Cuba, que constrói o desenvolvimento sustentável a partir de um alinhamento ídeo-político
divergente da Agenda 2030. Além disso, é possível inferir que embora ambos os países sejam
signatários, Brasil e Cuba assumem distintos projetos societários, capitalista e socialista
respectivamente, que culmina em uma gestão socioambiental divergente na América Latina.
Assim, em Cuba a melhoria nos índices socioambientais é produto de um projeto socialista que
prioriza o desenvolvimento humano, buscando um equilíbrio entre sociedade e meio ambiente,
enquanto no Brasil tem-se uma estratégia centrada em políticas sociais compensatórias de
combate à pobreza.
Assim, é possível aferir que a redução dos índices de pobreza e da degradação ambiental
– como, por exemplo, apresentado no Relatório Final dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ONU, 2015) – são melhorias pontuais e majoritariamente decorrentes de incremento
técnico e políticas sociais compensatórias. Pois, o deterioramento da condição de vida humana
e do meio ambiente trata-se de um processo profundo e em curso, que requer uma mudança
planetária anti-capitalista capaz de fundar uma forma nova de organizar a sociedade global.
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