novamente, retomo aqui reflexões desenvolvidas pela profa. Mavi Pacheco Rodrigues no I Encontro da
REMGEFSS, realizado nos dias 1 a 3 de dezembro de 2020.
Maria Carmelita Yazbek
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conservador deixa de se antagonizar com o capitalismo criando o que Martins (1982) denomina
de um único estilo de pensamento, exprimindo um modo de vida. Nesse sentido, o
conservadorismo não significa apenas a pertinência de ideias presentes na herança intelectual
do século XIX, mas de ideias que atualizadas se transformaram em bases de manutenção da
ordem capitalista. Esse rapto, que expressa a disputa de projetos que emergem com a sociedade
capitalista, obscurece suas contradições e busca encobrir suas desigualdades.
Após a Revolução de 1848, os conservadores vão se posicionar especificamente contra
um dos dois projetos presentes na Revolução Francesa, aquele que defende a emancipação
humana. E vão se aliar aos que defendem a manutenção da ordem capitalista, uma vez que
defender a propriedade privada está de acordo com os seu principal interesse. Nesse sentido o
Conservadorismo é um “fenomeno Multiforme que cumpre funções distintas na pauta da luta
de classes” (RODRIGUES, 2020).
Assim, p.ex., com o advento do neoliberalismo no enfrentamento da crise estrutural do
capital a partir dos anos de 1970, convivemos com faces reformistas desse pensamento,
expresso por autores como Anthony Guiddens (2007) com suas teses sobre a Terceira via e a
reestruturação social democracia; Ulrich Beck (2011) com suas teses sobre a sociedade de
Risco, Pedro Hespanha (2002) com as noções de globalização, risco e Incerteza globais e
Boaventura Souza Santos (2002) com suas abordagens acerca da crise paragmática que
caracterizaria os denominados tempos pós-modernos e outros.
Atualmente, com o avanço da “nova direita” no plano internacional e também no Brasil
com a sua moral familista e religiosa, chegamos a um tempo de crescimento do
conservadorismo de traços fascistas, expresso no individualismo competitivo exacerbado,
preconceituoso, pressionado pelo consumo e que vive com um grau de incerteza e ansiedade
sem precedentes. O resultado é o avanço do conservadorismo e da ofensiva reacionária. O
conservadorismo é imprescindível para o capitalismo financeiro global.
Para Evangelista (2020)
Observa-se na política brasileira hoje o uso da religião para fazer avançar suas
pautas: Não é apenas sobre determinados grupos religiosos buscando impor
sua moral para a totalidade da sociedade via políticas de Estado, mas é,
também, sobre as novas facetas do conservadorismo brasileiro usando a
religião para se comunicar com o povo, [...] alcançando um segmento religioso
que cresce em todos os estratos sociais, mas está predominantemente na base
da pirâmide social, em áreas urbanas e periféricas onde a população vive
cotidianamente a ausência do Estado. Estamos falando também de uma
população em sua maioria de baixa renda, negra e feminina.
Contexto que se completa, pela exposição da face hiperautoritária do
ultraneoliberalismo, nos termos de Dardot e Laval, (2016, p. 21) que afirmam
Os fundamentos do serviço social e o enfrentamento ao conservadorismo
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o neoliberalismo não é apenas uma ideologia, um tipo de política econômica.
É um sistema normativo que ampliou sua influência ao mundo inteiro,
estendendo a lógica do capital a todas as relações sociais e a todas as esferas
da vida [...]. É um sistema que emprega ‘técnicas de poder inéditas sobre as
condutas e as subjetividades. Ele não pode ser reduzido à expansão espontânea
da esfera mercantil e do campo de acumulação do capital.
Para Harvey, nessa mesma direção, o neoliberalismo mercantiliza de forma ilimitada as
relações sociais. Situação que se agrava com “o ingresso da chamada ‘nova direita’ na
conjuntura internacional” num processo de “exportação, do centro para a periferia”. É também
Harvey que vai colocar a proximidade do pensamento pós moderno em sua ruptura com a
dimensão da totalidade e a fragmentação do real com as estratégias de acumulação
financeirizada e a reestruturação produtiva. Nesse contexto, crescem as vertentes
irracionalistas, em sua relação com a ideologia fascista, especialmente a nazifascista no mundo
europeu. O irracionalismo
dissemina o pessimismo, o anti-humanismo, o individualismo e desvaloriza a
verdade objetiva, dissimulando as contradições sociais e naturalizando suas
consequências. O irracionalismo e o conservadorismo encontram condições
favoráveis para se desenvolver em momentos de crise social. (BARROCO,
2015, p. 624)
Cabe destacar que é nos Estados Unidos da América que a regressão conservadora,
agora denominada neoconservadora, vai assumir formas semelhantes às que encontramos no
processo que se evidenciou nas eleições brasileiras de 2018. Com destaque para projetos de
regulação da moral e dos costumes, a partir da compreensão de que no ocidente aprofunda-se
uma crise de valores que destrói as bases da moralidade social e a família. A crise moral que
alcança a sociedade americana, sua cultura e suas universidades, passa a ser vista como capaz
de desmantelar a estabilidade da sociedade norte americana.
Os neoliberais constituem a liderança da Nova Direita e representam o grupo
que se preocupa com a orientação político-econômica atrelada à noção de
mercado. Os neoconservadores são aqueles que definem os valores do passado
como melhores que os atuais e lutam pelas tradições culturais. Os populistas
autoritários são, em geral, grupos de classe média e de classe trabalhadora que
desconfiam do Estado e se preocupam com a segurança, a família, o
conhecimento e os valores tradicionais (LIMA e HYPOLITO, 2019).
Para Rodrigues (2020) trata-se de um conservadorismo de novo tipo, de caráter
reacionário e a “ameaça que ele carrega não é a mesma dos anos de 1990”.
De outro lado, para o Serviço Social essa ofensiva conservadora que confronta a cultura
profissional no âmbito de seu projeto ético-político, teórico-metodológico e técnico-operativo
e a nova sociabilidade capitalista, coloca-se como questão de grande tensionamento, pois se
trata, para nós profissionais do Serviço Social, de uma interlocução com o adverso. Como lutar
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por outra ordem societária, por um mundo melhor, pela liberdade, pela equidade, pela justiça,
pela construção de direitos, contra práticas racistas, homofóbicas, contra o feminicídio, contra
o genocídio da população negra, entre outras aspectos, nesse contexto? Como levar adiante este
embate desigual? Luta que se luta no coletivo um traço dessa nossa história..., mas que
deve ser de cada um, todos os dias, em todas circunstâncias.
Os desafios frente ao quadro aqui brevemente apresentado são enormes, imensuráveis e
permeiam múltiplas dimensões de nosso cotidiano,
O desafio frente ao quadro aqui brevemente apresentado no âmbito da luta pelo
reconhecimento público e a construção dos direitos sociais da população com a qual trabalhamos
é enorme, imensurável. E é nesse âmbito que devemos localizar o significado
CONTRADITÓRIO de nosso trabalho profissional, especialmente na gestão e
operacionalização de políticas sociais: na disputa pelos sentidos da sociedade, na luta contra o
desmanche de direitos cuja regulação vai passando para espaços do mundo privado; na
construção de parâmetros capazes de deter a privatização do público, e a destruição da política,
na perspectiva de construir a hegemonia dos interesses das classes que vivem do trabalho em
nossa sociedade. Isso a política social pode construir, deve construir. E é por isso que a Política
Social pode ao menos minimizar os impactos das transformações aqui analisadas e construir
direitos...
Em síntese, de modo geral a profissão é interpelada e desafiada pela necessidade de
construir direitos e outras mediações políticas e ideológicas expressas sobretudo por ações
de resistência e de alianças estratégicas no jogo da política em suas múltiplas dimensões, por
dentro dos espaços institucionais e especialmente no contexto das lutas sociais. Seja no tempo
miúdo do cotidiano, por dentro dos espaços institucionais onde atuamos, politizando nossas
iniciativas, buscando novas práticas, buscando espaços a ocupar como conselhos e fóruns,
considerando as variadas lutas e propostas de resistência. Seja no apoio às resistências
cotidianas das classes subalternas em suas lutas em nossa sociedade, expressando que
profissionalmente caminhamos junto aos nossos usuários.
dando origem a uma nova modalidade de resistência: surge a consciência de
que a resistência tem que incidir igualmente nesta esfera. Isto aparece nos
novos tipos de movimento social que vêm desestabilizando aqui e acolá o
poder mundial do capitalismo financeirizado na determinação dos modos de
existência que lhe são necessários. A propagação deste tipo de resistência, que
se intensificou após o tsunami dos ditos golpes de Estado provocados pelo
novo regime por toda parte, tem surgido principalmente entre as gerações mais
jovens e, mais contundentemente, nas periferias dos grandes centros urbanos.
Nestes contextos, destacam-se especialmente os citados movimentos das
mulheres (numa nova dobra do feminismo), dos LGBTQI (numa nova dobra
das lutas no campo da homossexualidade, transexualidade, etc, na qual estas
Os fundamentos do serviço social e o enfrentamento ao conservadorismo
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se juntam em torno de alguns objetivos e refinam suas estratégias) e, também,
dos negros (numa nova dobra de suas lutas anti-raciais). (ROLNIK, 2018)
Em síntese, de modo geral a profissão é interpelada e desafiada pela necessidade de
construir direitos e outras mediações políticas e ideológicas expressas sobretudo por ações
de resistência e de alianças estratégicas no jogo da política em suas múltiplas dimensões, por
dentro dos espaços institucionais e especialmente no contexto das lutas sociais. Seja no tempo
miúdo do cotidiano, por dentro dos espaços institucionais onde atuamos, politizando nossas
iniciativas, buscando novas práticas, buscando espaços a ocupar como conselhos e fóruns,
considerando as variadas lutas e propostas de resistência. Seja no apoio às resistências
cotidianas das classes subalternas em suas lutas em nossa sociedade, expressando que
profissionalmente caminhamos junto aos nossos usuários.
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