UMA NOTA SOBRE UMA TEORIA MEDIEVAL ACERCA DE INEXISTENTES

Autores

  • Ernesto Perini-Santos

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2018.17873

Resumo

Algumas soluções medievais para o sofisma ´omnis homo de necessitate est animal´ postulam um tipo especial de ser, o ser da essência (esse essentiae), que explica como uma predicação necessária pode ser verdadeira sobre seres cuja existência é contingente. O ser da essência, distinto do ser efetivo (esse actuale), admite apenas propriedades necessárias. Deste traço se seguem duas diferenças em relação a teorias meinonguianas acerca do não ser. Inicialmente, segundo Meinong, o tipo de propriedade de um objeto é independente de ele existir – o chamado ´Princípio da Independência´. Além disto, o ser da essência não é parte da explicação da intencionalidade. Teorias medievais que julgam dever explicar a intencionalidade pela postulação de um tipo especial de ser não o fazem pela postulação do esse essentiae. Objetos meinoinguianos, por seu vez, servem para explicar tanto a intencionalidade quanto a distribuição intuitiva de valores de verdade para sentenças sobre inexistentes.

 

Palavras-chave: Sofisma, Inexistentes, esse essentiae, esse actuale, Princípio da Independência, Meinong, Anonymus Liberanus, Anonymus Tabarroneus.

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Publicado

2019-01-19