Revista Ética e Filosofia Política https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia <p>Revista del Departamento de Filosofía de la Universidad Federal de Juiz de Fora.</p> UFJF pt-BR Revista Ética e Filosofia Política 1414-3917 A ideia de Deus e as dificuldades do ateísmo https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50666 <p>O título e o conteúdo do presente ensaio são extremamente relevantes para o leitor que quer conhecer, aprofundar e atualizar a filosofia da Idade Média sem o filtro de uma teoria histórica: “A Ideia de Deus e as Dificuldades do Ateísmo”. Trata-se de um texto rigorosamente acadêmico, preciso e conciso, expressando e integrando o ideal da Universidade em seus primórdios, escrito pelo grande pensador medievalista, único sob todos os aspectos; Etienne Gilson (1884-1978) é o&nbsp; eminente professor da Sorbonne desde 1921, membro do Collège de France desde 1932, “scholar” nas Universidades de Harvard e de Toronto, fundador do Instituto Pontifício de Estudos Medievais de Toronto em 1929 e seu diretor até 1968, membro da delegação francesa na Conferencia das Nações Unidas de 1945, em São Francisco, CA, oficial francês na Primeira Guerra Mundial sendo, por dois anos, prisioneiro durante a mesma.<br><br></p> <p><em>Tradução de <strong>Humberto Araújo Quaglio de Souza</strong></em></p> <p><em>Apresentação de <strong>Antonio Henrique Campolina Martins </strong></em></p> <p><em>Notas Biográficas de <strong>Pedro Calixto</strong></em></p> Étienne Gilson Derechos de autor 2025 2024-12-31 2024-12-31 2 27 122 176 10.34019/2448-2137.2024.50666 Søren Kierkegaard e Étienne Gilson: Interlocuções https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50660 <p>A presente edição da revista Ética e Filosofia Política vem a público com uma proposta de promoção de interlocuções. O convite a essas interlocuções ora feito aos leitores se apresenta de maneiras diferentes nas duas sessões em que este número se divide. Dois filósofos emblemáticos da contemporaneidade, o dinamarquês Søren Kierkegaard, que viveu no século XIX, e o francês Étienne Gilson, do século XX, dão cada um o tom de uma sessão.</p> Antônio Henrique Campolina Martins Humberto Araujo Quaglio de Souza Derechos de autor 2025 2024-12-31 2024-12-31 2 27 1 2 Resenha de QUEIROZ, Regina. Liberdade. Coimbra: Edições 70, 2024 https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50667 <p>Integrado na coleção Filosofia e Valores, este ensaio dedicado ao conceito de Liberdade exemplifica bem os limites do discurso filosófico contemporâneo, tanto naquilo que isso tem de positivo como de negativo. A autora é especialista na Obra de John Rawls e atém-se aqui ao modelo da coleção: um livro breve (cerca de 150 páginas), de estrutura simples, até linear na sua exposição histórica, focado em oferecer ao leitor (provavelmente não especialista) um estado da arte no que respeita ao termo que intitula o volume.</p> Carlos Leone Derechos de autor 2025 2025-10-26 2025-10-26 2 27 177 179 10.34019/2448-2137.2024.50667 Entre razão e subjetividade: o Pós-escrito contra a Filosofia do Direito de Hegel https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50661 <p>Este artigo examina a crítica de Kierkegaard à <em>Filosofia do Direito</em> de Hegel tal como expressa no seu <em>Pós-Escrito</em>. Embora alguns intérpretes, como Jon Stewart, argumentem que Kierkegaard não critica diretamente Hegel, mas apenas os hegelianos dinamarqueses de sua época, este estudo sustenta que há uma oposição filosófica objetiva entre ambos, especialmente no que concerne à fundamentação da ética. Para Hegel, a liberdade se realiza dialeticamente na eticidade [<em>Sittlichkeit</em>] do Estado moderno, onde o indivíduo se reconhece no universal. Já Kierkegaard rejeita essa concepção, argumentando que a verdade ética não pode ser determinada objetivamente, pois a subjetividade é essencial para sua realização. A partir da análise de passagens de Hegel e Kierkegaard, o artigo conclui que a oposição entre os dois filósofos não é apenas uma diferença entre concepções de ética, mas um impasse fundamental sobre a possibilidade da ética ser objetiva ou subjetiva, ocasionando em uma divergência com a interpretação de Stewart.</p> <p><strong>Palavras-Chave</strong>: Kierkegaard. Hegel. Ética. Verdade Subjetiva. Filosofia do Direito.</p> Victor M. Fernandes Derechos de autor 2025 2025-10-26 2025-10-26 2 27 3 22 10.34019/2448-2137.2024.50661 O tema do martírio em Kierkegaard e Bonhoeffer: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50662 <p>O tema do martírio é bastante comum no cristianismo dos primeiros séculos e no cristianismo medieval. Com o passar dos anos, notadamente após os séculos XVIII e XIX, ele tende a diminuir e o cristianismo passa a ser mais racionalizado, calculado e se torna, por assim dizer, um objeto acadêmico e socialmente aceitável. Kierkegaard, pensador do século XIX, busca recuperar o vigor de tal discussão primitiva nos seus escritos e reintroduz o tema esquecido no contexto da cristandade do seu tempo e com a linguagem do século XIX. Tal coisa é realizada em inúmeras de suas obras e com o uso de inúmeros pseudônimos e artifícios literários. O tema do martírio também será importante na obra do teólogo Dietrich Bonhoeffer. Em vários dos seus trabalhos e, inclusive, isso pode ser observado no seu próprio sacrifício de vida, uma vez que ele foi vítima do totalitarismo nazista na Alemanha do seu tempo. Assim, o presente trabalho almeja investigar, nos dois pensadores, a despeito de suas diferenças, uma herança comum e esquecida do cristianismo, a saber, o tema do martírio. Trata-se não apenas de uma questão meramente teológica, mas de algo que irá moldar uma concepção filosófica e ética do homem no mundo e do seu papel na sociedade contemporânea.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Bonhoeffer, Ética, Filosofia Contemporânea, Kierkegaard, Martírio.</p> Marcio Gimenes de Paula Derechos de autor 2025 2025-10-26 2025-10-26 2 27 23 42 Kierkegaard e Santo Agostinho: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50663 <p>O artigo investiga, a partir de uma abordagem filosófico-teológica, a relação entre desespero, fé e verdade na constituição do sentido existencial humano, estabelecendo um diálogo entre Santo Agostinho e Søren Kierkegaard. Objetiva-se compreender como a fé, segundo esses autores, atua como elemento central na superação do desespero e na reestruturação do si-mesmo. Utiliza-se como metodologia a análise conceitual comparada entre obras-chave dos pensadores, especialmente <em>Confissões</em> e <em>A Doença para a Morte</em>, complementada por revisão bibliográfica de autores contemporâneos. Identifica-se que, para ambos, o desespero é expressão de uma ruptura da síntese entre finitude e infinitude, e a fé, um movimento interior que reconcilia o ser humano com o transcendente. Os resultados apontam para a convergência entre as perspectivas agostiniana e kierkegaardiana ao proporem a fé como via de reencontro com a verdade e sentido. Conclui-se que a fé cristã, compreendida como salto existencial, representa não apenas uma resposta ao sofrimento humano, mas a possibilidade de uma existência autêntica, ancorada no eterno e fundada no amor divino. O estudo destaca a atualidade dos autores no enfrentamento da crise de sentido na contemporaneidade, contribuindo para a reflexão sobre o papel da religião na construção da identidade e da liberdade do sujeito.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Fé; Desespero; Verdade; Kierkegaard; Santo Agostinho.</p> Cássia Fernandes Derechos de autor 2025 2025-10-26 2025-10-26 2 27 43 63 10.34019/2448-2137.2024.50663 Reflexões sobre a interioridade inspiradas por Kierkegaard e Tarkovski https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50664 <p>O desespero é um dos temas centrais da filosofia existencial, e é perfeitamente possível afirmar que o primeiro autor a desenvolver essa ideia com profundidade no pensamento filosófico foi o dinamarquês Søren Kierkegaard, dando um sentido específico a esse termo em sua obra, especialmente no livro A doença para a morte, publicado sob o pseudônimo Anti-Climacus em 1849. Outros temas ligados à interioridade, como a fé e a constituição de um si-mesmo, também foram objeto de originais e significativas reflexões desse pensador. Mais de cem anos depois, na segunda metade do século XX, o cineasta soviético Andrei Tarkovski produziu uma obra cinematográfica que ficou conhecida por abordar também questões existenciais e por explorar a interioridade. Este artigo propõe um olhar sobre algumas ideias kierkegaardiana a partir de três filmes de Tarkovski que possivelmente aprofundam a percepção de complexidade que existe nesse tema psicológico-religioso-filosófico da interioridade tal como apresentado pelo filósofo dinamarquês.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: desespero; fé; interioridade; Kierkegaard; Tarkovski.</p> Humberto Araujo Quaglio de Souza Derechos de autor 2025 2025-10-26 2025-10-26 2 27 64 87 10.34019/2448-2137.2024.50664 Kierkegaard e o paradoxo de sorites: https://periodicos.ufjf.br/index.php/eticaefilosofia/article/view/50665 <p>A ideia de tornar-se si mesmo ou tornar-se cristão é central na obra de Kierkegaard. Por essa razão o autor se ocupou profundamente com as questões filosóficas do movimento. Esse texto discute essa problemática especificamente no ano de 1844 em duas de suas obras mais importantes. Nesse contexto específico Kierkegaard tinha em mente problemas relativos ao paradoxo de sorites, ou seja, o surgimento de uma qualidade nova e sua relação com o aumento ou diminuição de quantidades. Discutindo o problema o texto inicia definindo o paradoxo de sorites e apresentando alguns de seus problemas e conceitos relacionados. Lida então com a questão em <em>Migalhas Filosóficas</em> e com a relação desta obra com problemas desenvolvidos por G. E. Lessing em um texto de 1777, mostrando como o dinamarquês parte da problemática estabelecida pelo alemão, mas elabora outro tipo de encaminhamento. Problemas semelhantes são discutidos então em relação a’<em>O Conceito de Angústia</em> no horizonte específico da mudança envolvida na perda de si mesmo ou pecado. Por fim, nas conclusões serão elaboradas consequências dessas questões para a compreensão do problema do movimento da existência em Kierkegaard.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Paradoxo de Sorites; G. E. Lessing; mediação; quantidade e qualidade; movimento na existência; salto.</p> Jonas Roos Derechos de autor 2025 2024-12-31 2024-12-31 2 27 88 121 10.34019/2448-2137.2024.50665