Revista Ética e Filosofia Política https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia <p>Revista do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora. A revista Ética e Filosofia Política começou como “PHI-BRA”, no ano de 1985. A partir do 2º semestre de 1988, passou a ser intitulada “Comunicações Filosóficas” e, a partir do 2º semestre de 1996, “Ética e Filosofia Política”, recebendo artigos, ensaios, resenhas, comunicações e relatórios de pesquisa de caráter interdisciplinar, mais precisamente, filosófico e jurídico, com interfaces na epistemologia das ciências humanas e sociais aplicadas. As edições estão em estrita conexão com as áreas de concentração dos programas de pós-graduação em Filosofia, em Ciência da Religião e em Direito da UFJF.</p> <p>ISSN Impresso 1414-3917<br />ISSN Eletrônico 2448-2137</p> UFJF pt-BR Revista Ética e Filosofia Política 1414-3917 Um olhar sobre a ética do cinema na era da comunicação digital https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/49190 <p>O presente artigo aborda a questão da "ética do cinema", distinguindo-a cuidadosamente da "ética no cinema". Em vez de focar nos temas representados (como violência ou sexo), a análise se concentra na relação que a obra cinematográfica estabelece com o espectador, especialmente na era digital. O autor destaca como a experiência de ver um filme mudou drasticamente: o ritual da sala de cinema deu lugar a um consumo fragmentado e individualizado através de streaming e downloads, transformando o espectador em um "prosumidor" que pode manipular e disseminar conteúdo. Com base nos fundamentos filosóficos da hermenêutica, especialmente de Hans-Georg Gadamer e Paul Ricœur, o artigo argumenta que um filme eticamente construído assume uma forma "interrogativa". Ele não impõe respostas, mas abre um espaço para a liberdade e a responsabilidade do espectador, que é convidado a interpretar e, nesse processo, a se autocompreender. A obra de arte é vista como um modo de conhecimento e acesso à verdade, que vai além da racionalidade científica. O texto também analisa como a Igreja Católica, sob o Papa Francisco, passou a tratar o cinema não mais como um "objeto" a ser censurado, mas como um "sujeito" com linguagem própria, capaz de dialogar com os desafios contemporâneos. O autor conclui ao diferenciar o "ver" (ato fisiológico) do "olhar" (ato que envolve o coração e a mente), defendendo que o cinema ético promove um "olhar" responsável, transformando a ficção em um laboratório para o juízo moral e a reflexão sobre a "vida boa".</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Ética do cinema. Hermenêutica. Ricœur. Gadamer. Texto fílmico.</p> Dario Edoardo Viganò Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 6 28 10.34019/2448-2137.2025.49190 Entre a ciência e o espetáculo: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/47106 <p>O artigo explora como o conceito de pós-cinema redefine a relação entre ciência, estética e cultura no contexto contemporâneo. A partir de uma abordagem transdisciplinar, fundamentada na semiótica da cultura de Yuri Lotman e na filosofia perspectivista de Friedrich Nietzsche, investiga-se como os sistemas sígnicos do pós-cinema moldam o imaginário científico, reinterpretando suas representações por meio de novas estéticas e tecnologias audiovisuais. Discute-se o impacto de novas práticas audiovisuais na construção do conhecimento científico, destacando as figuras emergentes do pós-especialista e do pós-cientista. O artigo problematiza as tensões entre rigor acadêmico e acessibilidade cultural, propondo que o pós-cinema, ao mesmo tempo que democratiza o saber, pode diluir a complexidade epistemológica. Conclui-se que o pós-cinema reflete e performa o signo Ciência, participando de um processo contínuo de ressignificação no imaginário coletivo que impõem desafios para a formação social e educacional de competências críticas para lidar com os novos paradigmas trazidos pelo pós-cinema.</p> Glaucio Aranha Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 29 50 10.34019/2448-2137.2025.47106 Tonalidade afetiva e transcendência: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46823 <p>O questionamento filosófico aqui presente se funda na busca por compreender ontologicamente, a partir de uma recepção do pensamento heideggeriano, como se constitui a nossa experiência fílmica, sobretudo, quando estamos efetivamente abertos aos fenômenos ali desvelados. Visamos, com isso, questionar tanto as condições de possibilidade no referente ao dar-se fenomênico dos filmes quanto suas potencialidades filosóficas. Para tal, adentraremos, nas duas partes que compõe nosso percurso, nos temas correlatos da tonalidade-afetiva (<em>Stimmung</em>) e da transcendência fundamental-ontológica referentes à nossa abertura (<em>Erschlossenheit</em>) para as obras cinematográficas e para o ser de um modo geral. Assim sendo, na primeira parte, discorreremos acerca do papel dos afetos na constituição da visualização das obras cinematográficas enquanto os viabilizadores por excelência de nos situarmos em primeira pessoa no âmago das questões ali tratadas. Já no segundo momento, desenvolveremos o tema da transcendência na visualização fílmica, queremos dizer, de nossa abertura para os filmes envolvendo-nos na problemática acerca da temporalização ou, melhor dizendo, dos modos de temporalização ocorridos nessa experiência.</p> Luan Alves dos Santos Ribeiro Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 69 85 10.34019/2448-2137.2025.46823 Stanley Cavell e o reconhecimento do silêncio no cinema sonoro https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46831 <p><span style="font-weight: 400;">O artigo tem como objetivo analisar a discussão cavelliana acerca do reconhecimento do silêncio no cinema</span><em><span style="font-weight: 400;">. </span></em><span style="font-weight: 400;">Trata-se de entender o que significa qualificar o cinema como uma arte parcialmente modernista e, ao mesmo tempo, parcialmente definida pelo seu automatismo. No âmbito de um debate acerca da natureza da imagem fílmica, em consonância com o entendimento cavelliano sobre o atrelamento entre o advento do cinema e a consolidação do ceticismo moderno, nosso intuito é ressaltar como o reconhecimento do silêncio é visto como aspecto importante do realismo essencial da imagem fotográfica e como algo que também revela a natureza da nossa linguagem. Assim, iniciaremos abordando a distinção entre som e imagem, na ontologia do cinema cavelliana, discutindo como a imagem cinematográfica envolve a necessária expressão realista do indizível. Na sequência, exploramos a relação entre Cavell e Greenberg, relação essa permeada também pelas leituras de Fried, para pensar em que sentido o cinema possa ser considerado uma arte moderna e as implicações disso no que se refere especialmente ao meio fílmico Pós-Segunda Guerra. Isso para que possamos, finalmente, pensar como uma declaração modernista do meio fílmico, compatível com as ideias cavellianas, envolve ressaltar a necessidade do reconhecimento do silêncio no cinema sonoro.</span><em><span style="font-weight: 400;">&nbsp;</span></em></p> Igor Nascimento Andrea Cachel Pedro Monte Kling Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 86 109 10.34019/2448-2137.2025.46831 Senso do maravilhoso: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46821 <p>Este artigo explora o senso do maravilhoso na ficção científica e suas manifestações estéticas através do sublime e do grotesco. Fundamentado nas categorias propostas por Kant, Csicsery-Ronay Jr. e Cornel Robu, o estudo aborda como o sublime provoca um deslumbramento que transcende a percepção comum, enquanto o grotesco perturba a racionalidade ao mesclar elementos contraditórios. Identificando as implicações estéticas e filosóficas de tais categorias em filmes de ficção científica, buscamos discutir como o senso do maravilhoso enriquece o processo de análise fílmica, promovendo reflexões sobre a condição humana, a ciência e a tecnologia. Partindo de tais elementos, propomos a análise fílmica, fundamentada nos pressupostos de Vanoye e Goliot-Lété dos filmes Homem de Ferro 2 e <em>Blade Runner </em>2049. No primeiro caso é evidenciado o tecnosublime na figura do inventor como herói que sobrepõe as forças da natureza e no segundo o grotesco ao combinar temas contraditórios como vida e morte, suscitando questões éticas sobre a produção de alimentos e sustentabilidade. O artigo evidencia como a análise fílmica da ficção científica ao se apropriar do senso do maravilhoso fomenta reflexões sobre a ciência, a tecnologia e a condição humana, reafirmando o gênero como espaço privilegiado para reflexões filosóficas e estéticas.</p> Rodrigo Vasconcelos Machado de Mello Fabiane Estevão Barros Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 110 131 10.34019/2448-2137.2025.46821 Reconfigurar a história com imagens dialéticas: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46868 <p><span style="font-weight: 400;">Trata-se de uma análise do livro </span><em><span style="font-weight: 400;">Passagens</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Walter Benjamin, com o objetivo de mostrar a ressonância dos conceitos benjaminianos nas ideias de Pier Paolo Pasolini. A análise tem como foco pensar sobre a noção de imagem dialética como operadora para a crítica de arte, no que concerne a uma relação entre a imagem cinematográfica e a tentativa de salvar o passado. Embora em abordagens distintas, para os dois autores o passado reveste-se de uma força revolucionária. A explicitação dessa relação é balizada pelas reflexões de Benjamin acerca da História, tendo como elemento orientador a noção de imagem dialética. Este conceito de imagem dialética foi reelaborado por Georges Didi-Huberman em sua noção de imagem crítica. Posto isto, esta pesquisa opera esses conceitos de forma a abordar criticamente a obra de Pasolini, mostrando a construção de imagens dialéticas em seus filmes e procurando enfatizar o contraponto entre a produção cinematográfica de Pasolini e o projeto das Passagens de Benjamin, sendo o conceito de imagem dialética o centro gravitacional da construção deste artigo.</span></p> Matheus Silveira dos Santos Ana Maria Pimenta Hoffmann Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 132 256 10.34019/2448-2137.2025.46868 Nimona, uma conversa possível sobre identidades, gênero, sexualidades e diferenças https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46842 <p><strong>Resumo</strong>: Este artigo, a partir de concepções sobre identidade e diferença, busca refletir sobre a produção audiovisual “Nimona” como possibilidade de usos pedagógicos na Educação Básica para discutir questões de gênero e sexualidades. Pretende-se abordar os modos como pensar o cinema filosoficamente, aparados/as em teorias e leituras (Cabrera, 2006; Duarte, 2002; Fresquet, 2003) já existentes, que demonstram essa potência e possibilidade de diálogo, bem como as questões que permeiam os conceitos de gênero e sexualidade (Louro, 2001, 2014). Discutimos, ainda, como a animação dialoga com a construção da identidade, como constructo político, a partir da representação do diferente (Gallo, 2014; Hall, 2015) como possibilidade de resistência.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Nimona; Cinema; Gênero; Identidades; Diferenças.</p> André Luiz Bernardo Storino Ivan Amaro Carolina Romanazzi Freire Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 157 177 10.34019/2448-2137.2025.46842 Do clarão das fogueiras ao brilho das telas: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46713 <p>Não é segredo para pessoa alguma que o cinema tem um poder de difusão de ideias e representações muito forte. Seu alcance pode chegar aos locais mais distantes pela facilidade com que foi adaptado para outras tecnologias, como a internet, por exemplo. Nota-se neste percurso a apropriação do espaço cinematográfico por parte dos povos indígenas contemporâneos que buscam produzir e difundir suas próprias criações artísticas. Por isso, objetiva-se no presente artigo uma análise filosófica das representações de si dos povos indígenas a partir de sua demarcação de espaços cinematográficos em contraposição ao que no passado foi realizado pela própria indústria cinematográfica.</p> Ricardo Valim José Benedito de Almeida Jr Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 178 197 10.34019/2448-2137.2025.46713 Montando um espírito brasileiro: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46863 <p>O presente artigo propõe uma análise do filme <em>Á Meia-Noite Levarei Sua Alma</em> (1964) sob a ótica de Gilles Deleuze, dividida em três tópicos principais. Primeiro, apresenta-se uma introdução sobre a importância da montagem no cinema, destacando como a edição transcende a mera reprodução da realidade e possibilita novas formas de pensar e sentir. Em seguida, explora-se a montagem espiritual, inspirada pelo expressionismo, que realça a atmosfera emocional e psicológica dos filmes de terror, traçando um paralelo com o impacto dessa técnica na eminência do terror brasileiro. Por fim, realiza-se uma análise do filme <em>A Meia-Noite Levarei Sua Alma </em>(1964), enfocando como a montagem e os elementos expressivos criam uma experiência cinematográfica singular e perturbadora, alinhando-se com as teorias de Deleuze sobre a imagem-tempo e a imagem-movimento.</p> Everton Sousa Frederico Osanan Amorim Lima Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 198 222 10.34019/2448-2137.2025.46863 ‘HUA MULAN’ https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46845 <p>O presente artigo tem o objetivo de questionar os estereótipos e papéis de gênero e exaltar as lições de empoderamento feminino baseado no filme Mulan, versão live-action de 2020 da Disney&nbsp; e a versão &nbsp;Chinesa.&nbsp; Nesse estudo procuramos compor o problema através da análise de diversos fatores que influenciam diretamente as dicotomias masculino/feminino, a subversão dos papéis tradicionais de gênero e de empoderamento feminino. Trata-se de uma pesquisa que utiliza a abordagem qualitativa, com método documental/bibliográfico da obra de Simone de Beauvoir, &nbsp;Heleieth Saffioti , entre outros e da análise crítico-cinematográfica a partir da etnografia de tela do filme.&nbsp; A estética cinematográfica permitiu-nos verificar a existência da assimetria entre os gêneros, a divisão rígida entre o público e o privado e a submissão das mulheres ao papéis pré-estabelecidos e a quebra desses paradigmas feitas pela personagem. Destaca-se &nbsp;o importante estatuto e valor das mulheres, na sociedade, desempenhando um papel na promoção do despertar da consciência feminina, na cultura oriental.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Gênero – Cinema – Mulan&nbsp; – Feminismo -&nbsp; Empoderamento&nbsp;</p> Izabela Jamar Margareth Pereira Arbués Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 223 242 10.34019/2448-2137.2025.46845 Ensino de filosofia e o cinema como recurso didático-pedagógico: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/46865 <p>Apesar de essencial, a Filosofia apresentou instabilidade histórica no currículo escolar brasileiro, especialmente durante a Ditadura Militar. A relação entre conteúdo e forma, conforme Gramsci, é central no ensino de Filosofia, exigindo que o docente conecte o saber filosófico ao cotidiano dos alunos. Gramsci considera a educação como um processo histórico e de luta, essencial para que os subalternos se apropriem criticamente do legado cultural humano. Nesse sentido, o uso do cinema como ferramenta no ensino de filosofia apresenta uma abordagem inovadora. Filmes, independentemente de gênero ou orçamento, podem servir como “unidades conceituais” que estimulam o pensamento crítico e filosófico dos estudantes, ampliando as possibilidades metodológicas no ensino da disciplina. Podem contribuir para não só transgredir a hegemonia atual, como também proporcionar o surgimento de uma nova hegemonia.</p> Georgio Famarion Rodrigues Lacerda Pedro Pereira dos Santos Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 243 264 10.34019/2448-2137.2025.46865 Uso de filmes, séries e documentários no ensino de filosofia: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/49191 <p><strong>RESUMO</strong>: Este artigo aborda o uso de recursos audiovisuais como ferramenta para o ensino de filosofia. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura que tem como objeto de investigação as práticas de uso de filmes, séries e documentários em contextos de aulas de Filosofia. O objetivo geral foi mapear, sistematizar e categorizar as obras e metodologias aplicadas por professores da área, a fim de gerar subsídios para a formação docente. Os principais resultados revelam uma notável desproporção no campo: de um lado, uma escassez de relatos sobre experiências pedagógicas concretas e, de outro, uma vasta produção que utiliza o cinema como objeto de reflexão teórica. Para analisar este cenário, a pesquisa propõe dois conceitos centrais: o de reendereçamento e o a Análise Fílmica Filosófica, que caracteriza a maioria dos artigos encontrados, nos quais o filme serve como um campo para a exploração de problemas filosóficos. A investigação conclui que existe uma lacuna significativa entre a produção acadêmica e a partilha de saberes práticos, apontando para a necessidade de maior valorização e documentação das práticas docentes que efetivamente integram o audiovisual à sala de aula de filosofia.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Ensino de Filosofia. Audiovisual. Reendereçamento. Revisão Sistemática.</p> Clinger Cleir Silva Bernardes Silvio José Trindade Alvim Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 265 288 10.34019/2448-2137.2025.49191 Dossiê "A Filosofia e o Cinema" https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/49189 <p>É com grande entusiasmo que apresentamos uma edição inteiramente dedicada a explorar as ricas e multifacetadas intersecções entre o Cinema e a Filosofia.</p> <p>No Cinema, a filosofia é articulada com a arte, no nível de um “<em>fazer estético</em>” que nos interpela e nos salva de nossas angústias do dia a dia trivial, monótono, onde as horas, os minutos, os segundos são iguais, assim como tudo o que se nos acontece aí dentro, ou seja, as pessoas e as relações. O encontro da Filosofia com o Cinema tem, pois, uma finalidade <em>“soteriológica”</em>, ou seja, a de nos resgatar da “<em>mesmidade</em>” pessimista de uma vida fechada, suicida, e de nos abrir para o débito existencial que devemos pagar em nome de um sentido, cuja referência existe: o dever de construir uma história feita de senões e de graças. É nesta confluência hermenêutica feliz de duas perspectivas epistemológicas que também aqui nos encontramos, com esta edição singular, inédita, onde o visual, racional e poético, se expressa.</p> Clinger Cleir Silva Bernardes Antonio Henrique Campolina Martins Copyright (c) 2025 2025-06-22 2025-06-22 1 28 1 5 10.34019/2448-2137.2025.49189