https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/issue/feedIPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS2025-12-10T00:41:15+00:00Equipe editorialrevista.ipotesi@ufjf.brOpen Journal Systems<p>A <em>Ipotesi - Revista de Estudos Literários</em> [ISSN 1982-0836] é uma publicação semestral do <a href="https://www2.ufjf.br/ppgletras/">Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários</a>, da <a href="https://www2.ufjf.br/ufjf/">Universidade Federal de Juiz de Fora</a>, cujo objetivo é divulgar produções de pesquisadores de universidades nacionais e estrangeiras. Dedicada a contribuições na área de estudos literários, a revista publica artigos (dossiê temático e dossiê de tema livre), resenhas, traduções e criação literária. <span style="font-weight: 400;">O material enviado é avaliado pelos Editores de número e por pelo menos dois pareceristas </span><em><span style="font-weight: 400;">ad hoc</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Avaliação Cega por Pares). Textos literários são aceitos a partir de convite por parte da equipe editorial, não sendo possível o livre envio.<br /></span></p> <p>Para saber mais sobre a revista (histórico, foco, escopo, periodicidade), <a href="https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/sobre">clique aqui</a>.</p> <p>Para acompanhar as chamadas abertas, <a href="https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/announcement">clique aqui</a>.</p>https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/50260Premiação da primeira edição do ‘M’illumino / d’immenso’ Prêmio Internacional de Tradução de Poesia do Italiano para o Português2025-09-16T19:45:52+00:00Mariangela Ragassimariragassi@yahoo.it<p>O Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, em colaboração com o Laboratório Trādūxit, com o objetivo de promover a tradução e a divulgação da poesia em língua italiana nos países lusófonos, promoveu a primeira edição do ‘M’illumino / d’immenso’ Prêmio Internacional de Tradução de Poesia do Italiano para o Português.</p> <p>O júri internacional do prêmio foi composto por Prisca Agustoni, Barbara Bertoni, Pedro Eiras e Emanuel França de Brito. A cerimônia de premiação foi realizada na terça-feira, 15 de outubro de 2024, às 18h, como parte da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, no Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro. </p> <p>A Ipotesi - Revista de Estudos Literários, publica as traduções da vencedora do concurso: <strong>Mariangela Ragassi</strong> </p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/51089Travessias da literatura de autoria feminina hoje: pesquisas recentes2025-12-09T13:40:25+00:00Júlia Simone Ferreirajuliasimonef@yahoo.frLaura Barbosa Camposlaurabcampos9@hotmail.comNicea Helena de Almeida Nogueiranicea.nogueira@ufjf.br2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48951Entre versos e vozes 2025-08-13T13:26:23+00:00Ana Luiza de Andrade Bianchiluizabianchi98@gmail.com<p> A tradução poética apresenta desafios específicos que vão além da simples transposição linguística, exigindo escolhas que envolvem aspectos culturais, estilísticos e intertextuais. No campo da tradução literária contemporânea, tais decisões tornam-se ainda mais relevantes quando o texto original mobiliza referências culturais complexas. Nesse contexto, o presente estudo apresenta duas traduções distintas de trechos do poema publicado na obra <em>De uma a outra ilha </em>(2023), da poeta brasileira Ana Martins Marques, à luz da teoria de Lawrence Venuti (2009), especialmente no que diz respeito às implicações culturais da tradução poética. Com ênfase nas dimensões intertextuais e culturais do poema, a análise investiga em que medida cada tradução negocia a tensão entre a fidelidade ao texto poético original e as exigências da língua e da cultura de chegada. </p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48976De borboletas e sabor chinês, ou sobre Virginia Woolf e tradução2025-08-13T13:20:25+00:00Ana Carolina de Carvalho Mesquitacarol.mesquita@gmail.com<p>O presente artigo busca procede uma análise do pensamento de Virginia Woolf acerca da tradução e de suas contribuições para debates sobre o tema. Para tanto, analisa a posição da autora em quatro de seus ensaios, “Sobre estar doente”, “O ponto de vista russo”, “Sobre não saber grego” e“ Craftmanship”. Partindo de sua correspondência com a escritora chinesa Ling Shuhua, em que Woolf recomenda preservar o “sabor chinês” de seus escritos em inglês, examina como a autora articula uma concepção de linguagem pautada pela primazia do sensível, do som e da estranheza. Ao tensionar a dicotomia entre significante e significado, o artigo aproxima suas reflexões das teorias de Walter Benjamin, Jacques Derrida e Jacques Lacan, destacando afinidades quanto à irredutibilidade da linguagem e à recusa de sua transparência. A partir desse percurso, propõe-se que a concepção woolfiana de tradução oscila entre a adoção da ideia de perda e o reconhecimento do valor do estranhamento e da irredutibilidade da língua. O artigo busca contribuir para reposicionar a obra ensaística de Woolf no debate contemporâneo sobre tradução, linguagem e alteridade.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49362Shakespeare em trânsitos2025-08-13T13:12:31+00:00Amanda Fiorani Barretoaf_barreto@hotmail.comLeonardo Bérenger Alves Carneiroleoberenger@yahoo.com.br<p>O volume de adaptações de <em>Hamlet </em>(1600-01), de William Shakespeare (1564-1616), para os mais diversos meios culturais é incalculável. No campo da prosa ficcional, a tragédia vem sendo objeto do trabalho de adaptadores desde o século XIX. O presente artigo tem por objetivo analisar a (re)construção da identidade da personagem da rainha Gertrudes em três adaptações narrativas de <em>Hamlet </em>— <em>Gertrude of Denmark: An Interpretative Romance </em>(1924), de Lillie Buffum Chace Wyman; o conto “Gertrude Talks Back” (2007 [1992]), de Margaret Atwood; e <em>Gertrudes e Cláudio </em>(2001), de John Updike. Para tanto, este estudo toma por base o conceito de adaptação, conforme compreendido por Linda Hutcheon (2013) e Julie Sanders (2006), além de considerar a (re)criação de imagem (Lefevere, 2007 [1992]) da rainha Gertrudes a partir dessas narrativas ficcionais, compreendendo as reescritas como parte de um processo mais amplo de recepção (Willis, 2017; 2021) da peça shakespeariana nos séculos XX e XXI.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48969Releituras de Jane Austen: o fenômeno das adaptações audiovisuais2025-08-13T13:28:24+00:00Adriana dos Santos Salesdrixsales@gmail.com<p>Este artigo propõe uma análise do fenômeno das adaptações audiovisuais da obra de Jane Austen, à luz das teorias da adaptação e da cultura da convergência, formuladas respectivamente por Linda Hutcheon (2013) e Henry Jenkins (2009). Parte-se da compreensão de que as adaptações não devem ser vistas como meras cópias do texto original, mas como práticas intersemióticas e culturais que reconfiguram narrativa, linguagem e valores. A permanência da autora na cultura contemporânea se manifesta por meio da transposição de seus romances para mídias como cinema, televisão e redes digitais. Tais releituras são impulsionadas tanto por produções institucionais quanto por iniciativas de fãs, que atuam como agentes ativos na recriação e circulação das obras. A partir desse panorama, este estudo investiga como essas adaptações renovam o interesse por Jane Austen, principalmente entre o público jovem, promovendo uma atualização estética e ideológica do cânone literário. A análise considera as adaptações como produtos culturais que articulam memória literária, prática participativa e mediação midiática.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48978Portas abertas, portas fechadas: a trajetória feminina na Academia Brasileira de Letras2025-10-06T20:52:54+00:00Ana Maria Portela Santosanamariaportelasantos44@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">Fundada no ano de 1897, a Academia Brasileira de Letras delongou 80 anos desde sua fundação, para ter uma de suas cadeiras ocupadas por mulheres, fato que só foi alterado em 1977 com a eleição da escritora Rachel de Queiroz. Nesse sentido, o presente trabalho tem por intuito discorrer sobre a trajetória de inclusão feminina na ABL. Para efetivação deste objetivo, escolhemos quatro escritoras que ponderamos ser representativas para o corpus desta pesquisa: Júlia Lopes de Almeida – única mulher a participar da criação da Academia, Amélia Beviláqua – primeira escritora a pleitear uma vaga na instituição, Rachel de Queiroz – primeira literata a ser eleita e Nélida Piñon – primeira mulher a ser presidente da ABL. A análise será feita à luz dos conhecimentos sobre as autoras citadas, literatura feminina, presença de mulheres na Academia Brasileira de Letras e outros estudos que possam abranger esta pesquisa. Para melhor embasamento teórico, serão utilizadas as discussões teóricas de autores como: Hollanda (2019), Fanini (2009), Gomes; Celi (2018), Mendes (2006), Lima (2017), Bernardino (2018), Silva (2014), Duarte (), Mello (2011), Quintana (2011).</span></p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48975As entrelinhas de Angela Carter: correlações entre vida, poesia e primeiros romances na década de 19602025-08-13T13:21:43+00:00Bruna Montes Werneck de Freitasbrunainfinitopia@gmail.com<p>Partindo da premissa que a literatura produzida por uma autora não existe num vácuo, sendo reflexo do tempo e do lugar em que se insere, pretendemos traçar de que maneira o percurso de Angela Carter (1940-1992) como poeta, faceta ainda pouco investigada da autora britânica, reverbera na publicação de seus dois primeiros romances <em>Shadow dance</em> (1966) e <em>The magic toyshop</em> (1967), explorando, também, como a década de 1960 e a vida pessoal de Carter se mesclam ao início de sua carreira literária.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48938Figurações da bruxa na literatura2025-10-15T00:17:09+00:00Beatriz Tereno Correa Genialbeatriztereno.c.genial@usp.br<p>Este estudo tem por objetivo analisar de que modo a imagem da bruxa é representada na literatura contemporânea, investigando se ela é predominantemente retratada como uma vítima histórica e marginalizada ou como um símbolo de força e empoderamento feminino. Em vista disso, o estudo terá enfoque no recorte temático sobre a bruxaria nas obras <em>Eu, Tituba: bruxa negra de Salem</em> (1986) e <em>Circe </em>(2018), ambas voltadas às releituras de personagens femininas associadas à magia. O objetivo central consiste em analisar como as autoras Maryse Condé e Madeline Miller reconstroem as figuras de Tituba e Circe em suas obras, com ênfase na representação da bruxaria como dimensão simbólica e crítica dessas personagens. Posto isso, a fim de compreender como Condé e Miller reinterpretam essas figuras míticas, esta pesquisa propõe: examinar as experiências de opressão e marginalização vivenciadas por Circe e Tituba; investigar de que modo essas personagens contribuem para a desconstrução de estereótipos associados às bruxas, evidenciando seu potencial subversivo; e, por fim, analisar a relevância dessas releituras para os debates contemporâneos no campo da literatura. Como fundamentação teórica<em>, </em>a pesquisa se apoia nos conceitos de revisionismo literário propostos por Adrienne Rich, além das teorias feministas de Silvia Bovenschen, Justyna Sempruch e Mona Chollet sobre o papel histórico e transgressor das bruxas. Por fim, o estudo visa fornecer uma análise geral da figuração da bruxa na literatura contemporânea, contribuindo para uma compreensão mais ampla de suas representações simbólicas e sua relevância atual.</p> <p> </p> <p>Palavras-chave: Bruxas. Releitura. Literatura. Tituba. Circe</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49385 “O mundo contemporâneo está cheio de Orlandos”: Virginia Woolf e Paul B. Preciado entre gêneros2025-08-13T13:11:32+00:00Davi Pinhodavifpinho@gmail.com<p>Este ensaio se volta à leitura que Paul B. Preciado empreende da obra de Virginia Woolf entre a crônica “Orlando <em>on the road</em>”, de 2015, e o filme <em>Orlando, Minha Biografia Política</em>, de 2023, com especial interesse em traçar as formas pelas quais Preciado atualiza aquilo que entendo como uma metodologia de <em>outsideness</em> em Virginia Woolf: sua maneira de pensar a identidade como ponto de partida, não de chegada. Assim, examinando diferentes momentos das carreiras de Woolf e Preciado, e seguindo na esteira de Rosi Braidotti, este ensaio argumenta que a intensificação do gênero (enquanto forma, <em>genre</em>) permite a morte do gênero (<em>gender</em>) enquanto taxonomia humana.</p> <p> </p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/46393Os relatos de viagem de Aniko Villalba2025-08-13T13:46:04+00:00Carla Priori da Silvacarlinhapriori@hotmail.comAna Beatriz Rodrigues Gonçalvesabrg61@gmail.com<p>Este trabalho, que promove diálogos entre a mobilidade feminina e a literatura, traz uma possibilidade de olhar para a (re)construção identitária da mulher que viaja sozinha, através da análise crítica dos relatos de viagem da escritora argentina Aniko Villalba na obra Días de viaje (2013). O objetivo deste artigo foi analisar como uma mulher escritora, que viaja sozinha, propõe, em seus relatos de viagem autobiográficos, uma expressão feminina do deslocamento capaz de apontar para a produção de novas identidades para a mulher e, por consequência, graças à mobilidade ela ser capaz de promover um encontro consigo mesma em um processo de autodescoberta. Como aporte teórico, utilizou-se conceitos de Hall (2003), Lobo (1996), Pimentel (2001), Zolin (2009), entre outros. Empregando-se a metodologia de pesquisa qualitativa, buscou-se trabalhar criticamente, nos discursos recortados ao longo do livro, os excertos representativos das expressões que correspondem ao foco deste estudo. Como resultado das análises, constatou-se que o relato do que a viajera aprendeu através de sua mobilidade é muito recorrente nas crônicas do livro. Conclui-se que ela constrói um eixo central, que é o olhar da autodescoberta, de como sua identidade vai se construindo ao longo das viagens.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48966O Impossível: um diálogo erótico entre as artes plásticas e poéticas2025-05-30T20:27:54+00:00Elena Santies.elenasanti@gmail.comAna Luiza Gonçalves Amaralanaluiza.amaral@estudante.ufjf.br<p>Este artigo analisa a obra surrealista <em>O Impossível</em> (1945) de Maria Martins (1894-1973), a partir de uma reflexão teórica e interpretativa de uma seleção de poemas dos livros <em>Sabe seduzir a carne a palavra</em> (2023) de Patrizia Valduga (1953), <em>Meus poemas não mudarão o mundo</em> (2021) de Patrizia Cavalli (1947-2022) e a coletânea <em>De amor tenho vivido</em> (2018) de Hilda Hilst (1930-2004). A interpretação da escultura se dá pela similaridade temática entre as obras, explorando, sobretudo, o erotismo dos corpos (Bataille, 1987). Para a análise da escultura, a partir dos poemas, o artigo perpassa por definições sobre o corpo e os seus respectivos limites, como, também, pelo encontro, desencontro, escuta, toque, sensualidade erótica feminina, desejo e repulsa. Sendo, portanto, relevantes as contribuições das obras <em>Dentro, Fora</em> (2013) e <em>À Escuta</em> (2013) de Jean-Luc Nancy (1940-2021). Dessa forma, ao decorrer do artigo, propõe-se que, assim como na obra de Martins, o gesto de escrita poética se torna uma forma de atingir os limites das suas próprias percepções individuais.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48954Desigualdade de gênero e perspectivas feministas em um teto todo seu, de Virginia Woolf2025-09-02T14:39:53+00:00Everton Rocha Vecchieverton.vecchi@estudante.ufjf.br<p>A literatura tem desempenhado um papel fundamental na análise das desigualdades de gênero ao longo da história. O ensaio <em>Um teto todo seu</em>, de Virginia Woolf (1929), aprofunda nossa compreensão das relações hierárquicas em uma sociedade patriarcal e mostra como as mulheres foram retratadas como inferiores na literatura. Destarte, este estudo tem como escopo definir o feminismo da primeira onda e seus objetivos, explorar o conceito e o funcionamento do patriarcado, analisar algumas das principais ideias feministas na literatura, questionar a representação inferiorizada das mulheres e introduzir conceitos de gênero e identidade de gênero de Judith Butler. Além disso, essa pesquisa destaca as técnicas narrativas inovadoras de Woolf que proporcionam uma representação mais completa da experiência feminina, além de analisar as relações de poder e as desigualdades de gênero na literatura e na sociedade, abordando a inclusão de mulheres não heterossexuais no movimento feminista. Dessa forma, para esse estudo, o método adotado pauta-se na realização de pesquisa bibliográfica com revisão da literatura relevante para fundamentar a proposta apresentada.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48957 O corpo-corpus que cala e fala: interseccionalidade em Maya Angelou2025-08-13T13:36:55+00:00Felipe Fanuel Xavier Rodriguesffanuel@gmail.com<p>O artigo analisa, sob uma perspectiva interseccional, a autobiografia <em>I Know Why the Caged Bird Sings</em>, de Maya Angelou, destacando como a autora elabora uma poética do corpo-corpus negro feminino. A análise concentra-se na articulação entre experiências de raça, gênero, classe e deficiência, evidenciando como a obra transforma vivências subalternizadas em matéria literária e política. Através de cenas de humilhação, silêncio e espiritualidade, o texto revela como Angelou inscreve subjetividades negras em uma narrativa ética e estética, em que o corpo cala e fala, desafiando formas de apagamento e reconfigurando modos de existência.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48706“I'm taking my body back”2025-08-13T13:44:34+00:00Fernanda Barroso e Silvafernandabarroso2@gmail.com<p style="font-weight: 400;">O presente artigo tem como objeto de pesquisa o trabalho performático de Rupi Kaur, poeta feminista em destaque nas mídias sociais, dedicando-se ao TED talk <em>I’m taking my body back (</em>2016). Com uma proposta de articulação de três pontos que se mostram fundamentais para este estudo – a presença, o corpo e, ainda, a presença do corpo –, adota-se um arcabouço teórico que considera a dimensão da presença desse ato performativo e dos tantos signos que ali operam, para além do próprio significado em diálogo com as questões feministas presentes no trabalho poético da escritora. Assim, são considerados apontamentos de Grumbrecht (2010), Zumthor (1993, 2018) e Aguilar e Cámara (2017), entre outros.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48939Escrita e identidade em Americanah de Chimamanda Ngozi Adichie2025-08-13T13:25:21+00:00Gabriela de Souza Pintogabrielaspsp@yahoo.com<p>O presente artigo apresenta uma análise da escrita e da identidade de Ifemelu, personagem central do romance <em>Americanah </em>de Chimamanda Ngozi Adichie. Em minha análise, proponho pensar o ato de escrita da personagem e, consequentemente, o de Adichie como dialogando diretamente com os elementos de uma tradição literária de mulheres (negras), calcada na ideia de que a escrita pode ser uma forma de elaboração e construção de uma identidade própria anteriormente negada às mulheres. Meu argumento é que a escrita permite às mulheres o desenvolvimento ou a recuperação de uma voz previamente silenciada, bem como a construção de novos espaços para que essa voz reverbere em ação e subjetividade.</p> <p> </p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48963Luzia e Ponciá Vicêncio: Uma reflexão sobre os elementos figurativos rio e barro2025-08-13T13:33:58+00:00Geraldina Antonia Evangelina de Oliveirageraldina.oliveira@ufjf.br<p>Este artigo parte da hipótese de que a narrativa ficcional intitulada <em>Ponciá Vicêncio</em>, de Conceição Evaristo, fornece elementos que nos permitem compreender os mecanismos multiculturais que contribuíram para a formação das identidades afro-brasileiras em nosso país e apresenta os resultados da experiência da disciplina Tópicos Avançados IV de Escrita Criativa, cursada em 2021 na Universidade Federal de Juiz de Fora. O trabalho final deu origem ao conto também ficcional, <em>Luzia</em>. Nesse sentido, o propósito aqui é estabelecer uma comparação ou uma aproximação do conto com o romance evaristiano propondo um diálogo entre os dois textos. Nesse sentido, este estudo associa os elementos figurativos rio e barro, nas narrativas apresentadas. Busca, também, demonstrar a importante presença do rio como cenário das narrativas e o poder que exerce na vida das personagens Luzia e Ponciá Vicêncio. Aborda-se ainda, de maneira distinta, a importância do barro, utilizado como matéria-prima para a confecção de utensílios domésticos, objetos funcionais, artísticos ou artefato lúdico para os pais não dispõem de recursos para a compra de brinquedos. Como fundamentação teórica, utilizaremos os pressupostos de Silveira (2006), Arruda (2008), Evaristo (2017) e Almeida e Passos (2018).</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49311Rasgar os mapas, habitar as ruas2025-08-13T12:56:23+00:00Giovanna Dealtrygiovannadealtry@gmail.com<p>Desde o século XIX, a literatura urbana está, tradicionalmente, ligada à autoria masculina, fomentado uma visão parcial das grandes cidades, e, muitas vezes, colocando em posição marginal as mulheres. Ao analisar o conto “Duzu-Querença”, de Conceição Evaristo, e o romance <em>Quarenta Dias</em>, de Maria Valéria Rezende, nos interessa investigar a formação do espaço urbano a partir da perspectiva da experiência feminina na contemporaneidade. Para tanto, trabalhamos tanto com uma abordagem canônica das metrópoles, como também nos valemos do diálogo com teóricas e escritoras contemporâneas, como Beatriz Sarlo, Lauren Elkin e Rebecca Solnit</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48972Reações silenciosas na narrativa de Lídia Jorge2025-10-06T20:53:38+00:00Gislene Teixeira Coelhogislene.coelho@ifsudestemg.edu.br<p>RESUMO: Este artigo projeta um debate em torno dos emblemáticos anos de repressão em Portugal, em que um contexto político de ditadura se estende por cerca de 50 anos e deixa a sombra de um silêncio histórico. Propõe-se discutir um quadro de políticas totalitárias que incentivam, pela repressão e pelo medo, uma condição de desengajamento, isolamento humano e desmemória. Para tanto, dois contos de Lídia Jorge, “Marido” e “A Instrumentalina”, que penetram a intimidade dos lares portugueses no período de Salazar, fornecem ferramentas críticas em torno da experiência totalitarista portuguesa, em que medo, silêncio e solidão parecem imperar na vida das personagens do texto, destacando o universo feminino e suas interdições e angústias. Essas representações femininas da literatura de Jorge participam, hoje, da trajetória de um discurso de resistência e apresentam-se como testemunhas de um tempo atravessado pelo silêncio, pelo esquecimento e pela falta de memória. Nesse sentido, as criações de Jorge operam como potenciais instrumentos a favor de um discurso do engajamento e da responsabilidade social, cumprindo um papel de testemunhar, em seus próprios nomes, um pouco de memória de tempos inoportunos à revelação.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/47821Pode o pássaro cantar apenas a música que conhece?2025-08-13T13:45:24+00:00Leandro Batista Stephanleandrobstephan@gmail.com<p>A peça de rádio <em>Vampirella</em>, escrita por Angela Carter em 1976, relata o encontro de uma condessa vampira com um herói. O objetivo deste artigo é demonstrar como Carter trabalha em seu texto a ideia de gênero como uma performatividade imposta e baseada em um sistema opressivo. Para isso, usaremos as teorias da autora expressas em seu ensaio <em>The Sadeian Woman and the Ideology of Pornography </em>(1978), as concepções de gênero como sistema performativo de Butler (2019) e ideais derivados do feminismo marxista. Analisando as obras do Marquês de Sade, Carter encontra duas possibilidades para as mulheres: a virgem Justine que sente em toda relação um abuso e a profana Juliette que transforma sua sexualidade em tortura, mas nunca satisfaz a si mesma. Concluiremos que Carter promulga uma ideia de que o sistema sexo-gênero estabelece paradigmas sexuais embasados fundamentalmente em uma opressão que impede a construção recíproca do desejo e que a melhor forma de subversão deste sistema é o amor verdadeiro. A Condessa apresentada em <em>Vampirella </em>é uma herdeira de paradigmas existenciais criados seus antepassados, mas o afeto que recebe pela primeira vez do herói possibilita que sua existência como tal seja, enfim, terminada, de modo que ela pode ser finalmente livre.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/47713 Enlaces políticos e estéticos: 2025-09-16T18:55:35+00:00Luciéle Bernardi de Souzalucielebernardi@gmail.com<p>A literatura brasileira em coautoria, realizada em meio a pandemia de COVID-19 e por mulheres, testemunha a escrita enquanto compartilhamento da vida e da palavra, discurso que é experiência. Na coautoria, a palavra partiria de um corpo político que se quer junto e vivo, mesmo à distância e sob o signo da crise, da morte e do fascismo bolsonarista. Calcando-nos no aspecto coletivo intrínseco aos movimentos sociais, nossa hipótese é a de que a escrita coautoral configuraria uma prática política que problematizaria e tensionaria a noção de autoria moderna por evidenciar o encontro e a amizade. Tal prática rejeitaria o mito da autoria individual como única possível no campo literário ao explicitar um modo conjunto de criar e se aproximaria de um “programa vazio” tal qual o presente na amizade. Entendendo a escrita como ação potencialmente transformadora e criadora do mundo e das relações, concluímos que ela possibilita o descentramento do autor ocidental, autoridade patriarcal, e traz consigo modos de vida baseados em um prazer mútuo.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48742Child of the Dark e I’m going to have a little house: 2025-08-13T13:43:26+00:00Luísa Arantes Bahialuisaarantes2@gmail.comCarolina Alves Magaldicarolina.magaldi@ufjf.br<p>RESUMO: Este artigo analisa criticamente as escolhas tradutórias presentes nas versões em língua inglesa das obras <em>Quarto de Despejo: diário de uma favelada</em> (1960) e <em>Casa de Alvenaria</em> (1961), de Carolina Maria de Jesus, realizadas por David St. Clair (1932-1991), Robert M. Levine (1941–2003) e Melvin S. Arrington Jr. O artigo parte de um recorte da minha dissertação <em>Exportando literatura brasileira: Quarto de Despejo e Casa de Alvenaria em língua inglesa</em> e da comunicação apresentada no II Encontro de Literatura de Autoria Feminina da Universidade Federal de Juiz de Fora. O estudo propõe-se a investigar como determinadas posturas tradutórias — sobretudo na primeira tradução — contribuíram para distorções significativas da obra original e, por consequência, da imagem cultural do Brasil no exterior. A análise fundamenta-se nos conceitos de reescrita, de André Lefevere (1992), de marcadores culturais, conforme proposto por Francis Aubert (2006), além das reflexões contidas no livro <em>Traduzindo no Atlântico Negro</em> (Carrascosa, 2017) e no artigo <em>Estudos da Tradução & Mulheres Negras à luz do feminismo</em> (Araujo; Silva; Silva-Reis, 2019). Ao evidenciar diferenças estruturais, semânticas e culturais nas traduções, buscamos mostrar como a ausência de um projeto tradutório consciente leva a impactos éticos e políticos, afetando o modo como a literatura de autoria negra brasileira circula internacionalmente.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49410 Literaturas insubmissas, inclusão e representatividade: do silêncio à voz e à reconfiguração do cânone2025-08-13T13:10:24+00:00Maria Aparecida Andrade Salgueirocidasal3@gmail.com<p>Este artigo objetiva, na perspectiva do recorte “Literatura de Autoria Feminina Negra”, trabalhar brevemente alguns temas essenciais contidos em seu título. Manifestações plurais, as Literaturas Femininas Negras, buscam se afastar do binarismo ocidental e escrever suas próprias histórias – ou reescrever outras, contadas anteriormente por vozes alheias – em prol da luta antirracista e de um mundo menos desigual.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48900Tecnologia e Ecologia in Orlando2025-08-13T13:39:57+00:00Maria Aparecida de Oliveiramariaaoliv@yahoo.com<p>Se Walter Benjamin em <em>The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction</em> discute o fato de que a reprodução mecânica desvaloriza a aura da obra de arte, o que devemos pensar da reprodução mecânica na era da revolução digital e de grandes crises ambientais? Pamela Caughie, refletindo sobre o trabalho de Benjamin, editou o livro <em>Virginia Woolf in the Age of Mechanical Reproduction,</em> uma coletânea de ensaios que refletem sobre a aproximação entre Woolf e Walter Benjamin na interface modernidade e tecnologia. <em> </em>O objetivo dessa apresentação é analisar o romance <em>Orlando</em>, observando como a autora lida com a ecologia e tecnologia em seu texto geo/biográfico, tomando a expressão de Elizabeth Waller em sua interpretação do romance. Woolf na grande maioria de seus romances lida com diferentes estações e diferentes climas, bem como demonstra Peter Adkins em seu texto sobre Woolf e o Antropoceno. O embasamento teórico-crítico do trabalho conta com os pressupostos de Peter Adkins, Bonnie Scott e Derek Ryan. Donna Harraway, <em>When Species Meet</em>, também é um texto fundamental para entender as relações entre ecologia e tecnologia no romance woolfiano. A coletânea <em>Virginia Woolf and the Natural World</em> debruça-se sobre o tema principal desse artigo, que é analisar a representação da natureza no romance <em>Orlando</em> buscando as interrelações entre tecnologia e ecologia. Orlando não é o único que está mudando de sexo, mas, sobretudo, a terra, o clima, os animais estão todos sofrendo uma grande transformação ao longo de trezentos anos dessa jornada, assim como podemos perceber as modificações em termos ecológicos e tecnológicos no romance. Assim, a questão é entender como Woolf localiza seu personagem principal em profundo contato com o ambiente, o humano e não-humano e todas as alterações ao seu redor.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48753Marginalidade e dissidência em La novia oscura [1999] de Laura Restrepo2025-08-13T13:42:33+00:00Maria Osoriomeugenia.osorio@udea.edu.co<p>O objetivo deste trabalho é analisar <em>La Novia Oscur</em>a, da escritora colombiana Laura Restrepo. Partimos da hipótese de que Tora, a cidade onde se desenvolve o romance e que alude a um vilarejo localizado no Magdalena Medio colombiano, ou seja, uma região periférica, distante do centro do poder constitucional, funciona como um prisma através do qual podemos ver as contradições políticas e econômicas que se vivem no país. Tora, da mesma forma, é um lugar de “insilio” para alguns grupos sociais que vivem à margem das leis e é um espaço contestatório no qual um grupo de mulheres marginalizadas, inclusive dos discursos ginocêntricos ou feministas, tenta resgatar sua dignidade em uma sociedade que as estigmatizou por seu ofício de prostitutas. Em correspondência com o acima exposto, no início do romance, os discursos oficiais sobre o poder, o controle do corpo, a higiene, a doença e a prostituição são desconstruídos ou questionados; no entanto, no final da história, a judicialização e a moralização do corpo da mulher voltam a triunfar.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49730O Rio de Janeiro na pena de Corina Coaraci2025-08-14T17:35:21+00:00Moema Rodrigues Brandão Mendesmoemarbmendes@gmail.comEliane Vasconcellosvasconcellosev@gmail.com<p><strong>RESUMO</strong>: Este artigo estabelece uma forma de compreender a cidade do Rio de Janeiro por meio do discurso empreendido nas publicações da cronista, Corina Coaraci, no final do século XIX, cujo projeto tem como finalidade promover o levantamento da obra da escritora, dispersa em periódicos. Aliamos nossa reflexão às questões que ocupam a sociedade fluminense sob o olhar da escrita de autoria feminina no que diz respeito à vida intelectual, considerando as manifestações artísticas que envolvem obras literárias, peças teatrais e pinturas conjugadas a abordagens sociais, que trazem à discussão a violência, o preconceito, modos, moda, costumes e considerações sobre o controle patriarcal.</p> <p> </p> <p> </p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/49019O reflexo do espelho de Oxum no conto “Olhos d’água” de Conceição Evaristo2025-08-13T13:16:32+00:00Patricia Anicetopatricianiceto@yahoo.com.br<p>Buscamos promover a fundamentação dessa análise a partir do conceito de escrevivência, no que diz respeito à representação do espelho de Oxum, no conto “Olhos d’água” de Conceição Evaristo. Concluímos a importância desse estudo quando percebemos o conflito experimentado pelas personagens na incessante tentativa de reconstrução da identidade e da noção de pertencimento propostos pela narradora. É inegável que o elo afetivo seja estabelecido entre o sujeito negro e a ancestralidade que é marcada por ecos de vozes e é retomada como forma de pertencimento e de resistência das tradições culturais. Nesse sentido, a frequente presença dos antepassados, no conto, legitima a possibilidade de dar continuidade às constantes lutas dos negros e de colocar num mesmo plano o tempo passado e o presente.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48827Violência sexual na escrita feminista de Roxane Gay: 2025-08-13T13:41:49+00:00Priscilla Pellegrino de Oliveirapris_ufjf@yahoo.com.br<p>A escritora norte-americana Roxane Gay é uma autora contemporânea ativista do movimento feminista atual e é reconhecida por suas obras acerca da temática da violência sexual contra a mulher. O romance <em>An Untamed State</em> (2014) e os contos “Things I know about Fairy Tales”, publicado em <em>Ayiti</em> (2011), e “Sweet on the Tongue”, publicado em<em>Ayiti</em> (2018), expressam narrativas sobre o tema no século XXI. São três versões da mesma história, com algumas mudanças na trama. Neste artigo, exploro essas histórias sob o viés da crítica feminista ao definir e analisar o estupro como um crime que está ligado à manutenção do poder masculino na sociedade em detrimento do corpo feminino, local de violência, em concordância com o pensamento de teóricas como Brownmiller (2013), Griffin (1971), Toit (2009), Healicon (2016), Sanyal (2019) e Cahill (2001). Além disso, no caso das narrativas em questão, a situação de diáspora em que as protagonistas se encontram também é discutida conforme teóricos como Hall (1989) e Laguerre (1998), já que essa condição está relacionada aos crimes cometidos contra elas: são mulheres descendentes de famílias haitianas que conseguiram realizar o sonho americano e que, por isso, merecem ser sequestradas e violentadas.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48973Utopia e distopia: A visão “ustopica” de Margaret Atwood2025-08-13T13:23:31+00:00Rachel Strehlerachelstrehle@gmail.com<p>Este artigo explora o conceito de "ustopia", neologismo proposto por Margaret Atwood em In Other Worlds: SF and the Human Imagination (2011), que busca romper o binarismo entre utopia e distopia, demonstrando que toda utopia contém um elemento distópico e vice-versa. A partir desse conceito, analisamos as obras Herland, de Charlotte Perkins Gilman, e O Conto da Aia, de Atwood, para evidenciar como as tensões entre utopia e distopia se entrelaçam e refletem as complexidades da condição humana e das relações de gênero. Por meio de uma análise comparativa, destacamos como ambas as narrativas incorporam elementos utópicos e distópicos, revelando nuances fundamentais para compreender a crítica social e política de suas autoras.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48948A utopia feminista de Charlotte Perkins Gilman2025-08-13T13:36:11+00:00Raquel Saar Rodriguesraquel.saar@ufjf.brRogério de Souza Sergio Ferreirarogerio.ferreira@ufjf.br<p><span style="font-weight: 400;">Uma análise do romance Moving the Mountain, utopia feminista da autora estadunidense Charlotte Perkins Gilman, publicado em 1911, é colocada em prática no presente artigo. No nosso entender, os sentimentos demonstrados pelo narrador John Robertson ao longo de sua jornada auxiliam o leitor a compreender a sociedade utópica em que vive. Elaborou-se o mapeamento das emoções do protagonista com a técnica denominada “Análise de Sentimentos”, recurso que também permite enquadrar a obra de Gilman no contexto teórico de uma utopia ecofeminista, à luz dos preceitos de Johns (2010), na consideração de que no mundo imaginado ocorre a extinção tanto da misoginia quanto da exploração ambiental.</span></p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48881Literatura das mulheres chicanas2025-08-13T13:40:50+00:00Renata Rezende Menezesrrezendemenezes@yahoo.com.br<p>O objetivo deste artigo é discorrer sobre a literatura das mulheres chicanas, a qual teve sua emergência nos anos oitenta (século XX), e sobre as escritoras chicanas, que têm servido como mediadoras das vozes das chicanas, reverberando os acontecimentos sociopolíticos no cenário estadunidense e propiciando a quebra de muitos paradigmas, além do (re)conhecimento dos(as) chicanos(as), tanto perante à sua comunidade quanto à comunidade estadunidense dominante.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48952Pintando aldeias: 2025-08-13T13:17:37+00:00Sônia Maria Ferreira de Matossoniamfmatos@yahoo.com.br<p>Esse texto, um recorte da tese de doutorado, tem por intuito observar “os lugares onde a memória se cristaliza e se refugia” (NORA, 1993, p.7) nos poemas de Nanny Zuluaga Henao. Sua memória passa pelos lugares de sua infância, pela natureza, pelos personagens reais que a rodeiam, pelas recordações ancestrais e pelas heranças deixadas pelos povos originais e pela africanidade que corre em seu sangue.</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48914Escrita maldita, escrita lésbica2025-08-13T13:39:11+00:00Talita Ferreira Gomes da Silvatalitaferreiragomes@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">A partir da década de 1970, observa-se um aumento nas mobilizações sociais protagonizadas por mulheres, embora a presença de vozes lésbicas, dentro desse cenário, tenha sido historicamente sub-representada. Esse silenciamento, frequentemente identificado como um instrumento de manutenção do sexismo e da lesbofobia (Lorde, 1984), contribui para a marginalização das experiências e narrativas lésbicas. Este artigo propõe-se a contribuir para a superação desse apagamento, alinhando-se às perspectivas teóricas e políticas que reivindicam a visibilidade das lesbianidades como parte integrante dos processos sociais e culturais. Para tanto, toma-se como objeto de análise a obra de Cassandra Rios, escritora frequentemente rotulada como “maldita” e “a mais proibida do Brasil” (Lira, 2013), cujos romances, majoritariamente protagonizados por personagens lésbicas, foram alvo de censura durante o regime militar brasileiro. Tal censura, justificada por acusações de "pornografia", configurou-se não apenas como repressão literária, mas também como mecanismo de apagamento das identidades lésbicas no contexto cultural e editorial do período (Trevisan, 2018). Com base em pesquisa bibliográfica, documental e análise literária, este estudo examina as razões alegadas para a marginalização da obra de Cassandra Rios, propondo uma reflexão crítica sobre os modos como o silenciamento se articulou à desqualificação estética e moral de sua produção. Busca-se, assim, contribuir para o reconhecimento da relevância da autora no campo da literatura brasileira, em especial no âmbito da literatura lésbica, e para a ampliação das discussões sobre gênero, sexualidade e censura no Brasil.</span></p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOShttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/48961Do riso solto ao “gênero intensivo”: a teatralidade farsesca na escrita modernista de Virginia Woolf2025-08-13T13:34:51+00:00Victor Santiagovictor.santiago@ufac.br<p>Este artigo propõe uma leitura da peça <em>Freshwater: </em>uma comédia (2025 [1923/1935]), de Virginia Woolf, em articulação com outras obras da autora, a partir do gênero farsa — tradicionalmente marginalizado pela crítica literária e teatral. Sustenta-se que Woolf mobiliza elementos farsescos — como o exagero, o absurdo, a corporeidade cômica e a desrazão — não como um desvio pontual, mas como núcleo estético e político de sua escrita. Longe de tratar <em>Freshwater</em> como uma curiosidade excêntrica, o estudo reivindica a farsa como força estruturante de uma modernidade literária anticartesiana, que subverte convenções de gênero, autoridade e representação. Dialogando com Smith (1989), Davis (2003), Schechner (2003) e Braidotti (2011), entre outros, argumenta-se que o riso woolfiano, encenado e encarnado na farsa, desestabiliza a imagem da “escritora trágica” e reinscreve Woolf em uma tradição performativa experimental e nômade, entendendo a farsa como parte constitutiva de seu gênero intensivo (Braidotti, 2011).</p>2025-12-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS