Educação em Foco

PERCEPÇÕES DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA SOBRE AS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE E SUAS MEDIAÇÕES NA ESCOLA

Angela, Carla — Tue, 19 Mar 2024 00:00:00 +0000

A pesquisa objetivou analisar a compreensão dos coordenadores técnicos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec) e de coordenadores pedagógicos que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na rede municipal urbana de ensino de Três Lagoas-MS, sobre a importância e a utilidade das políticas de formação continuada no período de 2015 a 2020. Partiu-se do pressuposto de que a percepção desses profissionais é essencial para apreender sobre o contexto das políticas de formação continuada docente implantadas no município, indicando caminhos e descaminhos que colaborariam para um salto qualitativo na formação de professores e nas práticas pedagógicas. O estudo, de abordagem qualitativa (Bogdan; Biklen, 2013), foi desenvolvido em três etapas: sendo, a primeira, bibliográfica e documental por meio da qual se realizou o levantamento das principais legislações e dos atos normativos referentes às políticas de formação continuada; a segunda consistiu na realização de dois grupos focais conforme Berenger, Elliot e Parreira (2012), com transcrições codificadas segundo Pretti (1999) e a terceira abrangeu a organização e a análise dos resultados, partindo-se das orientações de Bardin (2016). Os resultados revelaram que os participantes compreendem as políticas de formação continuada como úteis e importantes, pois a Semec tem valorizado esse tipo de formação nas unidades de ensino. Porém, foram identificadas lacunas no conhecimento dos participantes sobre as metas propostas no Plano Nacional de Educação para os estudos em nível stricto sensu. Os resultados evidenciam a forte presença do papel indutor do Estado brasileiro na elaboração e na execução das políticas de formação continuada docente na Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas-MS.

DISCUSSÃO SOBRE DOCUMENTOS UNIVERSITÁRIOS PARA CURRICULARIZAR A EXTENSÃO

Frederico Severo Miranda, Marília Abrahão Amaral — Thu, 18 Apr 2024 00:00:00 +0000

No dia 18 de dezembro de 2018 foi promulgada a Resolução n.º 7 com o objetivo de curricularizar a extensão universitária brasileira. Tal resolução, conhecida como CNE-CES 07/2018, traz à luz diretrizes abstratas que se referem exclusivamente à extensão. Nesse cenário, observa-se na literatura que as universidades têm adotado caminhos distintos para atender os ditames da CNE-CES 07/2018 inclusive no que tange aos seus documentos institucionais e/ou orientativos que conduzem o processo de implantação da resolução. Isso posto, elucida-se a seguinte pergunta: os documentos institucionais e/ou orientativos delineados pelas universidades públicas brasileiras atendem às exigências da CNE-CES 07/2018 considerando uma abordagem prática na implementação da curricularização da extensão? Ressalta-se que o recorte deste artigo se concentra em analisar documentos que elucidam o passo a passo de como implantar a curricularização na prática. Com o objetivo de responder à pergunta problematizadora, estruturou-se um percurso metodológico para analisar documentos de 10 (dez) Instituições de Ensino Superior. Tal percurso é composto por três etapas: Etapa 1 – definição dos itens balizadores considerando as exigências mínimas estabelecidas pela CNE-CES 07/2018, Etapa 2 – seleção dos documentos das 10 instituições selecionadas e Etapa 3 – Correlação dos itens balizadores com os documentos dessas 10 instituições. Como resultado, foi elaborado um panorama que permitiu demonstrar a dificuldade das referidas instituições em implantar a curricularização da extensão e, portanto, pode-se concluir que não foram encontrados documentos que atendam a todas as exigências da CNE-CES 07/2018.

A PELE QUE É SILENCIADA

Laura Campo Daibert, Patrícia Barros, Tatyanne Gomes Marques — Wed, 24 Apr 2024 00:00:00 +0000

O currículo escolar adquiriu uma nova roupagem com a Lei nº 10.639/2003, que trouxe a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, a fim de valorizar a contribuição e a participação do povo negro em todas as esferas da formação do Brasil. Nesse viés, este artigo tem como objetivo dialogar sobre a referida lei e o poder da imagem no ensino interdisciplinar de arte e de história, a partir de análises das obras “Um jantar brasileiro” (1827), de Jean-Baptiste Debret; “Bastidores” (1997), de Rosana Paulino; e “Não branca o suficiente” (2020), de Paula Duarte. Analisa-se o lugar do corpo negro em produções artísticas, feitas no período colonial e na contemporaneidade, com base na técnica de leitura de obras proposta pela Abordagem Triangular, de Ana Mae Barbosa (1978, 1998, 2009). A análise levanta provocações para debates educacionais e problematiza pontos da cultura contemporânea, como o racismo e a necropolítica na sociedade brasileira, sob a égide de uma visão educativa decolonialista. Para isso, dialoga-se com Evaristo (2018), Mbembe (2016), Ribeiro (2017), Gomes (2013), Salles e Cabrera (2019), que oferecem subsídios para se pensar processos de ensino-aprendizagem interdisciplinares que lidem de forma ética com a multiplicidade cultural e a formação sócio-histórica do povo brasileiro. Assim, é possível trabalhar uma educação antirracista, valorizando o corpo e a cultura negra com narrativas diaspóricas criadas por artistas negros(as), que revelam, por meio de diversas formas e linguagens, a riqueza do conhecimento ancestral, ressignificando o lugar do corpo negro na memória social para além da escravidão.

UNIVERSIDADE, ESCOLA E ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Mon, 04 Mar 2024 00:00:00 +0000

Este artigo tem como objetivo desvelar como os professores de Estágio Curricular Supervisionado do curso de Licenciatura em Pedagogia, compreendem a articulação entre a universidade e a escola. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa (Lüdke; André, 1986), fundamentada na praxiologia de Bourdieu (2005). Para a obtenção dos dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas, as quais foram realizadas com sete (7) professores atuantes na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado, de três cursos de Licenciatura em Pedagogia de Universidades Estaduais do Paraná. A análise de dados, foi realizada a partir Análise Textual Discursiva (ATD), de Moraes e Galiazzi (2016). Os achados da pesquisa revelam que o habitus suscitado nas falas dos professores, demonstra que as relações estabelecidas entre os agentes sociais na universidade são mediatizadas por disputas; de espaço, de conhecimento e de cultura. O que atinge a atividade docente na universidade, e, por conseguinte na escola. O que revela que a articulação entre universidade e escola, a partir do Estágio Curricular Supervisionado ainda é um desafio, e temos um longo caminho a percorrer. Por isso, esta pesquisa aponta para a necessidade das universidades assumirem políticas esclarecedoras sobre o Estágio Curricular Supervisionado como articulador contínuo do processo formativo docente.

AUTOEFICÁCIA DOCENTE E BURNOUT

Lyana Cristina Guzmán Veiga, Camélia Santina Murgo, Andressa Pereira de Souza — Mon, 11 Mar 2024 00:00:00 +0000

O objetivo dessa revisão de escopo foi identificar pesquisas sobre Burnout e autoeficácia docente. Foram consultadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-Saúde), Portal de Periódico da CAPES, Institut of Education Sciences (ERIC) e National Library of Medicine (PubMed), utilizando como estratégia de busca “autoeficácia docente” AND “síndrome de Burnout” AND “professores” nos meses de setembro a outubro de 2022. Foram recuperados 17 artigos seguindo as normas do protocolo PRISMA-Sc. Para análise, as publicações foram organizadas em um fluxograma e tabela contendo Título/Autores, Objetivos, Participantes, Método, Ano e Resultados/Conclusões. Os resultados revelaram que o tempo de docência se mostrou influenciador para o desgaste profissional possibilitando desse modo, uma maior incidência de Síndrome de Burnout nesses profissionais e que existem poucos investimentos e atenção na melhora da Autoeficácia docente no âmbito educacional. Desse modo, propõe-se que um dos caminhos a serem mais explorados e desenvolvidos seria a capacitação das crenças de autoeficácia docente e que novas pesquisas com esses profissionais ocorram para expandir a compreensão da importância da autoeficácia docente no contexto nacional a partir das lacunas apontadas nesta revisão. Sugere-se que sejam desenvolvidas intervenções e políticas públicas voltadas à prevenção e promoção de saúde desses profissionais.

OS SENTIDOS DOS CADERNOS ESCOLARES EM TEMPOS DE PANDEMIA

Jiseli de Fátima Oliveira Pasqualin, Aliciene Fusca Machado Cordeiro — Mon, 04 Mar 2024 00:00:00 +0000

Este artigo teve como objetivo compreender os sentidos dos cadernos escolares em tempos de pandemia, nas perspectivas docente e discente. De caráter qualitativo, trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória e de campo. Os participantes foram uma turma de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública de Santa Catarina. Para a coleta de dados, desenvolveu-se a técnica do grupo focal; e, por meio de um roteiro com perguntas semiestruturadas, entrevistou-se a professora da turma. A leitura dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo. O resultado das análises revelou que durante o ensino remoto ficaram ainda mais evidenciadas as desigualdades sociais e a intensificação do trabalho docente. Da mesma forma, destacou-se a continuidade da utilização do caderno escolar, uma vez que era um objeto comum e de acesso a todos os alunos, no entanto esse material passou a ter outros sentidos tanto para a docente quanto para os alunos que o preenchiam. Isso significa que os sentidos atribuídos aos cadernos escolares nesse período diferiram de quando foram utilizados em sala de aula. Eles tornaram-se uma maneira de manter um resquício das atividades consideradas escolares, uma vez que são o instrumento que mais representa o ensino escolarizado. Portanto, existiam a cópia, a confecção, o envio, mas não havia uma relação de ensino.

Palavras-chave: Estudantes. Cadernos escolares. Ensino remoto. Pandemia. Trabalho docente.

O RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO NAS NORMATIVAS CURRICULARES DO BRASIL, CHILE E ARGENTINA

Patrícia Assis da Silva Ribeiro, Sinara Cristine Faria — Thu, 18 Apr 2024 00:00:00 +0000

No que se refere ao ensino de Geografia, é possível afirmar que houve modificações nas normativas curriculares em diversos países, com os esforços de tornar esse ensino mais atrativo, problematizador e preocupado com o raciocinar geograficamente. O presente artigo tem como objetivo investigar de que maneira o raciocínio geográfico é apropriado pelas normativas curriculares do Brasil, Chile e Argentina. Para tanto, foi realizada uma pesquisa documental, utilizando-se o método comparativo, para analisar e comparar a BNCC – Brasil –, o Curriculum Nacional – Chile – e os Nucleos de Aprendizajes Prioritarios – Argentina. Foram analisadas as normativas curriculares referentes aos Anos Finais do Ensino Fundamental. Os resultados indicam que a BNCC menciona o termo raciocínio geográfico, mas não apresenta um aclaramento desse raciocínio. Já o Curriculum Nacional destaca que para pensar geograficamente e compreender as relações e conexões presentes no espaço geográfico, é necessário operar com conhecimentos, habilidades e atitudes, específicas da Geografia, contudo não apresenta e aclara tais elementos concernentes ao pensar geograficamente. Enquanto os Nucleos de Aprendizajes Prioritarios mencionam e abordam elementos importantes para a Geografia, como espaço geográfico, território e escala, contudo não fazem alusão a uma forma de se pensar da Geografia. Conclui-se que apesar dos esforços de muitos pesquisadores em definir o que seja raciocínio geográfico, pensamento geográfico, pensamento espacial ou termos similares, as normativas curriculares que estabelecem as diretrizes para a educação nos três países não definem de forma clara e objetiva esse modo de pensar da/na Geografia.

ANÁLISE DAS RELAÇÕES PEDAGÓGICAS CONSTRUÍDAS NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Thu, 01 Feb 2024 00:00:00 +0000

A pesquisa teve como objetivo analisar como se construíram as relações pedagógicas entre professores orientadores (POs) e licenciandos no período de desenvolvimento do estágio curricular supervisionado (ECS) em um curso de Licenciatura em Educação Física (EF). Os dados apresentados fazem parte de uma pesquisa que acompanhou o ECS da Licenciatura em EF por dois anos em uma instituição de ensino superior da Zona da Mata Mineira. Baseado na abordagem qualitativa interpretativa, realizou-se um estudo de caso, usando entrevistas e observação sistemática como técnicas de coleta de dados. Constatou-se que os POs empreendem esforços para realizar o acolhimento dos licenciandos, contudo, devido ao limite de tempo, as experiências ficaram reduzidas ao planejamento de algumas aulas e suas intervenções, não havendo uma reflexão sobre as ações didáticas realizadas. Consideramos, portanto, que as construções pedagógicas, no decorrer do ECS, estão condicionadas a diferentes fatores, limitando suas potencialidades na formação docente.

REFLEXÕES SOBRE O EDUCADOR ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Rheanni Fátima Sêmpio de Souza Rocha, José Vinicius da Costa Filho — Thu, 01 Feb 2024 00:00:00 +0000

A escola é um espaço que pode ser permeado por dualidades, lutas e segregações afetando os trabalhadores da educação, em especial o técnico administrativo em educação (TAE). Nesse cenário, o objetivo geral da pesquisa analisa a percepção do Assistente em Administração como educador da Educação Profissional e Tecnológica no IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Privilegiou-se as impressões desses trabalhadores sobre sua atividade de educador, articuladas pelo setor de sua lotação atual na instituição. Metodologicamente a pesquisa é qualitativa e quantitativa e se utiliza das ferramentas de revisão bibliográfica e aplicação de questionário para atender o objetivo proposto. Os resultados apontam que descritivamente o Assistente em Administração TAE: i) se percebe como educador no trabalho que exerce na instituição de interesse; ii) não percebe que é reconhecido pela comunidade como educador; iii) quanto mais próximos da área fim da escola estiverem trabalhando (setores de ensino, pesquisa e extensão), maior é a sua percepção como educador. A pesquisa contribui para a agenda que estuda os trabalhadores da educação na escola, aqui considerados como educadores de forma extensiva.

SABERES DOS PROFESSORES BACHARÉIS E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Juliana Sampaio Mori, Heloisa Helena Oliveira de Azevedo — Thu, 01 Feb 2024 00:00:00 +0000

Fundamentado na psicologia sócio-histórica, este artigo apresenta um excerto de uma pesquisa de doutoramento realizada com professores bacharéis economistas de duas instituições de educação superior privadas do interior do estado de São Paulo. Realizamos uma investigação com vistas à apreensão dos sentidos e das subjetividades presentes no discurso dos bacharéis docentes em relação aos tipos de saberes docentes mobilizados e suas fontes de aquisição. Utilizou-se a História Oral temática e a construção e análise dos núcleos de significação propostos por Aguiar e Ozella (2013). A relevância dessa pesquisa encontra-se na possibilidade de contribuir com o aprimoramento da formação de professores da educação superior, especificamente para os que não possuem uma formação pedagógica específica para o exercício da docência. Os resultados apontam um superdimensionamento dos saberes relacionados aos conteúdos específicos da teoria econômica, o que parece revelar uma dificuldade de compreensão de que a atividade docente apresenta uma especificidade traduzida pelo saber pedagógico. Observarmos que o componente pedagógico começa a ser visto como importante pelo docente, por outro lado, a formação oferecida pelos programas de pós-graduação ainda é facultativa e, de certa forma superficial, o que evidenciaria a importância do papel institucional em valorizar tal formação ou ofertar formação continuada voltada especificamente para este fim. Os saberes pedagógicos seriam, então, construídos a partir da realidade institucional vivenciada pelos docentes na sua prática.