IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi
<p>A <em>Ipotesi - Revista de Estudos Literários</em> [ISSN 1982-0836] é uma publicação semestral do <a href="https://www2.ufjf.br/ppgletras/">Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários</a>, da <a href="https://www2.ufjf.br/ufjf/">Universidade Federal de Juiz de Fora</a>, cujo objetivo é divulgar produções de pesquisadores de universidades nacionais e estrangeiras. Dedicada a contribuições na área de estudos literários, a revista publica artigos (dossiê temático e dossiê de tema livre), resenhas, traduções e criação literária. <span style="font-weight: 400;">O material enviado é avaliado pelos Editores de número e por pelo menos dois pareceristas </span><em><span style="font-weight: 400;">ad hoc</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Avaliação Cega por Pares). Textos literários são aceitos a partir de convite por parte da equipe editorial, não sendo possível o livre envio.<br /></span></p> <p>Para saber mais sobre a revista (histórico, foco, escopo, periodicidade), <a href="https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/sobre">clique aqui</a>.</p> <p>Para acompanhar as chamadas abertas, <a href="https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/announcement">clique aqui</a>.</p>Universidade Federal de Juiz de Forapt-BRIPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS1415-2525Brasil e Antilhas: a literatura como arquivo da escravidão
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46128
<p>Trata-se da tradução de um texto originalmente publicado com o título “Brésil et Antilles: la littérature comme archive de l’esclavage” no livro: BERND, Zilá, IMBERT, Patrick, OLIVIERI-GODET, Rita (sous la direction de). <em>Espaces et littératures des Amériques</em>: mutation, complémentarité, partage. Québec: Presses de l’Université Laval, 2018. p. 283-304.</p> <p> </p>Laura Barbosa CamposEuridice Figueiredo
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212310.34019/1982-0836.2024.v28.46128Traduzir o cultural
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/45062
<p>A explicitação do cultural é um procedimento de adaptação ao leitor. No exemplo de um romance indiano escrito em inglês, mostramos que o contexto fornece a explicitação que permite ao leitor situar melhor os fatos culturais. Na tradução, o contexto geralmente é suficiente, mas, às vezes, um acréscimo verbal se faz necessário, como ilustram alguns exemplos da tradução francesa de um autor coreano. Por fim, comparamos as traduções francesa e inglesa de uma importante obra da literatura chinesa do século XVIII: a inglesa apresenta apenas explicitações suficientes para ler o romance, enquanto a francesa se perde nas explanações, em detrimento da legibilidade.</p>Adauto Lúcio Caetano VillelaNívia de Souza CostaMarianne Lederer
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828211210.34019/1982-0836.2024.v28.45062Américas cruzada.s Sobre Marginalité et communauté dans le roman. Maryse Condé, William Faulkner et Rachel de Queiroz, de Julie Brugier (Classiques Garnier, 2024)
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/45766
Luciano Brito
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828211110.34019/1982-0836.2024.v28.45766Tidalectic Memories of the Black Atlantic: Monénembo’s approaches to a past that is not past in Pelourinho and Les Coqs cubains chantent à minuit
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46392
<p>This article demonstrates how Tierno Monénembo’s literary poetics set memory in motion across the Atlantic. Pelourinho and Les Coqs cubains chantent à minuit were published by Monénembo in 1995 and 2015 respectively, the former set in Brazil and the latter in Cuba. He pursues his literary project to ‘humaniser l’histoire’ in these two novels, via a roots-tourism entry point to revisiting the persistent traces of transatlantic crossings in Francophone Latin American literary memory work. By demoting the visual, Monénembo reiterates a sense of disorientation that emerges in his earlier writing, yet here the motion is more a sway between overlapping temporalities. His continued focus on mobility in the postcolonial world, the recurrence of absent protagonists, and an emphasis on soundscape present new ways of remembering past experiences of suffering and solidarity</p>Hannah Grayson
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212710.34019/1982-0836.2024.v28.46392Imaginários da mobilidade haitiana no Brasil: uma leitura do conto “Meu mar (Fé)”, de Itamar Vieira Junior
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46129
<p>Este artigo analisa a mobilidade haitiana no Brasil a partir do conto "Meu mar (fé)" (2020 [2017]), do escritor baiano Itamar Vieira Junior, no qual uma mulher haitiana em migração ilegal explica as dificuldades de mobilidade e o racismo praticado no Brasil. O artigo está organizado em três partes: a primeira destaca a atitude migratória que caracteriza os humanos, elenca os motivos da partida segundo o intelectual martinicano Patrick Chamoiseau e observa como a contemporaneidade pode associar os movimentos ao espaço dos fluxos (OLLIVIER), à pluralidade enriquecedora e à descoberta de individualidades polifônicas. A segunda parte revisa brevemente três textos caribenhos, de 1955 a 2005, nos quais, de forma pessimista, trata-se de um personagem haitiano em movimento. A esse panorama se soma a concepção dos escritores haitianos em torno de uma aparente dupla impossibilidade: a de permanecer no Haiti e a de ser plenamente acolhido em uma nova sociedade. Ao final, o artigo enfoca a relação Brasil-Haiti, o conceito de "amefricanidade" (GONZALEZ) e as leis sobre o acolhimento de haitianos no Brasil antes de propor uma leitura do conto de Vieira Junior. Ao se afastar das visões bastante negativas da mobilidade haitiana, o conto promove um debate sobre amizade, fala e sucesso.</p>Vanessa Massoni da Rocha
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828211810.34019/1982-0836.2024.v28.46129Tradução e difusão no Brasil da literatura africana francófona
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46499
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo apresenta um histórico da tradução e difusão no Brasil de obras de autores africanos de países francófonos. Ao recensear e arrolar cronologicamente as traduções publicadas no País, pretende-se refletir sobre as imagens e sentidos agregados às obras ao longo do tempo. Na primeira parte do artigo, acerca das primeiras publicações nas décadas de 1950 e 1960, enfatizam-se as tensões entre ideologia racista, a visão exotizada do africano e a luta pela afirmação cultural e identitária. Em seguida, do início dos anos 1970 a meados de 1980, examinam-se as relações entre a publicação de coleções de obras africanas de temática anticolonial e a ditadura militar brasileira. Por fim, aborda-se a intensificação da circulação das traduções de autores francófonos, assim como as mudanças nas propostas editoriais a partir dos anos 2000.</span></p>Fernanda Murad Machado
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212010.34019/1982-0836.2024.v28.46499A edição francesa de Ponciá Vicêncio e o desafio de traduzir escrevivências
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46139
<p>O texto propõe uma leitura da tradução para a língua francesa da obra Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, pela Anacaona Editions (2015), pontuando soluções formais apresentadas e sua relação com os temas da escrevivência, enquanto construção e expressão de subjetividades correspondentes a recorte interseccional de gênero, classe e etnia. Relaciona aos efeitos de sentido produzidos um modo de representação de realidades a partir de ponto de vista pouco prestigiado pela literatura brasileira canônica, em seu território de origem. Para tanto, sistematiza tópicos relacionados a classificação de textos enquanto “literatura negra” e “literatura afro-brasileira”, no contexto da organização de antologias, domínio em que os textos de Evaristo foram primeiramente veiculados e que, por isso, formataram previamente seus modos de recepção. Em resultado, problematiza tal enquadramento de sua obra, ao tempo em que se observam, na versão francesa, práticas semânticas e terminológicas interessadas na universalização de sua literatura, por meio da modalização de enunciados, dentre outros procedimentos.</p>Maria Aparecida Silva Ribeiro
Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-18282118Metamorfoses de uma mulher ruandesa em relatos de si
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46262
<p>O artigo reflete sobre o relato que a autora ruandense Scholastique Mukasonga escreve sobre si mesma na obra <em>Um belo diploma. </em>A narrativa descreve suas experiências de luta pela conquista de emancipação social, autonomia e liberdade intelectual, simbolizadas pela conquista de um diploma reconhecido na França, país para onde emigra após sua formação no Burundi. Desafiando preconceitos e imagens de controle, Mukasonga elabora ativamente sua metamorfose, desenha outras alternativas para sua vida, diferentes daquelas supostamente já destinadas a ela. Enquanto mulher africana transclasse na França, sua autodefinição evidencia a coragem de identificar os aspectos e dispositivos de poder que limitam sua autorrealização e, ao mesmo tempo, de criar táticas de ação que permitam, de maneira situada, o cuidado de si e dos outros como responsabilidade ética. Buscamos evidenciar como uma mulher negra, sobrevivente de um genocídio, emancipa a si mesma através de sua escritura e, simultaneamente, redefine os vínculos sociais e amorosos que amparam aquelas e aqueles que habitam seus dias e noites.</p>Angela Cristina Salgueiro MarquesÂngela Maria Salgueiro MarquesFrederico da Cruz Vieira de Souza
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212810.34019/1982-0836.2024.v28.46262Travessias estéticas das Áfricas francófona e brasileira: Colonialismo e (anti)negritude em Soleil, Ô e Compasso de espera
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46134
<p><span style="font-weight: 400;">O alcance global da ideologia colonial moderna impulsionou a produção de sistemas de significação altamente produtivos, a exemplo dos dispositivos de poder racista e antinegro. Suas denúncias e contestações se manifestariam através de variadas formas e registros e, na virada dos anos 1960 para 1970, encontrariam na linguagem cinematográfica um alto grau de expressividade. Frutos desse movimento contestatório, as obras audiovisuais de Med Hondo, no contexto africano e francês, e de Antunes Filho, no brasileiro, notabilizaram-se pela tematização crítica do paradigma antinegro do mundo moderno. Adotando como aporte teórico os estudos de Wilderson (2021), Silva (2022) e Deleuze (1990), propomos o exame individual e comparativo dos filmes Soleil, Ô (1967), de Med Hondo, e Compasso de Espera (1973), de Antunes Filho. A partir deste cotejo, acreditamos ser possível elucidar possíveis confluências da experiência antinegra nas formalizações estéticas realizadas em dois contextos distintos, porém em muito afins, a julgar pela semelhança das políticas de negação do racismo cristalizadas nos mitos da França igualitarista e do paraíso racial brasileiro.</span></p>Camila Geovanna Alves da SilvaGuilherme de Almeida Gesso
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-18282128“Feito uma aguardente que não sacia”
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46772
<p><span style="font-weight: 400;">RESUMO: Na encruzilhada entre o pensamento decolonial de Edouard Glissant com a investigação sobre os lugares da cachaça na literatura brasileira, este artigo se constrói a partir de duas questões: de que maneira os conceitos de transparência e opacidade (Glissant, 1990) podem auxiliar na compreensão dos sentidos poéticos e políticos da canção “O que será” (Buarque, 1976); e como o questionamento dos modos de presença da </span><em><span style="font-weight: 400;">cachaça</span></em><span style="font-weight: 400;"> nesta canção pode contribuir nessa leitura. São consideradas as três versões da canção incluídas no longa metragem </span><em><span style="font-weight: 400;">Dona Flor e seus dois maridos</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Barreto, 1976). A análise toma como objeto a </span><em><span style="font-weight: 400;">canção como composição</span></em><span style="font-weight: 400;">, considerando eminentemente a letra, evocando oportunamente aspectos de sua presença no filme. A análise mostra que a pergunta-guia, que estrutura a canção desde o título, recoloca constantemente o problema da opacidade, fazendo-a circular por diferentes âmbitos, do individual ao universal, do erótico ao político, do local ao cosmopolita, etc. A transparência será resgatada como instância transcendente na figura do Padre Eterno, cujo papel é o de declarar, numa espécie de “juízo final às avessas”, a grande absolvição do humano em sua diversidade, multiplicidade, fragilidade, abertura e opacidade. </span></p>Maurício Ayer
Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212210.34019/1982-0836.2024.v28.46772O corpo feminino nas narrativas de Maryse Condé
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46141
<p>Este trabalho examina o papel do corpo feminino enfermo e traumatizado e sua relação com o protagonismo nas obras <em>Desirada</em> (1997), <em>La migration des coeurs</em> (1995) e <em>Histoire de la femme cannibale</em> (2003) da escritora guadalupense Maryse Condé. A análise parte da hipótese de que, embora essas personagens enfrentem traumas físicos e psicológicos, seus corpos funcionam como ferramentas de negociação de poder e identidade. O estudo questiona a visão tradicional de passividade associada ao trauma corporal, propondo que o corpo, mesmo afetado por doenças ou violência, não é apenas um reflexo do sofrimento, mas um campo de ação e resistência. Em <em>Desirada</em>, o corpo da protagonista é explorado como um espaço de busca identitária, diretamente ligado ao trauma da ausência materna e do deslocamento. Em <em>La migration des coeurs</em>, Condé constrói o corpo feminino como um reflexo das tensões históricas e culturais, enquanto em <em>Histoire de la femme cannibale</em>, o corpo simboliza fragmentação e crise identitária, mas também a possibilidade de confrontar essas condições. Condé oferece uma visão alternativa da agência feminina, onde o corpo, em vez de ser uma ferramenta de opressão passiva, é retratado como um meio de reorganização das relações de poder e subjetividade, dentro de um contexto de diáspora e colonialismo.</p>Maria Letícia Macêdo Bezerra
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828212010.34019/1982-0836.2024.v28.46141O feminino no campo da arte, ou "o coração enfermo e miserável"
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/45231
<p>O feminismo que se propõe a expor as diversas violências cometidas contra a mulher e a pensar o corpo e as sexualidades femininas de maneira oposta às imposições de fixação social, política e sexual é capaz de transportar, para o espaço literário, a experiência de exclusão. No conto “The World to Come” (2018), de Jim Shepard, e no romance <em>The Power of the Dog</em> (1967), de Thomas Savage, a violência praticada contra as personagens femininas produz, como um tipo de resposta, mulheres que desafiam a naturalização social e institucional do feminino ao criarem um repertório próprio de desejos e de ações.</p>Maria Conceição MonteiroPaula Pope RamosIsadora Schwenck Corrêa de Brito
Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-18282114Os casuais de James Thurber
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/45915
<p>The American James Thurber (1894-1961) is known for creating imaginative and comical characters. The two stories selected for appreciation, “The Departure of Emma Inch” and “Casuals of the Keys” feature some of the most engaging and bizarre characters of the twentieth century. The objective is to make a presentation of these characters intermingled with a discussion on the theoretical background behind their creations, from the literary devices and allusions used in Thurber’s narrative to the philosophical perspectives on character realism. The examination of the two short stories hopefully boasts contribution to the understanding of the workings of both human and animal characters in Thurber’s writings. It also seeks to assist with the understanding of how fictional realism, biographical studies (including autobiographical attributes), and tall tales can be used to be both informative and amusing.</p>Gustavo Cohen
Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828211910.34019/1982-0836.2024.v28.45915Reescrita do mundo e de si: uma análise de Comment peut-on être français ? de Chahdortt Djavann.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46122
<p><strong>RESUMO: </strong>O final do século XX assistiu ao fortalecimento de temas como a <em>subjetividade</em> e o <em>multiculturalismo</em> na estética e na crítica literárias. Na contramão desse processo, o movimento por uma <em>literatura-mundo</em> procurou reatualizar conceitos globalizantes na escrita e se opor a uma concepção estanque de identidade, tendo como principais expoentes escritores e escritoras de expressão francesa. Partindo desse contexto, o presente artigo se propõe a analisar o romance <em>Comment peut-on être français ? </em>(2006) da autora de origem iraniana Chahdortt Djavann, situando-o na defesa dessa <em>literatura-mundo</em>, mas também relacionando-o aos novos embates sobre a subjetividade e a <em>escrita de si</em> (Klinger, 2006) que emergem no século XXI. Conectando <em>literatura-mundo</em> e elementos biográficos, o texto elabora, por fim, questionamentos e possíveis respostas sobre a identidade e a disjunção entre autor, narrador e personagem na escrita de <em>Comment peut-on être français ?</em>, abordando o <em>subjetivo</em> e o <em>universal<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><strong>[1]</strong></a></em> como espaços de indefinição, ausência e contato no romance (Alvares, 2007).</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> O conceito de <em>universal</em> é aqui apresentado como a ausência dos conteúdos de cultura, ou seja, como um espaço de indefinição e falta no qual toda a humanidade se insere, independentemente de sua singularidade (Alvares, 2007). “L’universel dont il s’agit n’est pas l’ensemble des formes et des contenus d’une culture quelconque mais l’universel négatif” (ibid, p.08).</p> <p> </p>Ana Carolina dos Santos Lebre
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828211610.34019/1982-0836.2024.v28.46122Sete Motivos para a Exaltação do Corpo: Proposta de um catecismo poético em O Armistício, de Natália Correia
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/45721
<p>Natália Correia publica, em 1985, <em>O Armistício</em>, uma espécie de catecismo em verso que projeta a desconstrução do deus uno em nome do politeísmo pagão. Do conjunto de poemas que compõem a doutrina nataliana, o presente artigo recai sobre os “Sete Motivos do Corpo”, texto estruturado em sete partes com o objetivo de instruir o leitor convertido à nova religião acerca do modo como o corpo é, afinal, o meio através do qual as divindades se manifestam e interagem com os homens. Seguindo uma estrutura semelhante àquela que apresentam os compêndios doutrinais, procurar-se-á, a partir de uma leitura hermenêutica do poema, elencar sete motivos do corpo, do mesmo modo que figuram, no preceituário cristão católico, “Sete Dons do Espírito Santo” ou “Sete Pecados Capitais”, ou na tradição hindu, os Sete Chacras principais por meio dos quais o corpo recebe a energia que afeta a mente, as emoções e o espírito de cada indivíduo. A proposta poética de Natália Correia inscreve-se numa interpretação muito própria do mundo e da divindade.</p>Rui Tavares de Faria
Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-18282115Tradução em construção: marcadores culturais na tradução indireta
https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46041
<p>O presente artigo tem por objetivo apresentar uma pesquisa de análise qualitativa da tradução dos marcadores culturais na tradução indireta, partindo da triangulação entre as línguas: português, inglês e esperanto. Para cumprir com este objetivo, esta pesquisa é fundamentada a partir do estudo da tradução indireta segundo Accacio (2010) e Pieta (2019, 2021), bem como do estudo dos marcadores culturais de Aubert (2006). Seguindo as classificações propostas por Aubert (2006), foi feita uma análise qualitativa da tradução direta do conto <em>“Luck”</em> , do autor estadunidense Mark Twain, para o português e uma análise da tradução indireta do mesmo conto, a partir da tradução em esperanto como texto-fonte, para a tradução em português. Conforme a análise apresentada neste artigo identificou-se que as escolhas tradutórias em geral podem ocorrer de modo semelhante, mas também podem divergir de acordo com o método realizado ou com as implicações do texto intermediador. </p>Josiane Souza da CostaCarolina Alves MagaldiLarissa Silva Leitão Daroda
Copyright (c) 2024 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2025-01-182025-01-1828213210.34019/1982-0836.2024.v28.46041